- Poços 10 - PODER E POLÍTICA
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A candidata Marina Silva, do PSB, enfiou as mãos em mais um vespeiro popular.
Depois de questionar a prioridade dada pelo governo à exploração do pré-sal e reafirmar, por meio do coordenador Walter Feldman, que pretende mudar o modelo de partilha do petróleo brasileiro em benefício das empresas estrangeiras,
agora ela escolheu um novo alvo: a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas.
“Vamos fazer uma atualização das leis trabalhistas”, disse Marina, ontem, em São Paulo, em reunião com micro e pequenos empresários.
Ela não deixou claro, porém, qual será o sentido da mudança em caso de se eleger presidente. “Ainda não temos essa resposta, esse assunto é muito complexo”, completou ela.
Marina fez sua promessa de atualizar a CLT num contexto de reclamações dos pequenos empreendedores sobre dificuldades para a contratação de mão de obra.
A candidata se comprometeu, então, a trabalhar pela alteração das atuais normas trabalhistas.
Este ano, entre janeiro e agosto, o País registrou a criação de 701 mil vagas com carteira de trabalho assinada, dentro da legislação atual.
Marina agregou que as mudanças que pretende fazer na CLT serão “sem prejuízo” a empregadores e empregados.
Ela ressalvou que não quer que sua iniciativa seja chamada de “flexibilização” da CLT, apesar de ter sido essa a impressão que ficou de sua nova promessa eleitoral.
- Quero reafirmar, para que não fique nenhuma dúvida, de que isso será feito sem prejuízo às conquistas que os trabalhadores a duras penas alcançaram, afirmou a candidata a jornalistas.
Ao ser questionada sobre o que pretende fazer em relação à terceirização da mão de obra, ela procurou ajustar novamente seu discurso.
- Não queremos a precarização das ocupações que existem. Foi feito um processo no governo do PSDB que tem muitos problemas e esses problemas precisam ser reparados, acentuou Marina.
Após prometer a “atualização” da CLT, citando “o professor Gianetti” como inspiração, a candidata reconheceu que ainda não faz ideia do que pretende fazer sobre o assunto em caso de chegar ao governo.
- É um debate difícil e ainda não temos uma finalização sobre o assunto, assinalou.
Pela cartilha do economista Eduardo Gianetti da Fonseca, que vai assumindo o posto de chefe da equipe econômica de Marina, sabe-se que garantias trabalhistas são vistas como entraves para o desenvolvimento do País.
Os empreendedores que ouviram Marina ficaram com a impressão de que, para um lado ou para o outro, a CLT não será a mesma caso a candidata do PSB vença a corrida eleitoral.
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