Do blog Limpinho e Cheiroso

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Norte-americano diz na Assembleia Geral que “assassinos” do Estado Islâmico só entendem “linguagem da força”. 

Brasileira recorda papel dos EUA no desmonte do Iraque e questiona: “Bombardear para quê?”

Via RBA

A presidenta Dilma Rousseff usou a passagem pela Assembleia Geral das Nações Unidas para se contrapor à proposta do governo dos Estados Unidos de comandar uma guerra contra o Estado Islâmico. 

Em discurso e entrevista realizados em Nova Iorque, a brasileira questionou o motivo de uma nova ofensiva bélica no Oriente Médio e recordou o papel da Casa Branca e do Departamento de Estado norte-americano na abertura de condições que levaram ao surgimento do grupo radical que vem atuando na Síria e no Iraque.

“O que se tem de olhar é a raiz desse problema. Sabe aquele negócio de quando destampa a caixa e saem todos os demônios? Os demônios estão soltos. Não vamos esquecer o que ocorreu no Iraque: houve uma dissolução do Estado iraquiano. Uma dissolução. 

Então, hoje, a gente querer simplesmente bombardear o Estado Islâmico, dizer que resolve porque o diálogo não dá. Acho que não dá também só o bombardeio”, afirmou, durante entrevista coletiva concedida após seu discurso na ONU. “Quer bombardear por quê? Vai bombardear para quê? Para garantir a paz?”

Dilma promoveu a fala de abertura da 69ª sessão da Assembleia Geral, seguindo a tradição iniciada em 1947 de que caiba ao Brasil o papel de iniciar os trabalhos. 

Logo após a brasileira, Obama discursou pedindo apoio para promover ataques contra o Estado Islâmico. “A única linguagem que assassinos como esses entendem é a da força”, declarou o presidente dos Estados Unidos, horas depois de comandar os primeiros ataques contra a Síria.

 “Os Estados Unidos trabalharão com uma ampla coalizão para desmantelar esta rede da morte. Hoje peço ao mundo que se una a este esforço.”

Dilma, de outro lado, apresentou a visão de que é ilegítima qualquer solução que se tome sem o consenso da comunidade internacional, reafirmou a ideia de que o Brasil se manterá ao lado de uma tradição pacifista e aproveitou o caso para reiterar a proposta de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A exemplo do que vem ocorrendo nos últimos anos, o pleito brasileiro por uma mudança na composição de forças da principal instância de tomada de decisão da comunidade internacional fez parte do discurso da presidenta, para quem o colegiado está travado pelas regras atuais, em que os membros permanentes – Rússia, Estados Unidos, China, França e Reino Unido – têm poder de veto.

“Os 70 anos das Nações Unidas, em 2015, devem ser a ocasião propícia para o avanço que a situação requer. Estou certa de que todos entendemos os graves riscos da paralisia e da inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, alertou. 

“Um conselho mais representativo e mais legítimo poderá ser também mais eficaz. Gostaria de reiterar que não podemos permanecer indiferentes à crise israelo-palestina, sobretudo depois dos dramáticos acontecimentos na Faixa de Gaza. 

Condenamos o uso desproporcional da força, vitimando fortemente a população civil, mulheres e crianças.”

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Após discurso na ONU, Dilma manda “beijinho no ombro”

Via Brasil 247

A presidente Dilma Rousseff foi surpreendida com a seguinte pergunta da imprensa brasileira após seu discurso na Assembleia Geral da ONU: por que estava tão feliz na conversa com os jornalistas. “Meu querido, eu sou uma pessoa sempre alegre porque acho que senão não vale a pena viver. Vale? Beijo”, respondeu a presidente, sem pestanejar.

Candidata à reeleição pelo PT, Dilma tem motivos para estar contente: sua vantagem sobre a adversária do PSB, Marina Silva, oscila entre nove pontos [de acordo com a pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira, dia 22] e 18 [segundo a pesquisa Vox Populi, também na terça-feira, dia 23]. No 2º turno, as duas estão empatadas.

A presidente, porém, não quis comentar os números. “Eu não comento pesquisa, eu já disse isso pra vocês. Quando as pesquisas caem, não comento se sobe e não comento se fica no mesmo patamar”, respondeu, decidida. 

Coincidentemente, pesquisa divulgada na quarta-feira, dia 24, também colocou o povo brasileiro como o quinto mais feliz do mundo.

Discurso

Dilma negou ter feito discurso político na abertura da Assembleia Geral da ONU. Segundo ela, os temas abordados hoje com líderes do mundo todo foram os mesmos de anos anteriores, no mesmo evento. 

A presidente celebrou o fato de a ONU ter retirado o Brasil do “mapa da fome”, destacou “ações afirmativas” em prol da redução da desigualdade e a criação de empregos e da renda do brasileiro, por exemplo.

“Eu falo que o Brasil reduziu a desigualdade, aumentou a renda, ampliou o emprego, em todos os discursos. Em todos eles. Porque isso é um valor aqui. É um valor que o mundo reconhece que nós fizemos isso. 

Nós, em 12 anos, tivemos uma redução que poucos países do mundo tiveram. Eu digo isso porque, como chefe de governo, eu tenho um imenso orgulho disso e acho que parte do respeito que o Brasil tem no plano internacional decorre do fato de a gente ter feito isso”, afirmou Dilma. As declarações foram feitas em coletiva de imprensa pouco antes de embarcar para o Brasil.