A vitimização marinista, incentivada por oráculos da academia e da mídia, não se mostra capaz de deter os efeitos do confronto programático e a crescente polarização eleitoral
Os principais sócios da estratégia de vitimização da candidata Marina Silva são um punhado de intelectuais e jornalistas que, aproveitando a emergência da alternativa salvacionista, encontraram na crítica à radicalização política da campanha sua nova estratégia antipetista.
Cansados e derrotados depois de longo tempo defendendo a República de Higienopolis, encarnada pelo PSDB, vislumbraram na ex-senadora e sua biografia a via modernizante do velho programa neoconservador.
Infelizmente se juntam, aqui e acolá, vozes progressistas que imaginam a luta política como passeio em um jardim florido e de grama aparada.
Esta opção renovada do bloco neoliberal, no entanto, tem seu calcanhar de Aquiles no programa apresentado por Marina.
Sua origem pobre, lutadora e petista cai por terra quando confrontada com as idéias, valores e medidas que vertebram seu projeto de governo e pais.
Ela simplesmente incorporou o programa tucano, batido pelas urnas por três vezes consecutivas.
Não resta outro caminho para esse grupo de pensadores, portanto, fora a denúncia de qualquer embate programático como suposta agressão contra a candidata do PSB.
O mimimi é o jeito no qual apostam para despolitizar ao máximo a campanha e reduzi-la a um eventual confronto de personalidades, entre a salvadora messiânica e a gerentona sem carisma.
Já é grande, no entanto, a chance das intenções desta gente ruir como em eleições anteriores.
Apesar das vacilações e concessões do PT na disputa e na pedagogia político-ideológica ao longo dos últimos doze anos, o fato é que os trabalhadores, os pobres da cidade e do campo, conquistaram ampla consciência acerca de qual projeto defende seus interesses de classe.
A vitimização marinista, incentivada por oráculos da academia e da mídia, não se mostra capaz de deter os efeitos do confronto programático e a crescente polarização eleitoral.
Nesse cenário, as grandes maiorias populares farão a opção, mesmo com alguns setores a contra-gosto, por defender suas imensas conquistas desde 2003 e o lado que efetivamente as representa.
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