Terça-feira, 16 de setembro de 2014 às 11:08
Blog do Planalto
O Brasil reduziu em 82% a população considerada em situação de subalimentação entre 2002 e 2013. Os dados estão no Mapa da Fome, apresentado hoje pelaOrganização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês).
O País foi citado como caso de sucesso no esforço mundial pela redução da fome.
Segundo a entidade, somente 1,7% da população brasileira (3,4 milhões de pessoas) permanece em situação de insegurança alimentar.
O índice abaixo dos 5% aponta o fim da fome estrutural no País.
De acordo com o levantamento sobre o estado da insegurança alimentícia no mundo, o Programa Fome Zero, que colocou a segurança alimentar no centro da agenda política, foi o que possibilitou o País a atingir a redução, incluída entre os Objetivos do Milênio da ONU.
O estudo também destaca os programas de erradicação da extrema pobreza, a agricultura familiar e as redes de proteção social como medidas de inclusão social no País.“
No Brasil, os esforços que começaram em 2003 tem resultado em processos bem sucedidos e políticas que tem reduzido de forma eficiente a pobreza e a fome”, diz o relatório.
“Nos últimos anos, o tema da segurança alimentar foi posto no centro da agenda política do Brasil.
Isso permitiu que o País alcançasse tanto o primeiro objetivo do ODM, como da Cúpula Mundial da Alimentação””, avalia a Representante Regional Adjunta da FAO para a América Latina e Caribe, Eve Crowley.
Segundo ela, os atuais programas de distribuição de renda e erradicação da pobreza estão focados na vinculação de políticas para o fortalecimento da agricultura familiar com a proteção social.
“Há ainda muito a ser feito no Brasil, mas as conquistas estão preparando o país para os novos desafios que deverão enfrentar”, afirma a representante.
Eve disse que o Brasil é um dos melhores exemplos do mundo na redução da fome:
“Temos obrigação de ajudar países dentro da região. Todos têm direito a uma alimentação saudável. É um imperativo político e moral”.
A consultora da FAO, Anne Kepple, ressaltou a importância de ter elevado as políticas a uma obrigação do Estado, por meio de lei.
Para ela, a diferença do Brasil foi adotar um processo participativo e interssetorial que envolve diversas esferas e se tornou prioridade nacional.
De acordo com Anne, entre as políticas que mais contribuíram para a redução está o fortalecimento da alimentação escolar eprogramas que beneficiam agricultores familiares, um dos mais atingidos pela falta de garantia de renda.
“Isto prova que podemos ganhar a guerra contra a fome e devemos inspirar os países a seguir adiante, com a ajuda da comunidade internacional se for necessário”, dizem, no relatório, o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, o presidente do Fida, Kanayo Nwanze, e a diretora executiva do PMA, Ertharin Cousin.
Eles ressaltaram que“substancial e sustentável redução da fome é possível com comprometimento político”.
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