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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Novos dados da Petrobras refletem otimismo na indústria

JORNAL GGN




Plataforma para Exploração do Petróleo em Águas Profundas


Jornal GGN - "Os campos do pré-sal estão produzindo mais de 500.000 barris de petróleo por dia, cerca de três vezes mais que em 2012, e já representam perto de 25% da produção total da empresa, de dois milhões de barris por dia", são as informações da Petrobras. O otimismo chega à indústria, com os novos dados da produção da estatal.
Enviado por Pedro Penido dos Anjos 
The Wall Street Journal se rende à Realidade do Petróleo no Brasil
Por Fernando Nogueira da Costa
Luciana Magalhães (WSJ, 08/08/14) lembra que, quando a Petrobras revelou a maior descoberta de reservas de petróleo da sua história, em 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou que a descoberta havia provado que Deus é brasileiro.
Novos dados de produção estão levando muitos na indústria a compartilhar esse otimismo. Segundo a Petrobras, os campos do pré-sal estão produzindo mais de 500.000 barris de petróleo por dia, cerca de três vezes mais que em 2012, e já representam perto de 25% da produção total da empresa, de dois milhões de barris por dia.
É um crescimento rápido para a Petrobras em uma das regiões petrolíferas mais desafiadoras do mundo. Os depósitos se encontram a cerca de 320 quilômetros longe da costa sudeste do Brasil, enterrados no solo oceânico sob uma grossa camada de sal, o que dá nome aos campos.
“Em termos de produtividade e da velocidade com que a Petrobras saiu de uma produção zero para 500.000 barris por dia é [algo] meio sem precedentes“, diz Ruaraidh Montgomery, analista da firma de pesquisa Wood Mackenzie.
Os ganhos de produção nos campos do pré-sal são extremamente necessários para compensar a queda de desempenho dos campos mais antigos da Petrobras. A produção total da empresa caiu de 1,98 milhão de barris equivalentes de petróleo por dia em 2012 para 1,93 milhão no ano passado. Em 2014, com o pré-sal, a produção total aumentou. Em junho, foi de 2,008 milhões de barris diários.
Com o pré-sal, o Brasil pretende ser um dos cinco principais produtores de petróleo do mundo até 2020, quando a produção deve chegar a quatro milhões de barris por dia. Mas, para atingir essa meta ambiciosa, a Petrobras terá que superar desafios financeiros, técnicos e políticos.
A lucratividade da empresa foi esmagada pelo governo brasileiro, que forçou a Petrobras a vender gasolina importada a um preço abaixo do custo para combater a inflação.
Ela também fez muitos empréstimos para financiar a exploração e o desenvolvimento dessas reservas, transformando-se na petrolífera mais endividada do mundo. A Petrobras estima gastar US$ 102 bilhões na região do pré-sal até 2018. E outras dezenas de bilhões de dólares serão necessários para sua exploração total.
O desafio é maior porque a Petrobras está praticamente sozinha nessa empreitada.



As duras regras de partilha de produção do governo brasileiro exigem que a Petrobras seja o único operador de todos os projetos do pré-sal, com uma participação mínima de 30%. Esses termos afastaram a maioria das grandes petrolíferas globais [privadas norte-americanas; as francesas e chinesas se associaram à Petrobras]. No primeiro — e até agora único — leilão de campos do pré-sal, houve apenas uma oferta, de um consórcio liderado pela própria Petrobras.
Os ganhos com o petróleo do pré-sal brasileiro estão indo de certa forma no caminho oposto ao dos gerados pelo boom do petróleo de xisto dos Estados Unidos. Nos EUA, a porta está aberta para todos. [?!] Os proprietários de terras aceitam receber royalties baixos, mas o resultado tem sido um aumento massivo na produção e na segurança energética americana.
Ainda assim, não há dúvida que a descoberta do pré-sal remodelou a indústria de petróleo do Brasil. Agora, mais plataformas de exploração em águas profundas, navios de abastecimento e unidades de armazenamento flutuantes estão operando no país que em qualquer outro lugar no mundo, de acordo com a firma IHS.
As duas principais bacias têm cerca de 50 bilhões de barris de petróleo recuperável. O maior campo atualmente em produção, o Lula, possui estimados oito bilhões de barris de petróleo — quase oito vezes mais que o maior campo do Golfo do México.
Para chegar ao petróleo, a Petrobras investiu bilhões de dólares em pesquisa, novas tecnologias de imagem em 3-D, uma frota marítima potente e helicópteros maiores para levar funcionários e equipamentos até os campos. Novas técnicas de perfuração foram necessárias para atingir as reservas, que podem estar a até 6.000 metros abaixo da superfície do oceano. Só a camada de sal, que muda constantemente, pode ter 2.000 metros de espessura.
Os buracos perfurados na camada de sal podem se fechar sozinhos, então um tipo especial de lama tem que ser usado para conservá-los abertos. O gás nos campos do pré-sal é muito corrosivo, o que torna necessário o uso de canos de aço especiais. “Ninguém no mundo produziu nessas condições”, diz Edmundo Marques, um ex-executivo da Petrobras que hoje é chefe de exploração da petrolífera Ouro Preto Oléo e Gás.
O próximo desafio da Petrobras está em seus antigos poços de petróleo, onde a produção está caindo rapidamente. No campo de Roncador, o maior produtor do país, a produção passou de 395.000 barris diários em 2010 para atuais 256.200 barris. Isso tem gerado mais pressão para a Petrobras continuar suas atividades nos campos do pré-sal para que a empresa atinja suas metas de produção.
“É uma corrida, já que os antigos gigantes estão em declínio”, diz Bob Fryklund, diretor de estratégias de exploração e produção de petróleo da IHS.
“A Petrobras trabalha constantemente para compensar o declínio natural na produção de seus campos antigos“, disse uma porta-voz da Petrobras em uma nota. “A companhia está investindo muito em novos projetos e iniciando a operação de um grande número de sistemas de produção nas [áreas] do pré-sal e do pós-sal.”

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