Blogdomiro
29/11/2016
Por Altamiro Borges
O vertiginoso aumento dos juros nos empréstimos, no cartão de crédito e no cheque especial têm como consequência a redução do crédito às pessoas físicas e jurídicas. Em outubro, a queda do crédito total ofertado pelos bancos foi de 0,5% – uma verdadeira tragédia.
Os rentistas não têm do que reclamar do Judas Michel Temer e do seu czar da economia, Henrique Meirelles.
Eles orquestraram e financiaram o “golpe dos corruptos” e estão sendo regiamente recompensados.
Na semana passada, o Banco Central divulgou que os juros cobrados no cheque especial bateram novo recorde em outubro e chegaram a 328,9% ao ano. Esse é o maior patamar da série histórica, que teve início em 1994.
Já os juros do cartão de crédito atingiram 475,8% ao ano no mês passado. Esta taxa também havia batido seu recorde histórico em setembro, ao alcançar 479,7% ao ano.
Como efeito imediato, ocorre a diminuição do consumo e, na sequência, da produção; e como desdobramento trágico, ocorre o aumento do desemprego e a queda de renda dos assalariados. Este círculo vicioso foi agravado após a chegada do poder da gangue de Michel Temer, que prometeu um paraíso da economia, mas afunda o Brasil no inferno.
Os que prometeram o paraíso com o afastamento de Dilma agora engolem a língua – mas não fazem autocrítica. “Foi uma primavera que não deu em verão. Voltamos diretamente para o inverno”, afirma Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica do banco Goldman Sachs.
O paraíso virou inferno
Enquanto a oligarquia financeira amplia seus lucros, a sociedade padece. Até a mídia chapa-branca, que tentou fantasiar Henrique Meirelles de salvador da pátria, já é forçada a reconhecer a desgraceira.
“Os sinais de queda persistente da atividade econômica brasileira preocupam analistas, que temem que a recuperação no ano que vem seja mais fraca do que o esperado ou, num cenário extremo, nem se materialize”, confessou a Folha em artigo publicado neste domingo (27). O jornal até tenta disfarçar a sua manipulação, mas não consegue:
“Indicadores positivos verificados no primeiro semestre, como retomada da atividade industrial, leve expansão do investimento e aumento da confiança em relação ao futuro, alimentavam, até dois meses atrás, projeções de que o país sairia da recessão ainda neste ano.
Mas essa tendência foi interrompida com a divulgação de dados mais fracos que o esperado referentes ao terceiro trimestre, o que levou a novas apostas de que a volta do crescimento ficaria para 2017. Recentemente, o cenário piorou ainda mais, com os sinais de que a debilidade econômica persiste nestes últimos meses do ano”.
. “Os dados estão todos vindo piores do que o esperado”, confessa Igor Velecico, do Bradesco. “O sinal mais recente disso são os indicadores de confiança divulgados pela FGV.
Uma sequência de seis meses seguidos de melhora nas expectativas dos consumidores em relação ao futuro foi interrompida em novembro. A confiança de empresários do comércio e da construção civil também recuou”, completa a Folha.