Taxa de desemprego é pior do que parece à primeira vista [O fundo do poço ainda não chegou.]

TIJOLAÇO 

POR FERNANDO BRITO · 29/11/2016

O noticiário destaca que o desemprego, medido pelo IBGE, passou de 11,6% para 11,8% na comparação trimestral divulgada pelo IBGE.

Não é apenas ruim, porque representa mais do que os 12 milhões de desocupados, mais 195 mil em relação ao trimestre anterior.

Fiz marcas no gráfico aí em cima, publicado pelo Valor, para que se veja que este período é sempre de queda na desocupação, por conta do movimento de final de ano, que começa a gerar empregos em setembro na indústria e em outubro já tem efeitos nos serviços e comércio.

Só piorou, nos últimos anos, com a política recessiva de Joaquim Levy, que todos nós sabemos a que desastre – econômico, político e institucional – nos levou.

O grau de desocupação, embora tenha características sazonais, é apresentado pelo IBGE em números absolutos e relativos sem os seus efeitos circunstanciais.

É por isso que governo, mídia e mercado já atiraram fora as expectativas de retomada da economia.

O recuo do PIB trimestral julho/setembro, a ser divulgado amanhã, é esperado em algo entre 0,6 e 0,9% em relação ao trimestre anterior.

O do último trimestre do ano, se vier negativo, arrata um retração significativa para o do ano que vem, o chamado efeito carry over.

O fundo do poço ainda não chegou.