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domingo, 30 de outubro de 2016

ECONOMIA: Os sinais da “retomada” são tão evidentes quanto a existência de Papai Noel


quedalivreaerea

As expectativas dos economistas, dos empresários e, sobretudo, dos colunistas de economia estão em alta.

Discordar de que a retomada econômica está logo ali, na esquina do ano, a nos esperar virou quase heresia.

Não importa que estejamos convivendo com quedas brutais na arrecadação que indicam o resfriamento glacial da economia.

A versão vale mais, muito mais do que os fatos.

Como nos promotores da Lava jato, não tem-se provas, mas caminha-se com uma inabalável convicção que manda os dados reais para o ostracismo de não virem ao caso.

Uma rápida leitura da (ótima) coluna de Maria Cristina Frias, na Folha de hoje, mostra que o caminho florido que nos acenam está longe de ser verdade.

O comércio varejista espera que o movimento de vendas no Natal “seja 3,5% pior que o de 2015”.

É o “pior que o pior”, pois 2015, segundo a própria Folha, foi o pior Natal desde 2003.

No texto seguinte, registra-se a queda nas viagens aéreas de natureza empresarial: 14% em valores reais no terceiro trimestre de 2016.

E, no final, a “boa” notícia: a vendas previstas para a tal Black Friday são esperadas em R$ 2,14 bilhões, 28% acima das de 2015.

Mas é bom estudar o assunto com mais cautela, porque isso se deverá, provavelmente, à expansão da confiança na venda pela via eletrônica: enquanto o valor subirá, nesta projeção, 28%, o número de compradores dobrará: de 3,122 milhões de pedidos em 2015 para estimados 7,63 milhões de pedidos realizados on-line.

Com isso, o valor médio da compra cairia de R$ 492 para R$ 280.

Haja otimismo!

E como se explica, então, que as entidades empresariais vivam batendo palmas a Temer?

Depois é a esquerda que despreza os fatos e se alimenta de preconceitos ideológicos…

Papai Noel, eu acredito!

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