#SPUTNIKEXPLICA 17:34 10.10.2016 (atualizado 17:49 10.10.2016)
O governo de Michel Temer está tentando aprovar um projeto de emenda constitucional que, basicamente, impedirá o aumento do investimento em saúde e educação nos próximos vinte anos.
Entenda o que está em jogo com a chamada PEC 241, também conhecida como “PEC da Maldade” e “PEC do Fim do Mundo”. O que é a PEC 241/2016?
Um projeto de emenda constitucional em tramitação no Congresso Nacional, que congela os gastos públicos por 20 anos a partir de 2017, com o objetivo declarado de tentar equilibrar as contas públicas do país.
LÚCIO BERNARDO JUNIOR/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Governo, apoiadores e oposição disputam votos pela PEC do Teto de Gastos No caso das áreas de saúde e educação – que atualmente têm garantidas pela Constituição repasses de, respectivamente, 15% e 18% das receitas do governo –, as mudanças só passariam a valer após 2018.
Se a PEC entrar em vigor em 2017, portanto, o orçamento disponível para gastos neste ano será o mesmo de 2016, acrescido da inflação anual.
O prazo de vigência da PEC só poderá ser revisto a partir do décimo ano.
Ficaram de fora do pacote a Previdência, as transferências constitucionais a estados e municípios, créditos extraordinários, complementações ao Fundeb (fundo destinado à educação básica), despesas da Justiça Eleitoral com eleições e despesas de capitalização de empresas estatais.
ALEX FERREIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Governo critica oposição e confia na aprovação da PEC de Teto de Gastos Públicos .
Além disso, o governo Temer quer fixar em 65 anos a idade mínima para a aposentadoria, tanto para homens quanto para mulheres, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria defende ainda a implementação da jornada de trabalho semanal de 80 horas.
O que dizem os defensores
Segundo estimativas do governo Temer, os gastos públicos totais vinham crescendo em média 5,8% acima da inflação todos os anos desde 1997, e a PEC seria uma medida desagradável, mas necessária para sanear as contas do país.
O desequilíbrio fiscal, para defensores da PEC, impede o país de crescer. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirma que a medida trará mais credibilidade ao mercado e promoverá a confiança dos investidores no setor produtivo.
O que dizem os críticos
O corte de investimentos públicos atingirá diretamente o bem-estar da maior parte da população nas próximas gerações e beneficiará apenas algumas famílias de grandes empresários, banqueiros e donos de terra, que detém a maior parte da riqueza do país.
Isto porque o dinheiro “economizado” com a PEC serviria, sobretudo, para pagar os juros altíssimos da dívida pública, ou seja, para garantir o lucro de agiotas e banqueiros.
A reação nas redes sociais
Nas redes sociais, é grande a movimentação contra a PEC, que deverá ser votada hoje na Câmara dos Deputados.
Essa PEC 241 é o maior retrocesso da história desse país. Não dá pra acreditar que uma coisa dessas passe na Câmara e o povo não se revolte. 106 Mais:
Mostrar mais: https://br.sputniknews.com/sputnik_explica/201610106528115-pec-241/
Mostrar mais: https://br.sputniknews.com/sputnik_explica/201610106528115-pec-241/
Nenhum comentário:
Postar um comentário