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sábado, 22 de outubro de 2016

Opinião: Kadhafi foi morto por ser contra bases militares estrangeiras na África




ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA 12:33 21.10.2016 (atualizado 15:10 21.10.2016) URL 


 O antigo vice-premiê da Líbia dos tempos de Muammar Kadhafi, Al-Taieb as-Safi, disse à Sputnik Árabe que o assassinato do líder da revolução líbia era esperado por causa da sua política de oposição ao Ocidente, que era positiva para o seu próprio país. 

Trata-se da política de Kadhafi em relação à presença de bases militares estrangeiras no território da Líbia e na África em geral. 

O antigo “coronel” líbio era um adversário de qualquer presença militar estrangeira, especialmente da ocidental, no continente. 

 “Em primeiro lugar Muammar Kadhafi, após a revolução de 1969, começou uma política ativa contra a presença militar estrangeira na Líbia e na África porque na altura as bases militares eram um meio de pressão sobre a política e economia da Líbia. 

Foi por isso que ele foi assassinado!”, disse as-Safi à Sputnik Árabe. 
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© SPUTNIK/ ANDREI STENIN 5 anos sem Kadhafi: o 'fenômeno' cuja morte arruinou Líbia 
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Segundo ele, o antigo líder da Líbia protegia os interesses não só da Líbia, mas também de toda a região árabe e africana.  “A sua morte pareceu uma vingança e não defesa dos interesses de alguém. 

Este fato é especialmente óbvio se tomarmos em conta a defesa dos interesses da região árabe na arena internacional por parte de Kadhafi e o fato de a Líbia ser um Estado independente nas suas decisões”, acrescentou.  

Em particular, o antigo vice-primeiro-ministro sublinhou que, por dezenas de anos, Kadhafi liderava a política de fortalecimento da África e maximização da sua independência, o que entrava em conflito com os planos do Ocidente e ameaçava a hegemonia dos EUA.

 No momento do assassinato de Kadhafi a Líbia era o único país na África que se atrevia a tomar decisões independentes em prol dos seus interesses nacionais e era exatamente este aspeto que não convinha ao Ocidente. 

Agora a Líbia depende de outros países em todos os sentidos: política e economicamente, no aspecto militar e até social.   

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© SPUTNIK/ DMITRIY VINOGRADOV Rússia salvou Síria de 'repetir os destinos da Líbia e do Iraque' 

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Lembramos que os confrontos na Líbia iniciaram-se em 15 de fevereiro de 2011.

 O país foi um dos que experimentaram a Primavera Árabe – a onda de protestos antigovernamentais que atingiram a África do Norte e o Oriente Médio em 2010. 

O líder líbio Muammar Kadhafi, na tentativa de impedir as manifestações, foi acusado de violência em relação à população civil do seu país.

 Em março do mesmo ano, a França e a Grã Bretanha, apoiadas pelos EUA, iniciaram bombardeamentos do território líbio. 

O resultado da intervenção foi a morte de Kadhafi e uma enorme instabilidade do país em todas as áreas – política, econômica, etc. 

Até agora o país não possui um governo forte capaz de lutar contra terroristas (inclusive o Daesh proibido na Rússia) que avançaram no país. Desde 1 de agosto deste ano, os EUA recomeçaram os bombardeamentos da Líbia para "limpar" o país dos grupos terroristas.

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