ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA 12:33 21.10.2016 (atualizado 15:10 21.10.2016) URL
O antigo vice-premiê da Líbia dos tempos de Muammar Kadhafi, Al-Taieb as-Safi, disse à Sputnik Árabe que o assassinato do líder da revolução líbia era esperado por causa da sua política de oposição ao Ocidente, que era positiva para o seu próprio país.
Trata-se da política de Kadhafi em relação à presença de bases militares estrangeiras no território da Líbia e na África em geral.
O antigo “coronel” líbio era um adversário de qualquer presença militar estrangeira, especialmente da ocidental, no continente.
“Em primeiro lugar Muammar Kadhafi, após a revolução de 1969, começou uma política ativa contra a presença militar estrangeira na Líbia e na África porque na altura as bases militares eram um meio de pressão sobre a política e economia da Líbia.
Foi por isso que ele foi assassinado!”, disse as-Safi à Sputnik Árabe.
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Segundo ele, o antigo líder da Líbia protegia os interesses não só da Líbia, mas também de toda a região árabe e africana. “A sua morte pareceu uma vingança e não defesa dos interesses de alguém.
Este fato é especialmente óbvio se tomarmos em conta a defesa dos interesses da região árabe na arena internacional por parte de Kadhafi e o fato de a Líbia ser um Estado independente nas suas decisões”, acrescentou.
Em particular, o antigo vice-primeiro-ministro sublinhou que, por dezenas de anos, Kadhafi liderava a política de fortalecimento da África e maximização da sua independência, o que entrava em conflito com os planos do Ocidente e ameaçava a hegemonia dos EUA.
No momento do assassinato de Kadhafi a Líbia era o único país na África que se atrevia a tomar decisões independentes em prol dos seus interesses nacionais e era exatamente este aspeto que não convinha ao Ocidente.
Agora a Líbia depende de outros países em todos os sentidos: política e economicamente, no aspecto militar e até social.
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Lembramos que os confrontos na Líbia iniciaram-se em 15 de fevereiro de 2011.
O país foi um dos que experimentaram a Primavera Árabe – a onda de protestos antigovernamentais que atingiram a África do Norte e o Oriente Médio em 2010.
O líder líbio Muammar Kadhafi, na tentativa de impedir as manifestações, foi acusado de violência em relação à população civil do seu país.
Em março do mesmo ano, a França e a Grã Bretanha, apoiadas pelos EUA, iniciaram bombardeamentos do território líbio.
O resultado da intervenção foi a morte de Kadhafi e uma enorme instabilidade do país em todas as áreas – política, econômica, etc.
Até agora o país não possui um governo forte capaz de lutar contra terroristas (inclusive o Daesh proibido na Rússia) que avançaram no país. Desde 1 de agosto deste ano, os EUA recomeçaram os bombardeamentos da Líbia para "limpar" o país dos grupos terroristas.
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