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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Eduardo morre e urubus fazem contas: a excitação mórbida dos “analistas”

Mídia e Eleições

Eduardo morre e urubus fazem contas: a excitação mórbida dos “analistas”

publicada quarta-feira, 13/08/2014 às 20:20 e atualizada quarta-feira, 13/08/2014 às 20:20

por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador, com Maria Frô, em seu blog

Os corpos ainda não haviam sido localizados. 

Os bombeiros ainda procuravam as caixas pretas do avião em que viajavam Eduardo Campos e mais seis pessoas.

 Mas o “mercado” e a gloriosa mídia brasileira já faziam suas contas.

O Blog da Maria Frô captou bem essa onda que foi invadindo a internet durante esse trágico 13 de agosto.

 A “Veja” especula com números da Bolsa. 

A “Folha” adianta-se e faz pesquisas, já perguntando: “ontem, o candidato Eduardo Campos morreu em um acidente de avião; na sua opinião o PSB deveria: 1 lançar Marina Silva como candidata a presidente, 2 lançar outro candidato…”

Começo da tarde: comentaristas da “GloboNews” tentavam estabelecer o “novo quadro político”. 

No rádio, uma “analista de mercado” dizia que a morte de Eduardo (os outros seis mortos nem são levados em conta) cria “um fato novo” na campanha eleitoral.

A analista chegou a dizer que isso poderia ser “positivo para o Brasil”.

Há certa excitação no ar. Excitação mórbida. 

Comentaristas gagos, acadêmicos globais e outros quetais animam-se com a possibilidade de que Marina seja candidata e ajude a levar a eleição ao segundo turno. 

É a torcida da revista “Veja”. Torcida que se exalta, sem respeitar os mortos, nem as famílias, nem nada mais.

Não me espanta. Tenho ouvido coisas incríveis pelas ruas. O Brasil está envenenado.

Sim, Marina pode ser candidata. O DataFolha já registrou até pesquisa eleitoral com o nome de Marina Silva na corrida.

A elite brasileira tem pressa. É preciso definir o que fazer. Qual será o canto de sereia a convencer Marina? É preciso sondar humores.

FHC, numa rádio, respondia que a entrada de Marina muda tudo. “Não sei se ganha, mas aumenta a chance de segundo turno”.

Esse é o papel (falta combinar com a ex-ministra) reservado a Marina, nos sonhos de colunistas, comentaristas gagos e urubus de toda ordem: levar a eleição pro segundo turno, carregando o cadáver de Eduardo se preciso. 

Desde que no segundo turno esteja Aécio, e não a própria Marina.

Mas o quadro se complica. O eleitor nordestino de Eduardo é muito sensível ao que indicar Lula. 

O ex-presidente guarda um silêncio respeitoso, enquanto  revistas da marginal e marginais de revistas fazem cálculos, contas e insuflam a onda de ódio no Brasil.

Tudo isso por cima dos cadáveres de Eduardo e das outras vítimas do acidente.

Marina é útil? Ótimo. Falta combinar com o eleitor.


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