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domingo, 11 de dezembro de 2016

Quem vai dar o pescoço por Temer e sua “reforma” da Previdência?

TIJOLAÇO 

 

frank

Todo mundo concorda que “alguma coisa” tem de ser feita para tornar a Previdência sustentável.

E que não se pode enxergar Previdência Social meramente como um fundo econômico, igual aos privados, justamente porque ela é social e distributiva.

Mais amplamente: não é mais possível pensar em uma sociedade sem seguridade social, que funcione como rede de proteção a seus setores mais frágeis

Mas as mudanças precisam ter um mínimo de consistência e palatabilidade , justamente porque é social a previdência, para que possam ser implantadas.

Não é o caso, hoje, de analisar a consistência das medidas propostas pelo governo, o que farei ao longo da semana, senão uma ligeira observação de que ela é um imenso fator de informalização do trabalho, porque é a perspectiva da aposentadoria o único fator que não pode ser “driblado” na relação formal de trabalho e uma aposentadoria difícil ou impossível de atingir retira valor, para o empregado, do emprego regular.

Coisa diante da qual o setor financeiro lambe os beiços, pela montanha de dinheiro que pode lhe trazer.

Fico, apenas, na questão da palatabilidade.

É nenhuma: não tem proporcionalidade, não tem razoabilidade, não tem, sequer, piedade com quem já tem uma vida labora muito extensa mas que, por ser relativamente jovem leva uma traulitada de até quase duas década a mais de trabalho para receber o benefício integral.

Mas não é apenas por isso que a reforma da Previdência, recém anunciada, já se inviabilizou. Fossem outras as condições políticas, esta mixórdia legislativa que temos não hesitaria em aprová-las, não importa quanto mal fossem causar. como fez – ou, por enquanto, quase fez – com a PEC que decepa o orçamento social.

Hoje, em O Globo, numa entrevista que não tem qualquer relevância não só porque o entrevistado, o Secretário de Previdência do Ministério da Fazenda não a tem como porque, a esta altura, não se debate qualquer questão técnica em relação à reforma, aproveita-se, ao menos, o título: ‘Não façam da reforma um Frankenstein’.

Tranquilize-se, senhor Caetano. Não se fará um Frankenstein porque outro está ficando pronto, bem antes: o próprio governo Temer.

Já ser viu que não era de Jucá, mas de todo o grupo do PMDB  a estratégia de entregar o país em troca de “estancar a sangria” da Lava Jato.

A troca seria uma reanimação dos investidores e a produção de um alívio da crise que lhe fornecesse a base social que sua ilegitimidade não possui.

“Deu ruim”, como se sabe, o negócio.

Temos um economia agonizando e um governo desenganado, em que o PSDB, com sua natureza de rapinante, vai enxertando seus bicos. Por enquanto.

Mas há, o que é mais significativo, um clima social carregado pela gasolina que, há dois anos, vêm espalhando sobre suas instituições políticas e judiciais.

Ninguém, a não ser uns imbecis que babujam ao ouvir falar em pobre, porá o seu pescoço, um braço ou sequer um dedinho por Temer nesta empreitada.

Do repúdio ao assalto previdenciário ao repúdio ao governo Temer a distância é de milímetros.

O Frankestein é seu governo.

 

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