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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Heather Arnett: Dilma venceu por colocar interesses das mulheres e crianças adiante dos de investidores e do mercado



publicado em 31 de outubro de 2014 às 20:37

VIOMUNDO

29.10.2014

O que Dilma Rousseff do Brasil pode ensinar a Hillary Clinton

Heather Arnett*, no Daily Beast, sugerido por Conceição Oliveira

No domingo, Dilma Rousseff foi reeleita para continuar como presidente do quinto maior país do mundo. Enquanto a primeira mulher presidente do Brasil lutava pela reeleição, uma coisa estava clara: a economia seria o foco da disputa.

No momento em que os norte-americanos se preparam para eleições intermediárias e um novo ciclo presidencial, seria inteligente olhar para o Brasil e perceber como as divisões econômicas e de gênero tiveram impacto nas eleições.

[O ex-presidente dos Estados Unidos] Ronald Reagan cunhou a famosa frase: “Você está melhor agora do que quatro anos atrás?”

Para milhões de brasileiros, a resposta é um claro sim. Mas, a partir da cobertura da corrida presidencial do Brasil na mídia dos Estados Unidos e da Europa, você poderia ter a impressão de que o Brasil estava à beira de um colapso econômico.

Como pode uma economia que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza e as colocou na classe média, com dados historicamente baixos de desemprego, ser considerada sob risco?

Depende de quais interesses econômicos definem sua perspectiva.

No ano passado, enquanto eu filmava o documentário “Senhora presidente: Por que não os Estados Unidos?”, entrevistei Lilian, mãe solteira que vive numa favela do Rio de Janeiro.

Por causa do programa de subsídios para pessoas de baixa renda (Bolsa Família), Lilian tinha uma renda estável. Pela primeira vez as crianças dela estavam recebendo atendimento médico e iam regularmente à escola. Lilian e uma amiga abriram um pequeno comércio e o rosto dela se iluminou de orgulho quando me falou da filha que havia ingressado na faculdade para formar-se em psicologia. Lilian disse que tudo isso era praticamente impossivel mesmo de sonhar uma década atrás.

Enquanto outras nações entraram em recessão e declararam rígidas medidas de austeridade, cortando serviços sociais, educação, saúde e empregos públicos, o Brasil investiu nisso tudo.

Além de expandir o Bolsa Família, Rousseff também liderou as tentativas bem sucedidas de aprovar legislação fixando que parte da renda do país com as reservas de petróleo será reinvestida na expansão da educação e saúde para os pobres.

Mas investir nas pessoas do Brasil significou menos lucro para os investidores internacionais. O um por cento do Brasil e o um por cento que internacionalmente estava lucrando com papéis brasileiros continuaram lucrando, porque a economia brasileira estava crescendo.

Mas, com a queda do crescimento, não consideravam o lucro suficiente, enquanto o Brasil investia no bem estar de seu próprio povo. E assim as elites decidiram que era hora de mudar.

Foi impressionante ver como praticamente quase toda a cobertura das eleições presidenciais no Brasil focou em como os “mercados” e os “investidores” apoiavam fortemente o competidor de Rousseff, o conservador — do ponto de vista fiscal — Aécio Neves. Foi impressionante ver como a confiança dos investidores diminuia cada vez que os números de Rousseff nas pesquisas subiam.

Os mesmos artigos citavam, no sexto ou sétimo parágrafo, que se era verdade que dezenas de milhões de famílias tinham saído da pobreza por causa da política econômica de Rousseff e de seu partido, o baixo crescimento e a inflação eram problemas. O que os artigos não mencionavam é que apenas os extremamente ricos não estavam sendo beneficiados pelas políticas do governo.

E, assim, como é que Rousseff ainda conseguiu vencer, quando tanto a cobertura da mídia quanto os investidores estavam fortemente contra ela?

Porque, no Brasil, o voto é obrigatório. Quando os pobres tem acesso igual às cabines de votação, tem a oportunidade de apoiar seus próprios interesses econômicos. E no Brasil, como na maioria dos paises, as mulheres são maioria entre os eleitores.

A mídia dos Estados Unidos e da Europa tentaram posicionar Marina Silva (que era a principal competidora de Dilma no primeiro turno) como candidata “da mudança”. Mas Marina caiu nas pesquisas quando ficou claro que, como evangélica, ameaçava os direitos dos gays, o planejamento familiar e o acesso a métodos contraceptivos que o partido de Dilma expandiu.

No Brasil estas não são consideradas questões “sociais”. O povo brasileiro as reconhece como questões econômicas centrais. O maior acesso a métodos contraceptivos fortaleceu a segurança econômica de comunidades. O acesso à saúde reprodutiva melhorou a saúde de mães e filhos. Mais direitos para a comunidade LGBTQ resultaram em maior segurança física e econômica para estas famílias. Os milhões de pessoas que se beneficiaram destas políticas não estavam apoiando um candidato “da mudança” para perder esses direitos.

As questões de gênero receberam pequena cobertura no Brasil, uma vez que as duas principais candidatas eram mulheres. Mas com Marina fora da disputa a questão voltou a ter importância.

Na verdade, muito da retórica em torno de Aécio Neves o definia como um patriarca que poderia controlar a economia brasileira e redirecioná-la do estado de bem estar de Rousseff.

Durante debate presidencial, Neves chegou ao ponto de se referir a Rousseff como “leviana”. A reação das eleitoras foi sentida imediatamente. Acusaram Neves de usar linguagem sexista para atacar uma mulher que foi guerrilheira marxista, presa e torturada por seu compromisso com a democracia, uma economista que serviu como ministra antes de ser a primeira presidente do Brasil.

Ficou parecendo que os brasileiros aceitam a maior parte da lama que candidatos atiram uns nos outros durante os debates, mas não o chauvinismo.

Quando estamos a caminho de 2016 e Hillary Clinton, Elizabeth Warren e outras mulheres consideram disputar o direito de se tornar a primeira presidente dos Estados Unidos, elas deveriam ficar de olho no livrinho de táticas de Rousseff.

Warren já está liderando a campanha contra a desigualdade. As duras críticas dela contra os bancos e o mercado, que apoiam interesses dos muitos ricos às custas dos mais vulneráveis, tem recebido aplausos em pé onde quer que ela vá.

Se Hillary Clinton vai tentar de novo a presidência, precisa desenvolver uma agenda econômica que incorpore estes temas com um detalhado plano de ação.

Da mesma forma que Warren tem sido a campeã da classe média, Clinton tem sido uma consistente defensora da segurança econômica e física das mulheres. O discurso dela em Beijing, em 1995, quando declarou que “os direitos das mulheres são direitos humanos” se tornou o mantra do Departamento de Estado enquanto ela foi secretária.

Pela primeira vez, o Departamento criou um escritório focado exclusivamente nos direitos internacionais das mulheres. Agora é comum se dizer que, quando secretária de Estado, Clinton visitou mais países e encontrou mais chefes de Estado que qualquer antecessor. Mas menos conhecido é o fato de que Clinton, em cada um destes países, exigiu se encontrar com líderes de movimentos feministas e tornou a segurança econômica e física das mulheres um tema de sua agenda diplomática.

As mulheres — candidatas, colunistas, doadoras de campanha, eleitoras — terão um tremendo impacto nas próximas eleições dos Estados Unidos. Se este país está às vésperas de eleger sua primeira presidenta, os interesses econômicos das mulheres e de suas famílias deveriam ficar no centro do palco.

Dilma Rousseff não foi eleita e reeleita por ser mulher. Mas, para vencer, precisou de forte apoio das mulheres. Para garantir seus votos, defendeu uma política econômica que promoveu e protegeu a segurança econômica das mulheres e de seus filhos, não dos investidores e dos mercados.

As mulheres são maioria entre os eleitores dos Estados Unidos. Agora é hora de colocar seus interesses em primeiro plano, pelo bem da Nação.

*Heather Arnet is the CEO of the Women & Girls Foundation, Board Chair of the Ms. Foundation for Women, and Writer/Director of the documentary, “Madame Presidenta: Why Not U.S.?”

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Esses monstros chamados bancos


O negócio que dá lucros à banca é criar dinheiro do nada gerando dívida sem cessar. Com isso, adquiriu um poder político imenso, diabólico.


CARTA MAIOR
27/10/2014 - Copyleft



Juan Torres López



Os bancos privados desfrutam de uma mordomia extraordinária: cada vez que concedem um crédito criam dinheiro. Não moedas ou notas, que é o que a gente normal e corrente acha que é o dinheiro, mas sim dinheiro bancário, isto é, meios de pagamento através das suas contas.


Quando recebem os depósitos dos seus clientes, os bancos não os mantêm totalmente em reserva para fazer frente aos saques que estes solicitem; conservam em caixa apenas uma parte mínima, e dispõem do resto para realizar empréstimos (por isso se diz que é um sistema bancário de reserva fracionária).Como dizia o Prémio Nobel da Economia Maurice Allais, isso significa que os bancos criam dinheiro ex nihilo, do nada.


O fenómeno é fácil de entender: Pôncio dispõe dos únicos 100 euros que há na economia e deposita-os num banco. Com o seu cartão de débito ou com os seus cheques pode realizar pagamentos no valor de 100 euros. Se o banco concede um crédito de 20 euros a Pilatos mediante uma simples anotação contábil, este poderá gastar esses 20 euros. Assim, desde esse mesmo instante, já há 120 euros em meios de pagamento. O banco criou 20 euros de dinheiro bancário.

Como isto se faz sucessivamente e sem descanso, resulta que os bancos “multiplicam” sem cessar os meios de pagamento, na mesma medida em que vão criando mais dívida. Como dizia o Prémio Nobel da Economia Maurice Allais, isso significa que os bancos criam dinheiro ex nihilo, do nada.

Na Europa, a proporção dos depósitos que hoje os bancos são obrigados a manter em reserva é de 1% no caso de se tratar de depósitos a menos de dois anos ou que se possam retirar sem pré-aviso, e de 0% nos demais. Isso implica que, se supomos que os clientes não retêm dinheiro nas suas mãos (o que hoje em dia sucede quase sempre graças aos cartões), um banco pode criar do nada 100 euros cada vez que um cliente deposita nele 1 euro, a menos de dois anos, e tanto quanto quiserem, nos restantes casos.

Este é o negócio que dá lucros à banca: criar dinheiro do nada, gerando dívida sem cessar.

Logicamente, os bancos não deixaram nunca de aproveitar essa oportunidade e dedicaram-se a impor as condições que obriguem as empresas, as famílias ou os governos a endividarem-se continuamente. 

Por exemplo, fomentando a moradia em propriedade em vez de em aluguer, cortando salários, permitindo que se deem créditos hipotecários acima do valor da casa, subindo artificialmente o preço da moradia, desagravando fiscalmente os juros de maneira a ser mais rentável endividar-se do que autofinanciar-se, etc.

Essa é a causa, e não outra, para o crescimento constante da dívida. É também por isso que os bancos têm crises às duas por três, já que criar dívida dessa forma faz com que o valor dos seus créditos se afaste constantemente do que têm os seus depósitos e o seu capital em geral.

Em junho passado publicaram-se os últimos dados anuais que permitem comprovar a relação entre o capital e os ativos dos 50 bancos maiores do mundo. Ainda que não seja exatamente entre depósitos e créditos, a relação reflete perfeitamente como tem crescido o negócio bancário e a razão de sua permanente instabilidade.

Há casos verdadeiramente impressionantes, como o do Wells Fargo Bank dos Estados Unidos, que tem ativos num valor 2.646,6 vezes maior que o do seu capital.

Esses 50 megabancos têm ao todo um capital de 772.357 milhões de dólares, enquanto os seus ativos têm um valor 87,6 vezes maior (67,64 biliões de dólares). Mas há casos verdadeiramente impressionantes. 

O recorde é o do Wells Fargo Bank dos Estados Unidos, que tem ativos num valor 2.646,6 vezes maior que o do seu capital. Seguem-se o LesiguenCitibank, com uma relação de 1.793,3 a um e o ING, que tem 1.550,3 dólares em ativos para cada dólar de capital.

No ranking encontram-se o Banco de Santander, no 15º lugar e com uma relação de 196,9 dólares em ativos pela cada dólar de capital, e o BBVA, no 35º lugar e com uma relação bem mais baixa, de 20,5 para um (a lista completa pode ser vista no Bankers Almanac).

O sistema de reserva fracionária dá origem a estes monstros financeiros que se apoiam no nada, sendo materialmente impossível manterem-se em pé sem caírem nalgum momento. A história demonstrou-o dúzias de vezes.

Mas ainda que o sistema seja perigosíssimo, a banca adquiriu graças a ele um poder político imenso, diabólico, que se estende a todos os resquícios da sociedade e lhe permite obrigar a que sejam os cidadãos a suportar os custos multimilionários que gera cada vez que cai.

Vivemos, pois, num sistema que permite que a utilização de um elemento essencial para criar riqueza, emprego e satisfação humana como o dinheiro, que está para a economia como o sangue para o corpo humano, dependa exclusivamente da vontade de um grupo social privilegiado. E que, além disso, o utiliza da forma mais esbanjadora e cara, criando uma dívida crescente que afoga a vida económica.

Olhe-se por onde se olhar, não há outra alternativa senão acabar com o sistema de reserva fracionária e considerar o crédito como um serviço público essencial, obrigando a banca, seja de propriedade privada ou pública, a governá-lo estritamente à luz desse princípio. 

Isso não só permitiria evitar o inferno criado por cada crise que o sistema bancário atual recorrentemente provoca, como também utilizar o dinheiro, que é um bem comum, para financiar convenientemente empresas e consumidores, e que os juros (que poderiam ser mínimos ou utilizados só como instrumento de estabilização) revertessem para o Estado, aliviando uma parte imensa da atual carga fiscal.

Direita tenta o último golpe de Outubro

Inconformados com o resultado das urnas, PSDB pede auditoria das urnas

PORTAL VERMELHO

31/10/2014

O PSDB entrou com pedido nesta quinta-feira (30) junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de “auditoria especial” do resultado das eleições. 

A ação, assinada pelo coordenador Jurídico Nacional do PSDB, o deputado Carlos Sampaio (SP), pede que seja autorizada a criação de uma comissão formada por técnicos indicados pelos partidos políticos para a fiscalização dos sistemas de todo o processo eleitoral.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos


Valter Campanato/ Agência Brasil
 

 

No pedido, os tucanos afirmam que não estão colocando em dívida a lisura da apuração e o trabalho do TSE, mas que com base nas manifestações nas redes sociais “uma somatória de denúncias e desconfianças por parte da população brasileira” passou a existir, e, portanto, segundo o PSDB, é preciso sanar essa “desconfiança”.

Apesar do pedido, Sampaio fez questão de afirmar que não se trata de recontagem dos votos, mas de uma medida para evitar que teorias de que houve fraude no processo continuem sendo alimentadas e colocando em xeque a postura adequada da Justiça Eleitoral.

“Nas redes sociais os cidadãos brasileiros vêm expressando, de forma clara e objetiva, a descrença quanto à confiabilidade da apuração dos votos e a infalibilidade da urna eletrônica, baseando-se em denúncias das mais variadas ordens, que se multiplicaram após o encerramento do processo de votação, colocando em dúvida desde o processo de votação até a totalização do resultado”, diz o texto.

Contradição tucana

Mas o mesmo documento se contradiz, dizendo que a diferença de três horas entre o encerramento da votação no Acre e os demais Estados que seguem o horário de Brasília e a margem apertada de diferença “são elementos que acabaram por fomentar, ainda mais, as desconfianças que imperam no seio da sociedade brasileira”. Ou seja, o que era apenas uma denúncia nas redes virou “desconfiança no seio da sociedade”.

Para justificar tal pedido, o PSDB cita uma petição virtual feita por eleitores de Aécio Neves que conta com 60 mil internautas. Petições virtuais, como o próprio nome diz, não têm validade jurídica no Brasil.

 De acordo com o professor de direito constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF) Cláudio Souza Neto, as assinaturas online são informais e meramente políticas.

As redes sociais são importante ferramenta de comunicação, mas também de desinformação. Casos recentes de boato levaram à morte brutal por linchamento de uma mulher, uma mãe de família, no Guarujá, litoral de São Paulo, porque ela era parecida com o retrato falado de uma sequestradora de crianças.

Farsa do "mesário" de Campina Grande

Um dos casos citados da fraude nas eleições amplamente repercutidas nas redes sociais foi o de um suposto mesário de Campina Grande chamado Ricardo Santiago, que publicou noFacebook uma foto de um Boletim de Urna “provando” que a urna de sua seção já estava com 400 votos a favor do PT antes do início da votação. 

O boletim de urna é uma impressão feita em papel por cada urna eletrônica de votação. Antes do início da votação, ou seja, antes das 8 horas, o presidente da seção, na presença dos demais mesários, emite a chamada zerésima que mostra que não existe voto registrado. E, ao final da votação, é emitido um novo boletim com os votos computados.

O dito mesário publicou foto desta “zerésima” que já exibia a quantidade inicial de 400 votos totalizados para Dilma e “zero” para o candidato Aécio Neves. O seu post foi compartilhado milhares de vezes nas redes sociais juntamente com inúmeros comentários.

O site E-farsas.com, que existe desde 2002 e busca desmistificar histórias que circulam na internet, afirma que o post não passou de uma mentira. De acordo com o site, o boletim da urna fotografado por Ricardo Santiago apresenta o número 16589 e o código de identificação 725.847.686.947.768.967.103.448.

Transparência do TSE

“Já falamos aqui no E-farsas que as urnas eletrônicas não são 100% seguras, mas para conseguir fraudar uma urna seria preciso da ajuda de muita gente (que vigia todo o processo eleitoral). No caso dessa suposta denúncia, podemos afirmar com certeza de que se trata de farsa!”, diz a matéria publicada no site por Gilmar Lopes, dia 28 de outubro.

Com base nas informações da foto postada pelo dito mesário Ricardo Santiago, o E-farsas.comaponta que o “denunciante” não mostrou a seção e a zona eleitoral de onde o boletim supostamente teria sido impresso. Mas ainda assim, segundo o site, a numeração correspondente à votação do Aécio Neves possui somente um dígito. Os demais campos numéricos possuem quatro dígitos, o que já denuncia a manipulação.

Mas a prova irrefutável é o código de identificação de carga de número 725.847.686.947.766.967.103.448, mostrado no papel impresso. Por meio desse número é possível rastrear a origem da tal urna supostamente fraudada.

Como estabelece a lei, o Código de Identificação de Carga é criado no momento de configuração da Urna Eletrônica para uma determinada seção e não se repete. É um número público, ou seja, está disponível para acesso de qualquer cidadão, inclusive pela internet. Além disso, esse código único fica armazenado no banco de dados dos TREs, que só recebem os resultados das votações de urnas que apresentarem esse código. “Essa chave é tão específica para cada urna que se o mesmo equipamento fosse configurado algumas horas antes (ou depois), seu código já seria outro”, ressalta o site.

Com base nesse código, o E-farsas afirma que a urna do Campina Grande, na Paraíba, citada pelo suposto mesário é na verdade do Rio de Janeiro. O site, além de apontar a mentira, foi verificar a votação real da urna citada: 144 votos para Dilma e 172 votos para Aécio, totalizando 353 votos. Ao contrário do que dizia opost que mostrava 400 votos.

Golpismo

O fato é que os neoliberais não se conformam com o resultado das eleições. Depois de tentar um golpe midiático às vésperas da eleição, por meio de matéria de capa da Veja, com um suposto depoimento do doleiro Alberto Youssef, que teria dito que Lula e Dilma sabiam dos desvios dentro da Petrobras, agora, tentam deslegitimar o voto do povo brasileiro.

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Sem apresentar um único fato que leve o TSE a tal procedimento, o que juridicamente sustentaria tal pedido e até mesmo “desconfiança”, o PSDB baseia-se apenas nos boatos e mentiras para deslegitimar as eleições e, ao mesmo tempo, legitimar a campanha de boatos e mentiras das redes sociais. 

Essa campanha que tenta desqualificar as urnas eletrônicas não é de hoje. A grande mídia tem feito um esforço para que o eleitor, o cidadão brasileiro, tenha um descrédito nos políticos e na política. É claro que para tal, tem contando também com a contribuição de maus políticos, mas isso é tema para outra matéria. Mas o fato é que a grande imprensa tem buscando fomentar essa dúvida.

Tecnologia a serviço do povo

A tecnologia é parte da vida de todos e tem contribuído no avanço da humanidade em diversas áreas e não seria diferente no processo eleitoral. Num país continental com mais de 140 milhões de eleitores, além de ser um facilitador, a tecnologia é uma necessidade.

Desde 1996 o Brasil utiliza as urnas eletrônicas. Primeiro, nas eleições municipais e, posteriormente, em 2000, o processo passou a ser totalmente informatizado. A segurança do sistema, assim como nos bancos, por exemplo, é feita por uma série de barreiras técnicas e humanas, que conjugadas garantem a lisura no pleito.

Além de facilitar o voto do eleitor, as urnas eletrônicas garantem a rapidez no resultado das eleições, sendo um recorde mundial de apuração de votos. Um exemplo para todo o mundo.

Para justificar a argumentação de que o Brasil deve voltar ao papel, alguns se utilizam do argumento de que EUA não utilizam o sistema eletrônico. Mas esquecem de dizer que a eleição norte-americana é completamente diferente do processo eleitoral brasileiro, a começar que o voto no Brasil é direto. 

Para os que desconfiam do processo brasileiro, o que dizer, por exemplo, do fato de que nos EUA a cédula pode ser enviada até por fax ou por e-mail? Além disso, no sistema americano, o voto inclui uma série de questões estaduais apresentadas aos eleitores, chegando a ter duas páginas para resposta. Vota-se para presidente, senador, deputado e mais 16 cargos estaduais e municipais, além de integrantes do conselho de educação e juízes distritais.

Mais democracia e menos corneteiros

O exercício da democracia é um aprendizado. Mas é coisa séria. Muitos querem tratar as eleições como um jogo de futebol em que os corneteiros podem ficar gritando e pressionando o juiz para mudar o rumo do jogo. 

O corneteiro da Veja, o colunista Reinaldo Azevedo, diz em artigo: “Que se faça a auditoria. Reitero que não tenho elementos para desconfiar das urnas, mas milhões de eleitores julgam ter, e eles merecem, sim, uma resposta”. Que milhões de eleitores? Contou no Facebook, Azevedo?

Mas o mesmo Azevedo diz que “pessoas tecnicamente competentes, que conhecem a área, me dizem que seria muito difícil isso acontecer — há quem sustente ser impossível. Sem entrar em minudências, digo que me deixei convencer”.

Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, coordenador da campanha de Dilma, o pedido do PSDB é uma tentativa de forçar um 3° turno. “É inacreditável e vergonhoso. O PSDB insulta a democracia e o povo brasileiro. É um desserviço à democracia e um desrespeito à vontade do povo”, pontuou.

Já o vice-presidente da Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia (SP) disse que a atitude é lamentável. “Se não apresenta prova, se orienta por boato, ele desrespeita o TSE. Uma representação dessa é negar a lisura dos ministros do TSE", afirmou.

Chorar faz bem

As regras são claras. Os insatisfeitos tem o direito de se sentirem assim. É parte inerente do ser humano, aliás, uma qualidade que promove as mudanças. Mas não podem querer passar por cima da Constituição e da vontade do povo para atender aos seus anseios.

Há no Brasil 142.822.046 eleitores aptos a votar. Desse total, foram às urnas no segundo turno da eleição 112.683.879 eleitores. Destes, 54.501.118, ou 51,64%, votaram em Dilma, isso contando a maioria dos eleitores mineiros que tiveram Aécio Neves como governador por dois mandatos. Aceitem.

Com informações de agências

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Dilma, entre dois fogos



Por Rodrigo Viannaoutubro 30, 2014 11:11Blog O ESCREVINHADOR

“A saída não está num extremo (só negociação congressual) nem no outro (ignorar o Congresso e partir para o confronto na rua). Mas numa composição das duas táticas. Dilma precisa negociar, sim. Mas tem que sair do Palácio e fazer o debate, usando a força que vem da rua. A direita pode enforcar-se na corda de sua arrogância.”

Dilma não pode tirar os olhos da rua

Dilma não pode tirar os olhos da rua

por Rodrigo Vianna

O governo Dilma terá a dura tarefa de se equilibrar entre dois fogos.

De um lado, está a força das ruas – que empurrou Dilma para a vitória. De outro, está o “centrão” no Congresso.

Sejamos claros. Na Câmara, a centro-esquerda (PT, PCdoB e mais alguns votos no PSB e PDT) tem menos de 100 deputados. Isso mesmo: cerca de 20% da Câmara, apenas!

O PMDB – que seria o aliado de “centro” a garantir estabilidade – envia sinais de rebelião. Mas Dilma não pode prescindir do centro para governar…

O PSD de Kassab deve assumir papel importante. Pode-se aglutinar, em torno do PSD, uma base de apoio de centro que ofereça a Dilma um contraponto, se o PMDB de Eduardo Cunha insistir na chantagem. Na teoria, PSD/PR/PP/PDT podem formar um bloco com mais de 120 deputados (o dobro do PMDB).

De toda forma, é um xadrez complexo. Se ceder demais ao centro no Congresso, Dilma desagradará as ruas – onde colheu o apoio que lhe garantiu a vitória numa campanha em que o cerco midiático conservador chegou a níveis semelhantes ao de 1954, no ataque final a Getúlio Vargas.

A situação de Dilma pode encontrar paralelo também no governo Jango. Ele era pressionado pela esquerda – para avançar nas Reformas de Base. Só que o aliado PSD (partido de centro), rechaçava as reformas. Jango queria a reforma possível – que pudesse ser aprovada no Congresso. Pressionado pela esquerda, foi para o tudo ou nada. Perdeu apoio do PSD, e foi derrubado por um golpe em 1964.

Dilma enfrenta dilema semelhante. Com duas diferenças:

- a presidenta tem a legitimidade conferida pelas urnas; precisa usar o capital político agora, para romper o cerco conservador (Jango fora eleito como vice, e assumiu o cargo após a renúncia de Janio em 1961);

- Dilma tem em mãos o roteiro para  romper esse cerco – um Plebiscito para a Reforma Política.

Como convocar o Plebiscito? Sob quais regras? Em que momento? Isso vai decidir o futuro do embate político em curso no Brasil. A vitória de Dilma nas urnas foi só uma batalha – a guerra será prolongada.

Assim como na campanha eleitoral, a afoiteza do conservadorismo pode-se virar contra seus próprios interesses. Lembremos: passado o primeiro turno, FHC (“quem vota no PT é desinformado”) e milhares de apoiadores de Aécio (“nordestinos vagabundos”)  deixaram claro para o Brasil o ódio antinordeste e antipovo que os movia. Isso deu a Dilma uma votação consagradora no Nordeste e moveu a esquerda (inclusive a esquerda não-petista, como ficou claro no Rio e mesmo em São Paulo) contra o PSDB.

O excesso de força e a arrogância elitista foram componentes da derrota tucana. Agora, pode-se dar o mesmo.

Passada a eleição, o PMDB exibe seus vetos, derruba a proposta de participação popular. É um sinal claro: não queremos povo no meio do salão! O PSDB de Aloysio e outros trogloditas vai pra tribuna avisar : “não haverá trégua”.

Isso tudo alegra o núcleo duro do tucanato (na mídia comandada por mervais e outros derrotados). Mas, ao mesmo tempo, tem caráter didático para unir mais gente em torno de Dilma. A direita pode enforcar-se na corda de sua arrogância.

A presidenta precisa sair do Palácio e fazer o debate, mostrando quem quer impedir as reformas no Brasil.

Dilma – com apoio de Lula – precisa manter o povo na rua. Só isso permitirá que ela negocie – numa condição de mais força – com o centro no Congresso.

Ou seja, a saída não está num extremo (só negociação congressual) nem no outro (ignorar o Congresso e partir para o confronto na rua). Mas numa composição das duas táticas.

O PT até hoje abdicou da rua, resolvendo tudo com conciliação. Esse tempo acabou.

Mas não sejamos ingênuos, nem extremistas. A negociação segue sendo necessária. A esquerda não tem força para impor sua agenda “pura” ao país. Apostar nisso é apostar num desastre.

Por último, o que pode oferecer um alívio a Dilma? Parte dos empresários e o setor menos amalucado do PSDB não vão apostar em terceiro turno. Os empresários querem um país em paz, pra fazer negócios. E Alckmin quer diálogo, pra evitar que São Paulo morra de sede.

Alckmin talvez tenha percebido que, se entrar nessa rota de “tocar fogo no país”, o PSDB também pode acabar tragado pela onda de descontrole que adviria de tal tática extremista.

O quadro é complexo. Mas Dilma tem trunfos na mão. Precisa usá-los logo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Quem vai sair do Brasil?



É pura bobagem o lero-lero que rola nas redes sociais, mesas de bar, encontros familiares.  Ninguém vai para os EUA por que a mineira Dilma Rousseff foi reeleita Presidenta. 

E ninguém vai pelo simples motivo de que lá não tem emprego, nem mesmo os subempregos que havia antes.

Relembro que milhares de brasileiros regressaram ao Brasil após a eclosão da atual crise do capitalismo em 2008 (desde então já retornaram mais de 400 mil brazucas). 

Então, quando a bravata de quem está indignado, sem saber ao certo o porquê e nem qual a solução adequada, tromba com a realidade nua e crua , ela se desmancha no ar como bola de sabão. 

Na Europa também não tem emprego. No velho continente a crise e a perversa  política dos governantes de direita a serviço do mercado financeiro destruíram 100 milhões de postos de trabalho. Lá também os trabalhadores é que estão sofrendo e pagando os ônus da crise. 

Emprego em alta tem é no Brasil, temos que valorizar nosso país e as políticas de defesa da produção e empregos nacionais, que são medidas que estão dando resultados contra a crise mundial. 

Hoje o Brasil é o país das oportunidades e o preferido para o investimento estrangeiro direto, coisa que a mídia esconde. 

Aqui devemos trabalhar e empreender negócios, há crédito disponível e vasto mercado consumidor. 

Não há fuga possível para nenhuma ilha da fantasia, é hora de se procurar viver cada vez melhor aqui e largar mão da mania colonizada de achar que aqui tudo é ruim e que lá fora é tudo bãodimaisdaconta. 

Nos governos Lula/Dilma foram criados 19 milhões e 700 mil empregos, cresceu a renda dos trabalhadores, criou-se um gigantesco mercado interno de mais de 120 milhões de pessoas, o que nunca houve em 500 anos. 

Enquanto isso, nos EUA a classe média não vê sua renda crescer há 15 anos, situação muito diferente do Brasil, que adotou política da valorização anual do salário. 

Agora, quem for rico, ah, esse pode ir pra qualquer lugar que queira, por que não precisa de trabalhar para viver,  né. Mas os ricos são ínfima parcela dos brasileiros, tipo 1% da população. 

O que tem muito é gente das classes médias achando que é rico, ô tristeza, indo na onda e caindo na arapuca que os barões do mercado financeiro armam para eles: acreditar que tudo que sai na TV, revista, jornal e rádio é verdade. 

Ninguém fica bem informado através desses meios de comunicação que manipulam a opinião pública, divulgam e escondem o que querem, como querem e quando querem, tudo para atingir objetivos calculados. 

Por isso o resultado da eleição de domingo com certeza deixou muita gente estonteada pelo choque entre o o castelo de ilusões fabricado pela imprensa empresarial e o Brasil real, que manifestou nas urnas o desejo majoritário de continuar as políticas de proteção do país e do povo, dizendo não à restauração neoliberal que Aécio representava. 

A mídia mercantil no Brasil formou um oligopólio odioso, em que apenas 9 famílias controlam 70% de tudo o que é divulgado aqui. Essa concentração escandalosa não existe nos EUA e países da Europa, por exemplo. 

É sempre bom lembrar o irreverente Raul Seixas, que se imortalizou, entre outras, com sua canção Cowboy Fora-da-lei :"eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz, não quero ir de encontro ao azar". 

Mas há alternativas nessa guerra de informações, controle e dominação ideológica. Há bons blogs e sites progressistas no Brasil, com informações e opiniões diárias sobre os caminhos para um melhor futuro para o nosso país e a nossa gente.

Assim é possível furar o bloqueio da chamada grande imprensa e descobrir que aqui existe um Brasil que funciona, que está se tornando mais justo, humano e solidário. 

Todos podem descobrir que aqui tem um lugar especial para trabalhar ou montar o seu negócio, que  ninguém precisa ir tentar a vida lá fora.




Justiça italiana livra Pizzolato, nega extradição e começa a desmascarar arbítrios da AP 470


A Justiça italiana negou o pedido de extradição de Henrique Pizzolato e determinou sua imediata soltura. Ele foi posto em liberdade ontem. 

Republico aqui as sérias e pertinentes reflexões do blog O CAFEZINHO. 

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BLOG O CAFEZINHO

Justiça italiana começa a desmascarar arbítrios da AP 470 

A mídia se aferrou somente ao argumento, por parte da defesa, da precariedade das prisões brasileiras, mas a sentença da Justiça Italiana que mandou soltar Henrique Pizzolato também afirma que não foi observado o direito de todo réu, conforme se exige de países signatários de acordos internacionais de direitos humanos, ao duplo grau de jurisdição.

Pizzolato era um cidadão comum, sem cargo político, então deveria ter sido julgado em primeira instância, e não num STF cheio de ministros acuados por um processo terrível de linchamento político.

Quando a Justiça italiana se debruçar sobre outras arbitrariedes, como a absoluta falta de provas para condenar Pizzolato, ou ainda, quando identificar que havia provas abundantes de sua inocência, teremos a desmoralização completa daquele que foi o capítulo mais vergonhoso da história do judiciário brasileiro: a Ação Penal 470.

E a culpa recai sobretudo na figura dos procuradores gerais, Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel, e do ex-ministro Joaquim Barbosa, que acumulou um poder plenipotenciário no julgamento da Ação Penal 470: foi o juiz responsável pela investigação, pela relatoria, pelo julgamento, pela apreciação de recursos, pela determinação das penas, e, por fim, autonomeou-se carcereiro dos condenados.

Tornou-se, com isso, o ídolo dos coxinhas, o justiceiro, mas violou todas as tradições democráticas.

A Ação Penal 470 já está desmoralizada junto a todo jurista minimamente honesto.

Falta agora descontruí-la junto a uma opinião pública envenenada, enganada, por uma mídia sem escrúpulos, muito mais interessada em vingança política do que em jornalismo ou justiça.

O julgamento de Pizzolato na Itália talvez ajude neste sentido.

*

Itália nega extradição e manda soltar Pizzolato

A Justiça da Itália rejeitou nesta terça-feira, (28/10), o pedido do governo brasileiro para extraditar o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado por envolvimento no mensalão e atualmente preso em Modena.

 O brasileiro poderá deixar a prisão ainda nesta terça. A Corte de Apelação de Bolonha julgou o pedido feito pelo governo brasileiro e decidiu que, diante da situação das prisões no Brasil, de sua condição de saúde e por ter cidadania italiana, ele não pode ser devolvido ao Brasil para que cumpra pena no País.

O Brasil vai recorrer da decisão, o que significa que o caso se arrastará por 2015, em uma Corte em Roma. 

Mas, enquanto isso, Pizzolato vai aguardar uma decisão em liberdade. Ainda nesta terça, ele será levado de Bolonha de volta para Modena e liberado. 

Num púlpito entre a bandeira da Itália e da União Europeia e debaixo da frase estampada na parede do tribunal “A Lei é igual para todos”, Pizzolato parecia envelhecido e cansado diante dos ornamentos da sala imponente do prédio do Judiciário. 

Para o julgamento, a corte reservou sua principal sala, com bancos de couro e uma arquitetura clássica. A audiência durou mais de cinco horas.

A defesa de Pizzolato ainda enviou aos juízes documentos da ONU condenando a situação das prisões no Brasil. 

Nos documentos enviados para a Corte de Apelação de Bolonha, os advogados de Pizzolato ainda insistiram que o julgamento do caso do Mensalão não respeitou um dos princípios da defesa, que é justamente o fato de ser julgado em mais de uma instância.

Recurso

Em Bolonha, o Brasil foi representado pela AGU e pelo Ministério Público Federal. Ambos já indicaram que vão recorrer da decisão. 

Mas o próprio governo indica que, se for novamente derrotado, vai propor que Henrique Pizzolato cumpra sua pena na Itália.


Fonte: Estadão Conteúdo

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Argentina condena militares à prisão perpétua por crimes na ditadura

28 de Outubro de 2014 - 12h15 
PORTAL VERMELHO

Argentina condena militares à prisão perpétua por crimes na ditadura


A Argentina condenou à prisão perpétua 15 militares da reserva e civis por violações dos direitos humanos cometidas em um centro clandestino de detenção na última ditadura argentina (1976-1983). Entre os condenados, está o ex-chefe da polícia da província de Buenos Aires, Miguel Etchecoltz, que já havia recebido a mesma sentença em outro julgamento.


Divulgação/Abuelas de la Plaza de Mayo
 No total, 15 pessoas foram condenadas; os crimes ocorreram em um centro de detenção ilegal, o La Cacha, onde houve prisioneiros torturados e o assassinato de 135 pessoas

 No total, 15 pessoas foram condenadas; os crimes ocorreram em um centro de detenção ilegal, o La Cacha, onde houve prisioneiros torturados e o assassinato de 135 pessoas

Os crimes ocorreram em um centro de detenção ilegal, o La Cacha, onde houve prisioneiros torturados e o assassinato de 135 pessoas.

Uma das vítimas foi Laura Carlotto, a filha de Estela de Carlotto, líder das Avós da Praça de Maio. A ativista estava presente no momento da sentença, junto a um grande público que aplaudiu a decisão.

Além dos militares da reserva, há membros do Serviço Penitenciário e civis, como o ex-funcionário do regime Jaime Smart. O tribunal sentenciou ainda um marine e outros três civis a penas entre 12 e 13 anos de prisão. Eles também receberão baixa das Forças Armadas.

Desde que a Argentina anulou as leis de anistia para a ditadura, há dez anos, 547 militares e ex-policiais foram condenados pela Justiça.

Fonte: Brasil de Fato

Que novos valores são esses, senador Aécio?


Honório Ângelo da Rocha*


O Brasil chegou nestas eleições, em 26 de outubro, mais forte do que nunca quanto aos valores cultivados nos últimos tempos pela maioria dos brasileiros/as e pelos setores populares e democráticos.  

A liberdade de manifestação não criminosa e as garantias democráticas foram plenas, um verdadeiro exemplo elogiado pelo mundo inteiro.  

O processo transcorreu de forma soberana: o tempo em que os Estados Unidos aportavam sua frota naval em águas brasileira para interferir no processo, ficou no lixo da história.  


Dilma convenceu a maioria do povo brasileiro de suas propostas, foi eleita, será empossada e governará por mais quatro anos os destinos do nosso país. 

O Brasil continua uno, solidário por sua maioria e ansioso para melhorar ainda mais as condições de vida de todos e todas.

 As instituições estão fortalecidas e “a corrupção continuará, como nunca neste país, a ser combatida, doa em que doer, não ficará pedra sobre pedra.”Presidenta Dilma.

Corruptores e corruptos virão a Luz em legítimos processos republicanos. Ninguém será acusado e condenado sem provas e julgamento. 

O devido processo legal e o principio da ampla defesa, como convém a qualquer democracia que se preza, serão garantidos.

Chama minha atenção, no entanto, novos comportamentos, atitudes e manifestações que tradicionalmente não apareciam, que na campanha foram açulados pela direita reacionária e que apareceram neste processo eleitoral.

Após o anúncio dos resultados pelo Tribunal Superior Eleitoral, não passou nem 24 horas pós-eleição de Dilma Presidente e já sobe um odor estranho dos chamados novos valores. 

Separatismo, fortes preconceitos reacionários, regionais e de classe; focos nazifascistas, fundos traços de autoritarismo e golpismo.

Nada mais legítimo do que o Estado  cuidar e apoiar os setores sociais mais vulneráveis como ocorre hoje no Brasil, bem como apoiar os setores mais dinâmicos da economia, como também acontece.

Vamos falar sério e deixar de hipocrisia, no  Brasil democrático de hoje tem bolsa pra rico, remediados e para os pobres também e todos, direta ou indiretamente, pagam seus impostos.

 Banco, construtoras, montadoras de automóveis, grandes conglomerados do varejo, o agronegócio e setores da classe média têm tido muito apoio do governo.

Investir em crescimento econômico, geração de empregos, distribuir renda, adotar politicas públicas de inclusão é uma obrigação do Estado.

Se aos setores mais vulneráveis da sociedade restar apenas as leis do ‘Deus Mercado’, de tratar igualmente os desiguais, já sabemos os resultados que darão: fome, miséria, desalento, desesperança, violência e gerações e gerações eternamente no ciclo criminoso da pobreza e da miséria. 

A avó era empregada doméstica,  daí a mãe, a filha, a neta, a bisneta, estarão condenadas a serem empregadas doméstica. 

E por aí vai, o avô que era servente de pedreiro, bóia fria, enfim... É preciso aceitar que a Lei Áurea já é secular.

Não, esses novos valores devem ser repelidos por todos que têm senso de justiça, solidariedade e de democracia. Não podem e nem devem prevalecer esses novos valores.

O Brasil só é hoje a sétima  economia do mundo porque seu povo é trabalhador, solidário e ama o seu país.

 A maior riqueza do Brasil é o povo brasileiro. Cuidemos dos valores republicanos e humanísticos sempre defendidos e cultivados pela ampla maioria da nossa gente.   


* Filiado ao PCdoB e Servidor aposentado da Universidade Federal de Goiás

Derrotados, rentistas lançam plano B: ministro da Fazenda independente

Portal Vermelho
28 de Outubro de 2014 - 18h50 

Derrotados, rentistas lançam plano B: ministro da Fazenda independente


Passados apenas dois dias do resultado de uma eleição de acirrada disputa, em que os representantes da oligarquia financeira saíram derrotados, agora o cassino da especulação tenta criar um terceiro turno das eleições, para emplacar um ministro da Fazenda que atenda os seus interesses.

Da Redação do Portal Vermelho, Dayane Santos


Agência Brasil
A presidenta Dilma já deixou claro que não vai se render à chantagem.

A presidenta Dilma já deixou claro que não vai se render à chantagem.

A economia foi um dos principais temas dessa campanha, tanto no primeiro como no segundo turno das eleições. Os adversários de Dilma disputaram quem apresentaria o plano de governo que mais atenderia aos desejos do mercado. Marina Silva (PSB) propôs a independência do Banco Central e o mercado aplaudiu. Aécio Neves (PSDB) não perdeu tempo e, além da garantia de “medidas impopulares”, tratou logo de dizer que o seu governo já tinha um ministro da Fazenda: Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo FHC e homem credenciado pelos especuladores como George Soros, de quem Fraga já foi funcionário.

Na bolsa, a cada subida da candidata nas pesquisas, o índice Ibovespa despencava e o dólar subia. Na imprensa, uma enxurrada de estimativas pessimistas foi lançada para respaldar a ideia de que a inflação estava descontrolada e o desemprego estava batendo à porta dos brasileiros. Na campanha, a pressão contra Dilma foi para que ela dissesse quais seriam as mudanças na economia no segundo mandato. A única coisa que conseguiram arrancar foi que, por uma decisão pessoal do ministro, Guido Mantega não ficaria na Fazenda no segundo mandato.

Dilma não cedeu à chantagem rentista e a realidade atropelou o terror inflacionário. A estratégia neoliberal foi recorrer ao caso Petrobras. Às vésperas do segundo turno, a revista Vejapublicou matéria de capa em que afirmava que, de acordo com depoimento do doleiro preso Alberto Youssef, Lula e Dilma sabiam dos desvios na Petrobras.

Golpe da Veja desmascarado

A mentira de pernas curtas foi desmascarada. A intenção da Vejade interferir no resultado das eleições foi denunciada a tempo pela própria presidenta em seu último programa de TV da campanha.

O golpismo midiático foi tão explícito que os demais veículos da grande imprensa não quiseram embarcar na onda da Veja. O diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, informou em carta enviada à Folha de S. Paulo que a emissora não repercutiu a reportagem porque a revista “não provou a denúncia com suas fontes”. Na carta, Kamel explica que noticiou os protestos em frente à sede da revista porque ”não poderia ser ignorado”.

A repercussão veio em efeito bumerangue. Matéria publicada no Portal Brasil 247 desta segunda (27), afirma que a direção da Editora Abril estava irritada com os efeitos da matéria. Segundo a matéria, o diretor de redação Eurípedes Alcântara teria sido chamado a um jantar na casa do presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa, ao qual também compareceram os redatores-chefes Lauro Jardim, Fabio Altman, Policarpo Jr. e Thaís Oyama, para dar explicações.

Nariz torcido

Derrotada nas urnas, a oligarquia financeira torce o nariz, mas é obrigada a aceitar Dilma como presidenta. E como o plano de um Banco Central independente foi por água abaixo, agora joga todas as suas fichas num “ministro da Fazenda independente”. Um ministro que tenha mais poderes que a presidenta Dilma, cujo papel seria reduzido à mera formalidade protocolar, sem interferência nas decisões da economia brasileira.

A Bolsa de Valores, que na segunda (27) caiu em 2,77%, nesta terça (28) opera em alta, sinalizando uma breve trégua, enquanto a presidenta não anuncia o nome que eles querem para o ministério. E como num cassino, as apostas e blefes crescem a cada instante, principalmente pela imprensa. 

A manchete do jornal Valor Econômico desta terça (28) chega a dizer que o ex-presidente Lula teria feito três indicações para a pasta da Fazenda: Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco; Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central; e Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda. Essa informação, que mais parece um boato, nada mais é que uma tentativa de emplacar um ministro ligado ao mercado. 

O colunista político Kennedy Alencar, em seu comentário na rádio CBN, diz que dos 39 ministros, Dilma pretende manter apenas dez, sendo que “a principal peça é a equipe econômica”. Segundo ele, foi “infeliz” a declaração de Guido Mantega, de que com a reeleição o povo aprovou a política econômica do governo. “Ora, a presidente quase perdeu por causa da política econômica. O mercado financeiro e o empresariado torceram contra a petista”, disse ele.

A coação do mercado financeiro é porque durante toda a campanha, a presidenta Dilma reafirmou que a sua preocupação é com o emprego, a melhoria da renda do trabalhador e da vida das pessoas. “Não somos aqueles que só pensam nos banqueiros e nos juros. Somos aqueles que querem melhorar a vida de cada família”, asseverou Dilma em campanha no Rio de Janeiro, dia 20 de outubro.

Sem chance

Para o mercado financeiro, como apontou a revista The Economist – panfleto dos rentistas – as conquistas sociais “não são palpáveis”. A medida concreta que eles querem é ajuste fiscal e juros na estratosfera para pagamento da dívida pública à custa da estagnação econômica, desemprego em massa.

O presidente do PT, Rui Falcão, em coletiva de imprensa nesta segunda (27), afirma que o eventual indicado precisará apenas de uma coisa: “Comungar e manter a atual linha econômica do governo, mais voltada ao mercado consumidor e ao mercado de trabalho. Não podemos nos pautar pelo mercado financeiro”.

Dilma, por sua vez, em entrevista também nesta segunda (27), um dia após a vitória nas urnas, manteve o tom da campanha e mostrou que não vai ceder a chantagem: “Não tenho o menor interesse em fazer essa discussão agora. No tempo exato, eu darei os nomes”.

O Brasil dobrou a aposta na democracia social


 Carta Maior
Editorial
Por Saul Leblon
27/10/2014


Não foram apenas 3 pontos. Foram 53,5 milhões de brasileiros que decidiram dobrar a aposta na construção de uma democracia social.

Não foram apenas três milhões de votos.

A importância histórica deste 26 de outubro de 2014, quando as urnas deram um segundo mandato à Presidenta Dilma Rousseff, e um quarto e sucessivo governo progressista ao Brasil,  não pode ser medida apenas pela  margem de três pontos que marcou a derrota conservadora.

Em primeiro lugar, não foram apenas três pontos.

Por trás deles, a sustentá-los com desassombro e resistência, estão 53,5 milhões de brasileiros que decidiram avalizar o passo seguinte do projeto iniciado em 2003, dando-lhe mais quatro anos no comando do país.

É uma vitória tão monumental quanto o gigantesco aparato que foi preciso derrotar para atravessar essa dúzia de anos e obter a dianteira nas urnas no último domingo.

Há um filme à espera de um diretor, e ele precisa ser feito para que se possa visualizar o conjunto dos interesses, as massas gigantescas de forças que se uniram, dentro e fora do país, na tentativa de capturar o processo democrático brasileiro em um torvelinho de incerteza, medo, crispação política, sabotagem econômica, boatos, manipulação midiática e envenenamento do imaginário social.

A disputa  encerrava uma dimensão geopolítica capaz de influenciar os acontecimentos na América Latina e a agenda da luta pelo desenvolvimento em diferentes partes do mundo.

Não era pouco o que estava em jogo, portanto.

De um lado,  a agenda da restauração neoliberal no país; de outro, o aprofundamento de um projeto de desenvolvimento soberano, associado à justiça social.

Avulta até aos mais distraídos os lances de audácia golpista desfechados contra o discernimento da sociedade nos meses, nas semanas, nos dias e horas que antecederam o escrutínio dessa disjuntiva.

Enganou-se quem imaginava que a capa criminosa de Veja, na edição delivery para a campanha de Aécio, em que buscava incriminar diretamente Dilma e Lula com o escândalo da Petrobrás, seria o auge, a bala de prata da véspera.

Não era.

Com o país já nas filas da urna veio o novo petardo.

Um boato de envenenamento do delator do caso Petrobrás, tinha o ardiloso propósito de confirmar o enredo fraudulento veiculado por Veja, e induzir o voto pelo medo e a indignação.

O assunto mereceu uma entrevista ao vivo, feita pela rádio CBN, com o candidato Aécio Neves.

Repita-se: isso, enquanto milhões de eleitores se encaminhavam para as urnas.

Foi um ensaio de golpe paraguaio, talvez só abortado pela presunção conservadora de que a eleição estava ganha.

Portanto, é preciso reafirmar alto e bom som: em 26 de outubro Dilma conquistou uma vitória histórica.

 Aécio Neves foi derrotado. E duplamente, porque perderia de novo em seu estado natal, onde Dilma abriu uma vantagem de cinco pontos sobre o tucano.

Vale dizer que ali onde o candidato do PSDB   governou por duas vezes e fez  toda a sua carreira,  Dilma conquistou uma vantagem superior à obtida na média nacional.

Está longe de ter sido uma vitória qualquer.

Mas, sobretudo, foi uma vitória da coragem do eleitor humilde e solitário que enfrentou, resistiu e não se dobrou diante do paredão midiático  antipetista, confiando seu voto em Dilma.

É evidente que um Presidente da República, vencido esse Rubicão tormentoso, tem a obrigação de conduzir a pacificação, como Dilma já acenou  que o fará em  pronunciamento, em Brasília,  logo depois de proclamada a vitória.

Trata-se de erguer pontes entre as margens extremadas da disputa. Desarmar a crispação conservadora. Desautorizar o revanchismo dos que não aceitam a urna quando perdem. E fustigar o preconceito dos que desvalorizam o voto do pobre que não elege o rico.

Mas que fique claro a natureza do que aconteceu no último domingo de outubro no Brasil: o país dobrou a aposta na construção de uma democracia social no século XXI no coração da América Latina.

A negociação, portanto, deve ocorrer em torno desse projeto.

E não de qualquer outro que o desautorize, ou pretenda emasculá-lo. 

A negociação deve contribuir para dotar o projeto vitorioso nas urnas das ferramentas democráticas e institucionais necessárias à pavimentação do seu percurso na vida da nação.

É nesse ponto que a reflexão sobre a vitória se entrecruza com outra questão central.

Aquela não poucas vezes tratada neste espaço e que na verdade antecede e se superpõe ao resultado da urna.

A esfinge que desafia o campo progressista brasileiro é uma versão turbinada da encruzilhada que assola a esquerda mundial, desde que ela passou a disputar os votos da sociedade para gerir o Estado, ainda sem ter o poder de modifica-lo.

E, portanto, com o desafio de construir uma correlação de forças capaz de viabilizá-lo.

A assimetria não é ignorada pelo PT.

“(o partido) é  prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção e de uma atividade parlamentar que dificulta a mudança, a despeito da vontade das forças progressistas (...) As medidas de reforma do Estado não foram capazes de remover os obstáculos burocráticos que criam empecilhos para o avanço mais rápido dos grandes projetos de infraestrutura, vitais para dar nova qualidade a nosso desenvolvimento” .

O trecho acima consta do texto-base do V Congresso do PT e grita a sua atualidade diante das expectativas e tarefas postas pela vitória deste domingo.

Não por acaso, em seu pronunciamento, já reeleita, a Presidenta Dilma   reiterou o compromisso matricial do segundo mandato com  a reforma política e a Constituinte exclusiva para implementá-la.

Não se trata apenas de arejar as instituições contra o efeito corrosivo do financiamento de partidos e candidatos pelas plutocracias.

É também uma questão de vida ou morte da engrenagem do desenvolvimento.

Transformações democráticas fornecem, muitas vezes, a única alavanca capaz de remover obstáculos econômicos intransponíveis quando abordados no âmbito de sua própria lógica.

Os impasses sobrepostos na engrenagem do desenvolvimento brasileiro –de natureza cambial, industrial e monetária--   implicam romper estruturas anacrônicas, descontentar interesses calcificados e construir novas turbinas de dinamismo.

Durante boa parte de seu ciclo de governo, o PT acreditou que era possível reacomodar essas variáveis com ajustes a frio, ao largo de uma contrapartida de maior participação democrática dos principais beneficiados por essas transformações.

Os acontecimentos da mais feroz campanha eleitoral travada na história do  país deram ao campo progressista uma segunda chance de se desfazer dessas ilusões.

O trunfo nas urnas foi crucial para aliviar o torniquete conservador que imobiliza a ação econômica do governo desde meados de 2013. 

 Mas está longe de encerrar a disputa.

A curto prazo ela talvez até se acirre.

Construir uma alternativa à lógica rentista que exaure a sociedade, tem maioria no legislativo, detém meios financeiros para sabotar a economia e dispõem de um oligopólio midiático especializado em subordinar   as expectativas da sociedade aos seus desígnios, não se faz do dia para a noite.

Sobretudo, não se fará sem um protagonista social que a conduza.

Justamente porque avançou muito nos últimos anos, explorando as linhas de menor resistência, mas também indo além delas em algumas áreas, o Brasil talvez esteja muito perto de ter atingido o limite nessa trajetória a frio.

Não avançará muito mais a partir de agora se menosprezar os interesses catalisados pelas políticas populares dos últimos dez anos.

Os avanços concretos amplamente reconhecidos no cotidiano do país –tanto que deram um novo mandato a Dilma--   formam os pilares dessa travessia.

Mas o que consolida a ponte entre o velho e o novo é o salto no discernimento histórico da sociedade.

Sua emergência requer informação plural e participação direta nas grandes decisões que dirão presente na agenda do segundo mandato da Presidenta Dilma.

Desse conjunto poderá nascer a nova hegemonia, da qual a democracia social brasileira depende para existir.

Mas ela ainda não existe. E há quem pretenda que isso nunca venha a ocorrer.

O escândalo da revista ‘Veja’  mostrou apenas  a ponta de um iceberg que se mantém intacto após o resultado das urnas.

Subestimar seu poder de fogo, mais uma vez, envolve o sério risco de se criar um desencontro definitivo entre a construção negociada de uma democracia social no país e as forças sociais  dispostas a bancá-la.

Dilma e o Brasil ganharam mais quatro anos para evitar esse desfecho.

Convém não desperdiçar o tempo.

O outro lado não o fará.