O ilustre jornalista Barbosa Lima Sobrinho costumava dizer que no Brasil só existiam dois partidos: o de Tiradentes e o de Silvério dos Reis.
Acolho essa divisão para contextualizar as eleições em curso. Peço vênia também a Noel Rosa para parodiá-lo na abertura do título do artigo, apesar do personagem.
Em 1792 a elite dominante apoiou o enforcamento de Tiradentes, herói que lutou pela Independência do Brasil na Inconfidência Mineira.
Em 1964 a elite apoiou o golpe militar.
Neste 2014, trava-se uma luta político-ideológica-eleitoral decisiva pela Presidência, pelos rumos do nosso país.
No campo popular e democrático, o lado de Tiradentes, em defesa do pré-sal, emprego, salário valorizado, avanços na educação, saúde, transporte, segurança; defesa da indústria, da produção agropecuária e da soberania nacionais, temos Dilma (PT, PMDB, PCdoB, PDT, PR, PP, PROS, PRB, PSD).
Do outro lado, os Silvério dos Reis, o PSDB/DEM/PPS, o entreguismo neoliberal e seu candidato Aécio, que querem o Brasil submisso aos EUA, FMI e banqueiros. Contam neste segundo turno com o apoio de Marina, Rede, o equivocado PSB e demais forças à direita.
Nos EUA a classe média não tem aumento de renda há 15 anos.
Na Europa, a tal austeridade neoliberal jogou milhões de trabalhadores no desemprego, despejo, suicídio, miséria, depressão econômica.
O Brasil tem o mais baixo índice de desemprego da história, graças às políticas anticíclicas e desenvolvimentistas de Lula/Dilma.
A corrupção é uma praga que assola todos os países. Tinha e tem, e muita, nos governos do PSDB também, só que essas são, na grande maioria, abafadas e engavetadas (mensalão tucano/mineiro, trens e metrô em SP, venda da VALE por R$ 3 bilhões - quando valia mesmo eram R$ 100 bilhões - compra de votos para a reeleição de FHC, caso SIVAM, pasta ROSA, escândalo dos Bancos Marka e FonteCindan, escândalo da privatização das telefônicas, uma lista sem fim.)
Essa não é a questão divisora dos posicionamentos, portanto. A corrupção tem que ser combatida permanentemente, com o julgamento e condenação dos culpados. Não pode ser apenas bandeira de agitação em campanhas.
Hoje, 17 de outubro, a mídia foi obrigada a divulgar que o ex-presidente do PSDB, Senador Sergio Guerra, foi acusado pelo ex-diretor da Petrobras, P. R. Costa, de ter recebido R$ 10 milhões em propina durante a CPI da Petrobras, há 4 anos.
Dentre os presidentes, Dilma é uma dos que mais combateu a corrupção. Foram milhares de prisões, investigações.
E é Dilma quem está apresentando propostas de leis para enfrentar com mais força os corruptos e corruptores: Reforma Politica democrática, para acabar com o financiamento empresarial das campanhas políticas, confisco de bens de servidores que enriquecerem ilicitamente, entre outras.
Em meio ao pleito eleitoral a mídia faz ostensiva e retumbante campanha contra Dilma, absolutizando o tema da corrupção na Petrobras, com base em estranhos vazamentos seletivos de depoimentos de presos que querem se beneficiar com a delação premiada. Tudo armado para o momento das eleições.
A História mostra que esse estratagema repete o que os jornais, emissoras e revistas fizeram contra os governos trabalhistas de Getúlio Vargas em 1954 (golpe/suicídio) e João Goulart em 1964 (golpe e ditadura militar).
Até JK foi tratado em capa de jornal como "chefe do sindicato dos ladrões" pelos seus reacionários adversários da velha UDN.
O que melhor pode ajudar a esclarecer as reais diferenças entre os projetos que Dilma e Aécio representam são as propostas e as realizações de cada pólo da disputa eleitoral.
Pra quem acha que tem candidato santo e para a reflexão dos que ainda são contra o Bolsa Família:
"Aécio tinha Bolsa Fantasma: trabalhava em Brasília em 1979, mas morava no RJ, aos 19 anos. Papai dele, deputado federal da ARENA/PDS/DITADURA foi quem contratou. O povo é quem pagava a conta do rapaz folgado, que vivia no Leblon"
PS: Trago aqui uma seleção de quadros sobre essas diferenças. Comparando, vê-se por que Dilma vencerá a eleição em 26 outubro.
* Luiz Carlos Orro
atualizado em 16/10/2014, às 11 h.
atualizado em 17/10/3014, às 22 h
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