Artigo do ministro Aldo Rebelo* publicado no jornal Diário de São Paulo, em 1/2/2014.
Seguramente existem pessoas de boa-fé que por convicções particulares ou motivações ideológicas são contra a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Com lisura intelectual, há quem ache que os investimentos feitos pelo Governo Federal seriam mais bem aplicados em saúde e educação. Eis um bom debate acerca do que é urgente e adiável ou entre o essencial e o supérfluo.
No polo radical da austeridade e até do ascetismo, se pode argumentar que são supérfluos e adiáveis a arte, os museus, os cursos de filosofia, a moda, o lazer. Alimentos do espírito, poderiam ser desdenhados em favor da melhoria da reprodução e da qualidade da vida material.
Para os devotos, é uma opção. Para os demais, um falso dilema. O processo civilizatório não antagoniza um museu a um hospital, um estádio a uma escola, um romance a um quilo de feijão. Daí que a estridência e a violência levadas às ruas contra a Copa distorcem o debate. Não há boa-fé nem lisura intelectual nos grupos político-partid
Primeiro, porque a Copa não é gasto a fundo perdido. É investimento e patrimônio social incomparável ao aplicado no torneio. A Copa tem um orçamento-teto de R$ 33 bilhões, a contar da escolha do Brasil em 2007. Consultorias independentes estimam que R$ 112 bilhões adicionais circularão na economia brasileira no período de 2010 a 2014. Serão criados 3,6 milhões de empregos e a população vai auferir renda extra de R$ 63,48 bilhões.
Segundo, os recursos para os setores sociais “urgentes” e “inadiáveis” não param de crescer. De 2007 a 2013 a educação recebeu R$ 311,6 bilhões e a saúde, R$ 447 bilhões.
A Copa se paga, dá lucro e gera riquezas que ajudarão a resolver problemas seculares e estruturais da sociedade brasileira.
*Aldo Rebelo é ministro do Esporte.
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