Durante cerimônia de entrega de casas em Feira de Santana, na Bahia, nesta sexta-feira (18), a presidenta Dilma Rousseff voltou a rechaçar o grampo ilegal feito pelo juiz Sérgio Moro, das conversas entre ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela enfatizou que em qualquer lugar do mundo, grampo ilegal dá cadeia.
Por Dayane Santos
E completa: "Grampeia o presidente dos Estados Unidos para ver o que acontece. É por isso que vou tomar todas as providências cabíveis neste caso”.
Sem citar Moro, Dilma resgatou o caso do Watergate que o juiz usou como parâmetro para justificar o grampo contra a presidenta.
“O que que o presidente Nixon fazia? Ele grampeava todo mundo que entrava na sala dele. E todos os telefones que eram feitos para ele. E ai? A Suprema Corte dos Estados Unidos mandou ele entregar todos os grampos e proibiu ele de grampear. Veja bem, era o presidente grampeando. Ele não pode grampear. Então, o exemplo é o seguinte, nem o presidente da República pode grampear sem autorização, o que dizer de outras hierarquias”, rebateu Dilma, enfatizando que ela não é passível de grampo, a não ser que a Suprema Corte autorize.
“Não é só por causa da Presidência da República, que é muito importante, é por outro motivo: se eu não tomar providências, se alguém puder me grampear sem a autorização do Supremo Tribunal Federal, o que vai acontecer com o cidadão comum?”, afirmou, acrescentando que a Justiça não pode ser “politizada”.
Dilma buscou ser didática para demonstrar o nível de manipulação dos órgãos de imprensa que em associação com a oposição e setores do Judiciário manobram em direção ao golpe contra a democracia. A presidenta destacou que o áudio do grampo divulgado e seu conteúdo foi distorcido para atender interesses alheios.
“Nós que lutamos pela democracia, e eu quero dizer que lutei pela democracia. Sou presidenta hoje, mas nos anos 70 fiquei três anos na cadeia porque naquela época ninguém podia ser contra, se manifestar contra ou dizer o que pensa. Hoje, nós podemos, só não pode ser violento”, lembrou.
Dilma reafirmou o seu compromisso em combater a corrupção e na punição dos corruptos, mas enfatizou: “Não vou admitir que para se combater à corrupção a democracia tem de ir junto”.
A presidenta salientou “é absolutamente necessário que a democracia e o direito sejam respeitados”. Ela disse também que nem a polícia nem juízes podem agir por critério políticos. “O meu governo garantiu autonomia para a Polícia Federal investigar quem fosse necessário. O meu governo respeita o Ministério Público e o Judiciário. Agora, nós consideramos uma volta atrás na roda da história a politização de qualquer um desses órgãos. Nada nem ninguém pode defender uma polícia ou Justiça que seja a favor de alguém por critério político”, declarou Dilma.
“Não é possível aceitar qualquer grau de politização, em qualquer ação de investigação, no nosso país. É uma volta atrás, um retorno a páginas atrasadas na nossa história”, acrescentou a presidenta no evento.
Lula ministro
Dilma fez questão de frisar que a vinda de Lula para o seu governo como ministro da Casa Civil foi para, com a sua experiência e capacidade estratégica, ajudar o pais a retomar o crescimento.
“Quando vocês estão enfrentando alguma dificuldade, vocês não chamam um parente ou um amigo para ajudar? Por isso eu chamei um grande amigo meu e de vocês para me ajudar. Eu chamei o presidente Lula”, afirmou.
Dilma também salientou que os programas sociais serão mantidos e a inflação vai cair. “Esses programas, como o Minha Casa, Minha Vida, estão mantidos. Mas nós também temos de combater a inflação, porque a inflação prejudica o bolso de vocês e, agora, estamos conseguindo dar os primeiros passos para derrotar a inflação. A inflação neste país vai cair. Ela vai cair”, afirmou.
“Infelizmente, tem aquelas pessoas do contra. Vocês conhecem essas pessoas que são os que ficam dizendo que não vai dar certo. É como se pousasse uma ave na sua sorte. Eu quero dizer que nós estamos aqui lutando contra esse povo do contra. Esse povo do quanto pior melhor”, frisou a presidenta.
Do Portal Vermelho
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