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sábado, 19 de março de 2016

Dilma: Em qualquer lugar do mundo quem grampear presidente vai preso

18 de Março de 2016 - 13h20 


Durante cerimônia de entrega de casas em Feira de Santana, na Bahia, nesta sexta-feira (18), a presidenta Dilma Rousseff voltou a rechaçar o grampo ilegal feito pelo juiz Sérgio Moro, das conversas entre ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela enfatizou que em qualquer lugar do mundo, grampo ilegal dá cadeia.

Por Dayane Santos


 

 

“Presidente do Brasil ou de qualquer país democrático do mundo tem o que se chama de garantias constitucionais. Não pode ser grampeado, a não ser com autorização expressa da Suprema Corte. Em qualquer lugar do mundo qualquer um que grampear um presidente vai preso”, enfatizou Dilma.

E completa: "Grampeia o presidente dos Estados Unidos para ver o que acontece. É por isso que vou tomar todas as providências cabíveis neste caso”. 

Sem citar Moro, Dilma resgatou o caso do Watergate que o juiz usou como parâmetro para justificar o grampo contra a presidenta.

“O que que o presidente Nixon fazia? Ele grampeava todo mundo que entrava na sala dele. E todos os telefones que eram feitos para ele. E ai? A Suprema Corte dos Estados Unidos mandou ele entregar todos os grampos e proibiu ele de grampear. Veja bem, era o presidente grampeando. Ele não pode grampear. Então, o exemplo é o seguinte, nem o presidente da República pode grampear sem autorização, o que dizer de outras hierarquias”, rebateu Dilma, enfatizando que ela não é passível de grampo, a não ser que a Suprema Corte autorize.

“Não é só por causa da Presidência da República, que é muito importante, é por outro motivo: se eu não tomar providências, se alguém puder me grampear sem a autorização do Supremo Tribunal Federal, o que vai acontecer com o cidadão comum?”, afirmou, acrescentando que a Justiça não pode ser “politizada”.

Dilma buscou ser didática para demonstrar o nível de manipulação dos órgãos de imprensa que em associação com a oposição e setores do Judiciário manobram em direção ao golpe contra a democracia. A presidenta destacou que o áudio do grampo divulgado e seu conteúdo foi distorcido para atender interesses alheios.

“Nós que lutamos pela democracia, e eu quero dizer que lutei pela democracia. Sou presidenta hoje, mas nos anos 70 fiquei três anos na cadeia porque naquela época ninguém podia ser contra, se manifestar contra ou dizer o que pensa. Hoje, nós podemos, só não pode ser violento”, lembrou.

Dilma reafirmou o seu compromisso em combater a corrupção e na punição dos corruptos, mas enfatizou: “Não vou admitir que para se combater à corrupção a democracia tem de ir junto”.

A presidenta salientou “é absolutamente necessário que a democracia e o direito sejam respeitados”. Ela disse também que nem a polícia nem juízes podem agir por critério políticos. “O meu governo garantiu autonomia para a Polícia Federal investigar quem fosse necessário. O meu governo respeita o Ministério Público e o Judiciário. Agora, nós consideramos uma volta atrás na roda da história a politização de qualquer um desses órgãos. Nada nem ninguém pode defender uma polícia ou Justiça que seja a favor de alguém por critério político”, declarou Dilma.

“Não é possível aceitar qualquer grau de politização, em qualquer ação de investigação, no nosso país. É uma volta atrás, um retorno a páginas atrasadas na nossa história”, acrescentou a presidenta no evento.

Lula ministro

Dilma fez questão de frisar que a vinda de Lula para o seu governo como ministro da Casa Civil foi para, com a sua experiência e capacidade estratégica, ajudar o pais a retomar o crescimento.

“Quando vocês estão enfrentando alguma dificuldade, vocês não chamam um parente ou um amigo para ajudar? Por isso eu chamei um grande amigo meu e de vocês para me ajudar. Eu chamei o presidente Lula”, afirmou.

Dilma também salientou que os programas sociais serão mantidos e a inflação vai cair. “Esses programas, como o Minha Casa, Minha Vida, estão mantidos. Mas nós também temos de combater a inflação, porque a inflação prejudica o bolso de vocês e, agora, estamos conseguindo dar os primeiros passos para derrotar a inflação. A inflação neste país vai cair. Ela vai cair”, afirmou.

“Infelizmente, tem aquelas pessoas do contra. Vocês conhecem essas pessoas que são os que ficam dizendo que não vai dar certo. É como se pousasse uma ave na sua sorte. Eu quero dizer que nós estamos aqui lutando contra esse povo do contra. Esse povo do quanto pior melhor”, frisou a presidenta. 

Do Portal Vermelho

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