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domingo, 27 de agosto de 2017

A crise financeira e a implosão das ignorâncias, por Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo.

Faz dez anos que a busca sem freios da riqueza líquida levou à quebra do Lehman Brothers e dezenas de outras instituições financeiras  (Foto Brendan Smialowski/AFP)Lehman Brothers
na CartaCapital


por Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo
Os confortos da confiança excitaram o apetite ao risco e a racionalidade do mercado converteu-se em tropel enfurecido em 2008
Desde a crise financeira de 2008, os economistas se engalfinharam em debates sobre a pertinência dos mandamentos econômicos inscritos nos cânones da ortodoxia.

Nos países desenvolvidos, os bancos centrais intervieram desavergonhadamente para salvar mercados em pânico, comprando títulos públicos e privados, injetando liquidez no mercado (quantitative easing) e inflando a demanda por esses papéis.

Com essas ações pouco convencionais, os gestores da moeda e do crédito sustaram uma desastrosa desvalorização da riqueza, uma violenta deflação do estoque de ativos.

Nos últimos 40 anos, os bancos centrais, sob os auspícios dos modelos dinâmicos estocásticos de equilíbrio geral e do regime de metas de inflação – a celebrada regra de Taylor –, comemoravam o bom comportamento do nível geral de preços e celebravam as taxas de juro moderadas.

Imperceptível para os radares desajustados dos cientistas da sociedade, a “exuberância irracional” esgueirou-se nas plácidas certezas dos modelos bem-comportados para implodir suas ignorâncias em 2008.
Desinformados das lições da história, os “cientistas” ignoraram os paradoxos da ação humana: os confortos da confiança excitam o apetite ao risco e a racionalidade dos agentes do mercado transmuta-se no tropel de búfalos enfurecidos em busca da riqueza líquida.

Infelizmente para os modelos dos cientistas, sem crédito e dívidas, as transações cruciais no capitalismo – a economia monetária da produção – não são realizadas pela troca de recursos reais, mas por direitos financeiros sobre esses recursos.
Um título confere ao seu comprador (credor) o direito a um fluxo esperado de recebíveis, decorrente das receitas estimadas pelo projeto ou empresa. O valor desses títulos está diretamente relacionado à segurança sobre esse fluxo de recebíveis.


Na marcação do mercado, a confiança quanto à realização dessas receitas pode reverter-se rapidamente em um consenso de que os títulos não valem o que se esperava e que seus credores perderão aquilo que achavam ter ganho.
Se tudo que é sólido se desmancha no ar, imagine o leitor quão arriscado é carregar em sua carteira de ativos o que pretende ser líquido. Transgredindo os catecismos da ortodoxia, a política de inundação de liquidez não trepidou em descarregar trilhões nos bancos, iniciando com 700 bilhões de dólares de recursos públicos para a compra de títulos podres privados na deflagração da crise.
Hoje alcança mais de 15 trilhões em “ativos” no balanço dos bancos centrais dos Estados Unidos, Europa, Japão, Suíça e Inglaterra.
A ampliação da base monetária não gerou inflação nem engendrou expansão do crédito para a produção, muito pelo contrário. Um estudo do Board of Governors do Fed, publicado em novembro de 2015, ilumina esse ponto: “... em reação à turbulência financeira e ao rompimento do crédito associado à crise financeira global, corporações procuraram ativamente aumentar recursos líquidos, a fim de acumular ativos financeiros e reforçar seus balanços".


E continua, "se esse tipo de cautela das empresas tem sido relevante, isso pode ter conduzido a investimentos mais frágeis do que o normalmente esperado e ajuda a explicar a fraqueza da recuperação da economia global... descobrimos que a contraparte do declínio nos recursos voltados para investimentos são as elevações nos pagamentos para investidores sob a forma de dividendos e recompras das próprias ações... e, em menor extensão, a acumulação líquida elevada de ativos financeiros”. 
Ainda hoje, nos tempos da recuperação raquítica, a expansão da liquidez financia a aquisição de ativos já existentes, como a recompra das próprias ações ou o aumento de recursos líquidos, a fim de acumular ativos financeiros e reforçar balanços, em vez de financiar a aquisição de bens e serviços. Novas bolhas de ativos.
A riqueza agregada é o estoque de direitos de propriedade e títulos de dívida gerados ao logo de vários ciclos de criação de valor. A renda nacional é o fluxo de renda criado pelo investimento em nova capacidade produtiva e no consumo das famílias, o próprio valor em movimento.

As injeções de liquidez concebidas para evitar a deflação do valor dos ativos já acumulados não estimularam a criação de valor em movimento, mas incitaram e excitaram a conservação e a valorização da riqueza na sua forma mais estéril, abstrata.

Em contraposição à aquisição de máquinas e equipamentos, a valorização desses ativos não carrega qualquer expectativa de geração de novo valor, de emprego de trabalho vivo. O que era uma forma de evitar a destruição da riqueza velha provoca a esclerose do impulso à criação de riqueza nova.

Os bancos centrais rebaixam suas taxas de juro para o subzero, tentam mobilizar a liquidez empoçada para estimular o crédito destinado à demanda de ativos reais ao longo do tempo. A liquidez assegurada pelos bancos centrais permanece represada na posse dos controladores da riqueza velha.

Os controladores da riqueza líquida rejeitam a possibilidade de vertê-la em criação de riqueza nova, com medo de perdê-la nas armadilhas da capacidade sobrante e do desemprego disfarçado nos empregos precários com rendimentos cadentes.

As últimas reuniões dos Comitês de Política Monetária do Federal Reserve registram opiniões de alguns membros, ansiosos em emagrecer o avantajado balanço do banco. A presidente Janet Yellen hesita.

Hesita porque, provavelmente, teme as consequências de uma reversão do quantitative easing sobre os preços dos títulos públicos longos acumulados nos bancos e fundos.


Em entrevista à Bloomberg, o ex-presidente Alan Greenspan alertou para a bolha abrigada na valorização dos títulos do Tesouro. Mesmo administrados com vagar e cautela, os ajustamentos no valor dos estoques são muito mais rápidos e intensos. Podem ser catastróficos. Porco vira linguiça, mas linguiça não vira porco.


Mineradoras canadenses souberam de extinção de reserva na Amazônia 5 meses antes do anúncio oficial




Ricardo Senra
Da BBC Brasil em Washington
26 agosto 2017



Governo federal reabriu a área na Amazônia para a exploração mineral


Publicado no Diário Oficial da última quinta-feira sem alarde, o decreto que determina a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, surpreendeu muita gente e ganhou manchetes alarmadas no Brasil e nos principais jornais do mundo.


Não foi o que ocorreu com investidores e empresas de mineração canadenses. 

Em março, cinco meses antes do anúncio oficial do governo, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou a empresários do país que a área de preservação amazônica seria extinta, e que sua exploração seria leiloada entre empresas privadas.


O fim da Renca foi apresentado pelo governo Temer durante um evento aberto em Toronto, o Prospectors and Developers Association of Canada (PDAC), junto a um pacote de medidas de reformulação do setor mineral brasileiro, que inclui a criação de Agência Nacional de Mineração e outras iniciativas para estimular o setor.


Pouco depois do encontro, em abril, o ministério de Minas e Energia publicou no Diário Oficial uma portaria – que passou despercebida pelo público em geral – pavimentando o caminho para o decreto que seria assinado alguns meses depois e dispondo sobre títulos minerários dentro da Renca.


Conexão canadense


Segundo a pasta, esta foi a primeira vez em 15 anos em que um ministro de Minas e Energia brasileiro participava do evento, descrito pelo governo brasileiro como uma oportunidade para "abordar o aprimoramento na legislação brasileira e também demonstrar os planos do governo para incentivar o investimento estrangeiro no setor". 

De outro lado, movimentos sociais, ambientalistas e centros de pesquisa dizem que não haviam sido informados sobre a extinção da Renca até o anúncio da última quinta-feira.

'O homem mais rico da história', de quem você talvez nunca tenha ouvido falar


O Canadá é um importante explorador de recursos minerais no Brasil e vem ampliando este interesse desde o início do ano. 

Hoje, aproximadamente 30 empresas do país já exploram minérios em território brasileiro - especialmente o ouro, que teria atraído garimpeiros à área da Renca nos últimos anos.


Em junho, dois meses antes da extinção oficial da reserva amazônica, a Câmara de Comércio Brasil-Canadá anunciou uma nova Comissão de Mineração, específica para negócios no Brasil, que reúne representantes destas 30 empresas.



À BBC Brasil, o coordenador da comissão canadense defendeu a abertura da área amazônica para pesquisas minerais, disse que a "mineração protege a natureza" e afirmou que "não há uma corrida" para explorar a região da Renca, mas que "acha muito saudável" a disponibilização da região para exploração mineral.


O Ministério de Minas e Energia prometeu responder aos questionamentos enviados pela BBC Brasil durante toda a sexta-feira. No final do dia, entretanto, informou que não daria retorno devido a uma entrevista coletiva de emergência convocada pelo ministro Fernando Coelho Filho. 

Na entrevista, o ministro afirmou que a extinção da área de reserva amazônica, com área um pouco maior que a da Dinamarca, não terá impactos ambientais. Segundo Coelho Filho, o início das atividades de exploração na região ainda deve demorar 10 anos.


'Ninguém pode julgar o Canadá'


Coordenador da recém-criada Comissão de Mineração da Câmara de Comércio canadense, o empresário Paulo Misk participou dos seminários realizados em março no Canadá e não vê problemas na divulgação antecipada do fim da reserva.


"A gente tem que fazer um trabalho de divulgação, promoção e atração de investimento de mais médio ou longo prazo", diz.



"Não temos pronto nenhum projeto para ser instalado lá", continua o representante canadense. "Por enquanto estamos no campo das perspectivas, promessas e iniciando o processo. Não é tão rápida a resposta."


Misk afirma que o Canadá é o país que mais investe em pesquisa no mundo e que "os ambientalistas deveriam repensar a nossa posição: a mineração é extremamente benéfica".
Sobre a Renca, ele afirma que a liberação permitirá que "uma grande área seja preservada".



"Se tiver oportunidade de ter uma mineração bem constituída e legalizada (na região da Renca), olha, eu vou ficar muito feliz porque vai ser para o bem do Brasil e para o bem da sociedade brasileira, especialmente no Pará e no Amapá", diz.
Presidente assina documento ao lado de ministros e aliadosDireito de imagemBET

Decisão do governo sobre a Renca foi publicada no Diário Oficial sem alarde


Misk também afirma que a ocupação da região por empresas de mineração deve inibir a presença de garimpeiros, cuja atuação irregular na região já resulta em contaminação de rios por mercúrio.


Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), o geólogo Luiz Azevedo também esteve em Toronto e concorda.
"Dizer que o governo está abrindo para o desmatamento é ridículo, é coisa de quem não conhece o assunto", diz.
"Eu não me atrevo a falar sobre música. Fico impressionado como os artistas agora se atrevem a falar sobre mineração e sobre unidades de conservação", diz, citando a modelo Gisele Bündchen, que criticou o anúncio em suas redes sociais.
Coreia do Norte volta a disparar mísseis, afirmam EUA e Coreia do Sul
Sobre o anúncio antecipado da extinção da área de preservação na Amazônia, Azevedo diz que o ministro divulgou que "uma área muito grande que seria liberada para pesquisa mineral".


"Foi dito pelo ministro como parte de um pacote de medidas visando mostrar ao investidor que a ideia da Dilma de estatizante tinha acabado."
"O que eles querem são novas áreas para se pesquisar e novas possibilidades. Ninguém pode julgar o Canadá. Eles têm uma mentalidade mais cosmopolita, 70% da população é de imigrantes, então eles pensam nos outros. É um interesse legitimo", avalia.
Localidade da Amazônia vista de cimaDireito de imagemMÁCIO FERREIRA/ AG. 
Extinção de reserva na Amazônia pegou ambientalistas e centros de pesquisa brasileiros de surpresa


'Soubemos pela imprensa'


Professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o geógrafo Luiz Jardim pesquisa a relação entre empresas de mineração canadenses e o governo brasileiro.


Ele explica que o evento de março em Toronto, quando o fim da Renca foi anunciado pelo ministro, era formado essencialmente por empresas menores especializadas em pesquisa mineral e investimentos de risco.
"Há um padrão nessas empresas, chamadas 'juniors'. Elas vêm, fazem as pesquisas e, ao longo desse tempo, publicam resultados em relatórios na bolsa de valores em Toronto, indicando o que eles encontraram. Esses relatórios fazem elas ganharem valor de mercado. 

Achando uma jazida significativa, a empresa pede uma licença ambiental e ganha ainda mais valor. Com a licença em mãos, elas anunciam na Bolsa novamente que estão perto do inicio do projeto. Num período de baixa no mercado, como agora, elas costumam vender a operação ou a mina para uma empresa maior interessada e assim fazem seus investidores lucrarem", explica.


Jardim discorda da tese de que grandes mineradoras podem inibir o garimpo ilegal na região.
"A experiência no rio Tapajós, no Pará, mostra o contrário. O garimpeiro esta interessado em minas superficiais, a mineradora chega a veios mais profundos. Eles coexistem e a exploração formal pode até incentivar a vinda de mais garimpeiros."


O ministro brasileiro de Minas e EnergiaDireito de imagemBETO BARATA/ PR
Coelho Filho diz que extinção de reserva não terá impactos ambientais
Segundo o engenheiro Bruno Milanez, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e membro do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, que reúne 110 ONGs, sindicatos e movimentos sociais, não houve qualquer comunicado sobre a Renca para pesquisadores da área ou comunidades – diferente do que ocorreu com os empresários.


"Tudo o que acompanhamos foi pela imprensa", diz.
Sobre esta aproximação entre governo e empresários, Milanez afirma que o movimento é "parte de um processo histórico, que vem se aprofundando" no governo Temer.
"Isso é reflexo de uma ocupação maior de pessoas do setor corporativo no governo. Hoje, o primeiro escalão da mineração no governo é formado por pessoas que ocuparam cargos de diretorias em empresas", diz.

"Mas eles estão no governo temporariamente por cargos de confiança, e quando saírem vão voltar a assumir posições em empresas. Eles têm um lado nessa história."

As gerações futuras sentirão vergonha desse nosso tempo*

TEXTÃO MARAVILHOSO

- Por Helenice Rocha, psicanalista e Professora de Psicanálise na Universidade Guarulhos.

As gerações futuras sentirão vergonha de nós.
Sentirão vergonha de nosso silêncio e de nossa apatia.

Não haverá certamente nenhum espanto, posto que a brutalidade que estamos permitindo tomar conta do mundo há também de eliminar a possibilidade de espanto e indignação. A brutalidade elimina qualquer espasmo de surpresa.

Casos como o da deputada que tem recebido sistematicamente ameaças pela internet, pelo whatsapp e também pessoalmente, não nos indignam porque estamos atolados, sem perceber, na mais absoluta falta de empatia.

Num dos áudios, o sargento da aeronáutica a ameça "vou rasgar você no meio" e avisa que o clã Bolsonaro faz parte do grupo. Os xingamentos e ameaças que se ouve no áudio são dignos de uma sessão de tortura.

O neto do ex presidente Figueiredo, aquele que dizia que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro de povo, postou nesta semana no facebook um efusivo agradecimento ao governador do RJ por ter deixado falir a UERJ. No texto, ele vibra diante da possibilidade dos professores (sem salários) morrerem de inanição.

Mas como estamos cindidos psicoticamente, não nos afetamos.

Do salário mínimo para 2018, será tirado 10 reais. Enquanto isso, um magistrado do Mato Grosso recebeu em julho salário de mais de 500 mil e outros dezoito, receberam mais de 300 mil. Ao ser indagado sobre o valor, muitíssimo acima do teto, o primeiro responde "tô nem aí". Assim como a excelência de Mato Grosso, nós também não "estamos nem aí."


O prefeito da maior cidade do país xinga, humilha e ofende políticos e militantes do PT, enquanto abandona a periferia sem saúde, enquanto corta parte da merenda das crianças com a justificativa de combate a obesidade, enquanto deixa aumentar o número de moradores de rua, enquanto trama vender o patrimônio público de olho no financiamento de sua campanha para presidente em 2018.


Não precisamos olhar para Barcelona ou para Charlottesville para vislumbramos a face do horror. Os massacres à população negra, LGBT e indígena ocorridos aqui apenas neste ano, nos dão a dimensão do nosso horror caseiro.

A sanha demolidora do governo golpista que nos desgoverna com as reformas que vem fazendo desde que assumiu, nos promete um país arrasado para os próximos anos. Com saúde, segurança e educação sucateados, a miséria e a violência aumentarão. Mas não nos abalamos porque, afinal, não sabemos de nada.

A extrema direita e suas personas, nazistas, fascistas, homofóbicas, machistas, xenófobas, pretendem dilacerar todas as possibilidades de uma sociedade mais justa e mais humana. A prova evidente é a adesão em massa até dos mais "letrados" e dos mais jovens, às ideias de políticos e de grupos que propagam diuturnamente o ódio. Ainda assim não reagimos porque, afinal, a liberdade de expressão é um bem precioso.

Nos espaços onde divido com colegas os meus afazeres profissionais, vejo alguns absolutamente indiferentes diante do sofrimento deste presente tenebroso e diante da promessa de mais sofrimento que um futuro sombrio nos acena. Estão totalmente incapazes de dimensionar suas responsabilidades éticas diante deste estado de coisas.

Estamos falhando absurdamente. Tínhamos a obrigação moral, ética, instintiva até, de deixarmos um mundo melhor para os que virão.

Os incautos e hoje privilegiados, os brancos, os da classe média, os que não sentiram ainda o corte na carne, não tardarão a reconhecer que ficaram do lado errado da luta.

Mas os seus filhos e netos saberão, ainda que não seja pelos livros de história, ainda que seja pelos resíduos inconscientes a eles transmitidos, saberão da covardia de seus antepassados que preferiram a inércia, a preguiça e a covardia ao invés do trabalho árduo, duro e sofrido de denúncia e combate a todas essas formas de ódio, pois é de ódio que se trata tudo isso. Ódio ao próximo, ao diferente, ao povo, à justiça, ao elemento humano.


As gerações futuras sentirão vergonha de nós e tomara que assim seja. Se forem capazes de sentir vergonha, é porque talvez tenham compreendido um pouco daquilo que hoje a grande maioria não está compreendendo, que tudo isso é muito vergonhoso. Por ignorância, má fé ou cinismo, a verdade é que a maioria não está compreendendo.

A psicanálise nos ensina que a pulsão de morte opera em silêncio. Eu diria que no nosso silêncio diante de tanta brutalidade, opera a pulsão de morte na sua forma mais destrutiva e mais avassaladora, que é o desligamento.

Desligamento da nossa própria fragilidade e desamparo, cujo reconhecimento seria a única possibilidade de nos aproximarmos como gente, que ainda somos.

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*Título desse blogdoorro

sábado, 26 de agosto de 2017

JORNALECO DE RECORTES 1 - pescando nas águas turvas da crise - 25/07/17




UTOPIA ULTRALIBERAL

"O comunismo é utópico", disse o cara que acredita que empresas livres de qualquer regulação farão uma sociedade justa, equânime e ideal.
[Pedro Nunes - @utops]



DA ARTE DE JOGAR PEDRAS PRA CIMA (apoiando o golpe)

Dona das Casas Bahia, Via Varejo tem prejuízo de R$ 45 milhões no 2º trimestre | Brasil 24/7 brasil247.com/pt/247/economi… via @brasil247



DO SENADOR ROBERTO REQUIÃO - @requiaopmdb

Se Temer é inocente e tem certeza disto para que esta compra imoral de apoios na camara?



MODA HOLOFOTE PEGA

Nassif: Lava Jato, em SP, ganha sua “Dallagnola”, o exibicionismo primário tijolaco.com.br/blog/nassif-la… via @tijolaco
Ministério Público? Onde?

  [@edmilsonolvei8]



“Você faz faxina? Não, faço mestrado. Sou professora”

http://blogdoorro.blogspot.com.br/2017/07/voce-faz-faxina-nao-faco-mestrado-sou.html?m=1



COXINHA: DE DIREITA, POBRE E SEM NOÇÃO

"Tô nem aí com aumento da gasolina, não tenho carro mesmo. "





Ciro resume o Golpe

0,4% para investir e 11% para os rentistas
 (Orçamento Federal do Temer)
Conversa Afiada

PFDC disponibiliza versão online da cartilha “Ministério Público e os Direitos de LGBT”.

Ações do documento

21/08/2017 10:08
Publicação foi produzida em conjunto com o MP/CE e apresenta direitos e legislação aplicável, além de centros de combate à homofobia em todo o País
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF) e o Ministério Público do Ceará lançaram a cartilha “O Ministério Público e os direitos de LGBT” (acesse aqui a versão eletrônica). A publicação busca contribuir para a promoção da igualdade e o enfrentamento da discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros.

Com 80 páginas e publicada em versão digital e impressa, a cartilha aborda conceitos como orientação sexual, identidade de gênero, expressão de gênero, pessoas cis, transgêneras e transexuais. A publicação elenca os direitos já assegurados à população LGBT – como casamento, união estável, adoção, uso do nome social e o acesso e permanência na escola, por exemplo – além de compilar leis nacionais e estaduais que tratam da temática.
Cartilha Ministério Público e os Direitos de LGBT

"Embora tenha havido nos últimos anos alguns avanços em matéria de direitos de família, o Brasil é, reconhecidamente, uma sociedade que discrimina e comete inúmeras formas de violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Agressões físicas e homicídios são apenas a face mais visível da realidade cotidiana de preconceito e privação de direitos enfrentada por essa população – seja em espaços públicos, no mercado de trabalho, em instituições de ensino e, muitas vezes, na própria família", ressaltam as instituições autoras da cartilha.

O conteúdo da publicação foi elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos, da PFDC, e pelo Centro de Apoio Operacional da Cidadania, do Ministério Público do Ceará. Para o procurador da República Sergio Gardenghi Suiama, coordenador do GT Direitos Sexuais e Reprodutivos, "o Ministério Público, como instituição constitucionalmente comprometida com a promoção dos direitos fundamentais, não apenas não pode fechar os olhos para esta realidade, como deve atuar no sentido de reconhecer e promover, no âmbito das atribuições de cada um de seus membros, os direitos à igualdade e à não-discriminação das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, tanto dentro de nossa própria instituição, como nos serviços públicos em geral, na educação, nas relações de emprego e nos meios de comunicação".

A opinião é compartilhada pelo coordenador do CaoCidadania, o promotor de Justiça Hugo Porto: “a proposta é que esse seja um instrumento de transformação dentro do próprio Ministério Público, a fim de buscar uniformidade de linguagem e para que se possa superar qualquer tipo de preconceito e de discriminação – fatores que geram intolerância e, por sua vez, violência”, afirmou.

Direitos – O Brasil conta com diversas leis, planos, decretos, resoluções e portarias que abordam os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. No âmbito federal, por exemplo, destaca-se o Decreto nº 8.727/2016, que garante o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Em 2013, o Ministério da Saúde lançou a Portaria nº 2.803/2013, que redefine e amplia o processo transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS). Já a Portaria nº 513/2010, do Ministério da Previdência Social, reconhece as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo para assegurar igual tratamento a seus dependentes para fins previdenciários.

Combate à homofobia – Ao todo, a cartilha lista mais de 30 Centros de Referência no Combate à Homofobia – órgãos responsáveis por auxiliar no encaminhamento de denúncias de violação de direitos e por desenvolver atividades nas áreas de assistência social, educação e saúde. Além dos centros de referência, denúncias também podem ser feitas pelo Disque 100 (Secretaria dos Direitos Humanos) e pela Sala de Atendimento ao Cidadão, do Ministério Público Federal (www.mpf.mp.br).