No documento, de junho de 2012, a NSA tinha dois alvos: o presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato líder nas pesquisas para a presidência, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Na parte que se refere ao Brasil, foi monitorada a comunicação entre Dilma e seus assessores, assim como dos assessores entre eles e com terceiros.
O objetivo da operação seria o de "melhorar a compreensão dos métodos de comunicação e dos interlocutores da presidente e seus principais assessores".
No caso de Peña Nieto, são apresentados trechos de mensagens trocadas pelo então candidato.
Na última página da apresentação, segundo a reportagem, está a conclusão de que o método de espionagem usado pela NSA é "uma filtragem simples e eficiente que permite obter dados que não estão disponíveis de outra forma e que pode ser repetida".
Em reação ao episódio tornado público, Dilma se reuniu ontem com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Hoje ele concederá uma entrevista à imprensa ao lado do ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) para falar sobre o assunto.
O Ministério das Relações Exteriores vai chamar o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, para que ele dê novos esclarecimentos, vai cobrar explicações formais do governo dos Estados Unidos e vai ainda recorrer aos órgãos internacionais, como a ONU, para discutir a violação de direitos de autoridades e cidadãos brasileiros.
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) considerou a espionagem "um absurdo completo". Segundo ele, "não tem nada a ver com segurança nacional [dos EUA]. Isso é arapongagem para obter vantagem nas negociações comerciais e industriais", afirmou o ministro.
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