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terça-feira, 25 de julho de 2017

Delação de Valério mostra que Joaquim Barbosa foi partidário.

domingo, 23 de julho de 2017

Delação de Valério mostra que Joaquim Barbosa foi partidário 

Weden Alves


Pois é. As notícias têm pernas curtas. Mas a História tem braços longos. Embora Janot tenha rejeitado o acordo de delação, Marcos Valério vai falar à PF. E o que ele vai falar? Que o mensalão começa com FHC - como qualquer leitor não limitado à grande mídia já sabia - e que tanto os procuradores quanto Joaquim Barbosa tinham elementos suficientes para tocar ação e julgamento não partidários. Era essa a convicção dos críticos que agora se reforça. JB atuou deliberadamente para ocultar que os contratos do BB com Marcos Valério (que aliás não envolvem dinheiro público) foram firmados desde 1998 e que Aécio é o autor do contrato que levou o empresário à Câmara dos Deputados. .

É sempre bom lembrar que os críticos mais equilibrados não eram contra as investigações que levaram à ação, mas à forma seletiva como se conduziu toda o processo.

Como era esperado a História nos deu razão. Como nos dará em relação ao Lava Jato, outro uso criminoso de aparato institucional para perseguições políticas.

Sobre isso ler Janio de Freitas:

Marcos Valério revela sistema que financiou desvios desde o governo FHC 

O uso de delação premiada pela Polícia Federal, como o acordo com Marcos Valério já submetido ao Supremo, torna-se mais ácido para a contrariada Lava Jato com um tempero incluído nas denúncias prometidas. 
O período que Valério se dispôs a abranger não começa, como na Lava Jato, com o governo Lula. Ele oferece a revelação do sistema que financiou, por meio de suas empresas de publicidade, desvios financeiros desde o governo de Fernando Henrique. O contrário do que a Lava Jato admitiu aos seus delatores. 
Os temas de Valério não incluem as grandes compras e obras da Petrobras, mas nem por isso negócios da estatal ficam de fora. Grande parte da atividade ilícita das agências DNA e SMP&B, com envolvimento de partidos e políticos, valia-se de programas de publicidade e marketing de estatais, nos quais a Petrobras há muito tem proeminência. 
Dessas atividades é inesquecível, por exemplo, a pretendida mudança de nome da Petrobras, para Petrobrax. Só a contratação para troca da marca em todos os seus usos no país inteiro, daria mais um dos escândalos típicos da Lava Jato. Se, incumbida de desvendar as ilicitudes na Petrobras, a força-tarefa curitibana não restringisse a tarefa em vez da força. Mas o xis do problema não foi no governo Lula. Era um preparativo, retirando do nome o sentimentalismo nacionalista, para a venda da empresa. 
Mais de um delator da Lava Jato referiu-se ao período anterior a 2003. Pedro Barusco citou com precisão negócios ilícitos na Petrobras já em 1998. Não entraram, porém, na zona de denúncia e acusação da Lava Jato. Quando lá apareceu, inesperada, uma menção a algo "no governo Fernando Henrique", ficou também registrado o brusco e definitivo "isso não interessa!". 
Nessa linha, não é menos ilustrativa a recusa da Procuradoria da República em Minas e da Procuradoria-Geral, de Rodrigo Janot, ao acordo de delação proposto por Marcos Valério, e por fim aceito na PF. Também em Minas, o "mensalão" do PSDB, ocorrido quatro anos do "mensalão petista", ainda não tem seu processo concluído: desde o fato a ser julgado, são 19 anos. E 12 desde as condenações dos acusados pelo "mensalão petista".

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