Portal Vermelho
Editorial
14/11/2015
Ao contrário do que dizem muitos comentaristas na imprensa hegemônica, as razões de um ataque dessa natureza não são religiosas nem estão localizadas naquilo que alguns chamam de conflito de civilizações. Os motivos reais são geopolíticos, ou guerreiros.
O ataque, promovido pelo chamado Estado Islâmico, feriu centenas de pessoas e assassinou mais de 120 civis inocentes. A ação revelou uma insuspeita capacidade de organização que envolve planejamento, logística e acesso a recursos.
Capacidades que resultam do treinamento, intenso apoio financeiro e material dado pelos países imperialistas a grupos de oposição ao presidente sírio Bashar al-Assad. Apoio que resultou, ao fim, na unificação de muitos desses grupos fundamentalistas no chamado Estado Islâmico.
Formações guerreiras como o Estado Islâmico resultaram do apoio dado a milícias radicais islamitas desde os tempos em que o imperialismo reagiu contra o regime democrático do Afeganistão no final da década de 1970, que tinha o apoio da União Soviética. Contra eles, os países imperialistas – sobretudo os EUA – apoiaram, treinaram, armaram e financiaram aqueles que se chamavam então de mujahidin (“guerreiros de deus”), hoje comumente chamados de jihadistas.
Foram instrumento da ação do imperialismo (EUA, Grã-Bretanha e França, principalmente) contra os democratas, nacionalistas e os socialistas na região. Aquelas milícias se desdobraram, nas décadas seguintes, em inúmeras outras facções, com destaque para a chamada Al-Qaeda e o Estado Islâmico.
O ato de guerra cometido contra o povo francês, nesta sexta-feira (13), só pode ser compreendido dentro desta lógica guerreira, sendo uma reação visível contra ela, com disfarce religioso. É uma lógica que se acentuou desde a chamada “primavera árabe” (2011) que teve como resultado trágico a destruição da Líbia como nação organizada pela ação das tropas capitaneadas pela OTAN. E também o início da guerra civil na Síria, cuja capacidade de resistência foi maior, apesar do enorme custo material e humano imposto pela intervenção imperialista.
O ataque bárbaro ocorrido em Paris é mais um episódio sangrento desta guerra. Semelhante a inúmeros outros – quase diários –que ocorrem em cidades do Oriente Médio onde tem acontecido ataques “por engano” a hospitais, escolas, cidades, alvos civis que, pela legislação internacional, deveriam estar a salvo em ataques militares.
O ato terrorista desta sexta-feira revela a falência, e o fracasso, da política antiterrorista dos países imperialistas contra o terrorismo que suas próprias ações guerreiras fomentam.
O caminho para a construção da paz é pavimentado por ações pacíficas, de respeito à autonomia dos povos e à soberania de suas nações.
O sangue que correu foi o de pessoas comuns, inocentes, causando consternação, solidariedade e revolta pelo mundo a fora. O alvo da indignação devem ser os responsáveis pela ação terrorista e também os países imperialistas que criaram as condições objetivas para a existência dessas forças que agem contra a humanidade.
Formações guerreiras como o Estado Islâmico resultaram do apoio dado a milícias radicais islamitas desde os tempos em que o imperialismo reagiu contra o regime democrático do Afeganistão no final da década de 1970, que tinha o apoio da União Soviética. Contra eles, os países imperialistas – sobretudo os EUA – apoiaram, treinaram, armaram e financiaram aqueles que se chamavam então de mujahidin (“guerreiros de deus”), hoje comumente chamados de jihadistas.
Foram instrumento da ação do imperialismo (EUA, Grã-Bretanha e França, principalmente) contra os democratas, nacionalistas e os socialistas na região. Aquelas milícias se desdobraram, nas décadas seguintes, em inúmeras outras facções, com destaque para a chamada Al-Qaeda e o Estado Islâmico.
O ato de guerra cometido contra o povo francês, nesta sexta-feira (13), só pode ser compreendido dentro desta lógica guerreira, sendo uma reação visível contra ela, com disfarce religioso. É uma lógica que se acentuou desde a chamada “primavera árabe” (2011) que teve como resultado trágico a destruição da Líbia como nação organizada pela ação das tropas capitaneadas pela OTAN. E também o início da guerra civil na Síria, cuja capacidade de resistência foi maior, apesar do enorme custo material e humano imposto pela intervenção imperialista.
O ataque bárbaro ocorrido em Paris é mais um episódio sangrento desta guerra. Semelhante a inúmeros outros – quase diários –que ocorrem em cidades do Oriente Médio onde tem acontecido ataques “por engano” a hospitais, escolas, cidades, alvos civis que, pela legislação internacional, deveriam estar a salvo em ataques militares.
O ato terrorista desta sexta-feira revela a falência, e o fracasso, da política antiterrorista dos países imperialistas contra o terrorismo que suas próprias ações guerreiras fomentam.
O caminho para a construção da paz é pavimentado por ações pacíficas, de respeito à autonomia dos povos e à soberania de suas nações.
O sangue que correu foi o de pessoas comuns, inocentes, causando consternação, solidariedade e revolta pelo mundo a fora. O alvo da indignação devem ser os responsáveis pela ação terrorista e também os países imperialistas que criaram as condições objetivas para a existência dessas forças que agem contra a humanidade.
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