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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Chico, 70, um grande brasileiro



A senadora do Amazonas, Vanessa Grazziotin, líder do PCdoB, Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristóvam Buarque (PDT-DF) apresentaram votos de congratulações e aplausos pelo aniversário amanhã (19) de 70 anos de Chico Buarque. “O talento e a criatividade de Chico Buarque são únicos. Ao completar 70 anos de vida, devemos comemorar e parabenizar esse ilustre brasileiro”, destacou Vanessa Grazziotin.

Veja a íntegra do texto do requerimento assinado pelos três senadores:
Nascido no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944, Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido por Chico Buarque, além de um ícone da música popular brasileira, também se destaca na dramaturgia e na literatura. Sem sombra de dúvidas, é um um dos maiores nomes da música popular brasileira Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos. Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Cesário Alvim, Chico Buarque revelou todo o seu talendo para a Música Popular Brasileira em 1966 quando venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda. Socialista declarado autoexilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos chamados "anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país. Na carreira literária, foi vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010.

“Em 1959, já mostrava um grande interesse pela música. Além dos sambas tradicionais de Noel Rosa, Ismael Silva, Ataulfo Alves, também ouvia canções estrangeiras. Seu sonho, na época, "era cantar como João Gilberto, fazer música como Tom Jobim e letra como Vinícius de Moraes". É deste ano sua primeira composição de que ele se lembra, Canção dos Olhos. Em 1964, apresenta-se pela primeira vez em um show, no Colégio Santa Cruz, cantando Canção dos Olhos. A música Tem Mais Samba também é desse ano e o show de TV então era O Fino Da Bossa, onde se apresentavam, entre outros, Alaíde Costa, Zimbo Trio, Oscar Castro Neves, Jorge Ben, Nara Leão, Sérgio Mendes e Os Cariocas. No auditório do Colégio Rio Branco, Chico mostra a sua canção Marcha Para Um Dia de Sol. Em 1965, é lançado seu primeiro compacto com Pedro Pedreiro e Sonho de Um Carnaval,
sua primeira música inscrita em um festival, o da TV Excelsior. A canção defendida é depois gravada por Geraldo Vandré e não se classifica. O primeiro lugar vai para Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, interpretada por Elis Regina. No Juão Sebastião Bar, reduto paulista da bossa nova na época, conhece Gilberto Gil. Nesse mesmo ano, conhece Caetano Veloso, que se entusiasmara ao ouvir Chico cantando Olê, Olá num show estudantil. Em 1966, A Banda divide com Disparada, de Théo de Barros e Geraldo Vandré, o primeiro lugar no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Record. Mesmo morando no Rio, continua mantendo vínculos com São Paulo, onde passa a gravar, ao lado de Nara Leão, o programa musical Pra Ver a Banda Passar, da TV Record. Carolina fica em terceiro lugar no II FIC - Festival Internacional da Canção - promovido pela Rede Globo. Roda Viva também se classifica em terceiro no III Festival da MPB, promovido pela TV Record. Em 1968 vence o Festival Internacional da Canção, com Sabiá, feita em parceria com Tom Jobim, com quem compõe, no mesmo ano, Pois É e Retrato Em Branco e Preto. Em janeiro de 1969 deixa o Brasil e se apresenta na grande Feira da Indústria Fonográfica, em Cannes, na França. Parte depois para um auto-exílio na Itália. Retorna ao Brasil em 1970 e afasta-se do samba tradicional, variando mais a linha das composições e revelando novas influências como a toada, em Rosa dos Ventos, o iê-iê-iê italiano com Cara a Cara, e o protesto político com Apesar de Você. Em abril de 1975 é vetado integralmente pela censura seu samba Bolsa de Amores. Rompe com a TV Globo e cancela sua inscrição, junto com outros convidados, no VI Festival Internacional da Canção, em sinal de protesto contra o fato de a emissora criar uma inscrição especial para que os mais famosos não precisassem passar pelas fases eliminatórias. Em 1972, compõe quase todas as músicas do filme Quando O Carnaval Chegar. Voltaria a fazer músicas para mais dois filmes de Cacá Diegues: Joanna, a Francesa, em 1973, e Bye Bye, Brasil, de 1979. Em 1973, a música Cálice, feita em parceria com Gilberto Gil, é proibida pela própria Phonogram. Com medo de represálias, a gravadora desliga os microfones do palco e impede Chico e Gil até mesmo de tocarem a melodia da música. Em 1972, a censura proíbe a capa do disco Chico Canta, com as músicas da peça Calabar. Para driblar a censura, cria o personagem heterônimo Julinho da Adelaide. A artimanha dá certo e as canções Acorda, Amor, Jorge Maravilha e Milagre Brasileiro passam sem grandes problemas pela censura. Julinho da Adelaide concede ao escritor e jornalista Mario Prata uma longa entrevista para o jornal Última Hora. O público só tomaria conhecimento da verdade por meio de uma reportagem publicada em 1975 pelo Jornal do Brasil. Em 1975, resiste às tentativas dos que querem transformá-lo em um símbolo da luta política contra o regime militar. Em 1976, compõe O Que Será, para o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto. Sai o disco Meus Caros Amigos.

Em 1978, estréia a peça Ópera do Malandro. No mesmo ano, ganha o Prêmio Molière como melhor autor teatral pelo seu trabalho em Gota d´Água e lança o LP Chico Buarque 1978, e Chapeuzinho Amarelo, o primeiro livro infantil de sua autoria, ilustrado por Donatella Berlendis, além do álbum duplo Ópera do Malandro. Em 1980, lança o LP Vida, que traz, entre outras, a música Eu Te Amo, feita especialmente para o filme homônimo de Arnaldo Jabor. Lança ainda os discos: Almanaque e Saltimbancos Trapalhões. Em 1982, em parceria com Edu Lobo, compõe as canções para o balé O Grande Circo Místico, que seria lançado em disco no ano seguinte. Em 1983, compõe o samba Vai Passar, que no ano seguinte se tornaria uma referência na campanha pelas Diretas Já, da qual participa ativamente. Lança o disco Chico Buarque 1984. Em 1986 comanda, ao lado de Caetano Veloso, o programa de televisão "Chico e Caetano", que permaneceu por sete meses na programação da Rede Globo. Em 1987, lança o disco Francisco e volta aos palcos dirigido por Naum Alves de Souza. Em 1989, lança o disco Chico Buarque. Em 1992, lança seu primeiro romance, Estorvo, publicado pela Companhia das Letras, com o qual ganha o Prêmio Jabuti de Literatura e vende 7.500 exemplares em apenas três dias, surpreendendo a Editora Dom Quixote. Em 1995, escreve o segundo romance, Benjamim, que, lançado em 1995, recebe críticas desfavoráveis de parte da crítica literária, não obstante o sucesso de vendas e os elogios de grandes nomes da literatura. 

Em 1997, participa do disco Chico Buarque de Mangueira, com regravações de clássicos dos compositores da escola e com duas canções inéditas (Levantados do Chão e Assentamento) e, em 1998, é o homenageado no desfile em que a Mangueira sagrou-se campeã do carnaval de 1998. De Paris, escreve artigos para os jornais O Estado de S. Paulo e O Globo durante a Copa do Mundo. 

O CD As Cidades, com sete canções inéditas e quatro regravações, chega às lojas cinco anos depois de Paratodos. É seu primeiro trabalho lançado na Internet.”

O talento e a criatividade de Chico Buarque são únicos. Ao completar 70 anos de vida, devemos comemorar e parabenizar esse ilustre brasileiro.

Sala das Sessões, em 18 de junho de 2014.

Senadora VANESSA GRAZZIOTIN
Senador EDUARDO SUPLICY
Senador CRISTÓVAM BUARQUE


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