Presidenta reafirma que aumento de salários foi principal fator de redução da desigualdade e pede pressão popular contra 'interesses poderosos' e para que Congresso destine royalties do petróleo à educação
Por: Redação da Rede Brasil Atual
Publicado em 01/05/2013, 21:20
Última atualização às 21:24
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff aproveitou o pronunciamento do Dia do Trabalho para rebater críticas feitas nos últimos meses à condução da política econômica e oficializar o envio ao Congresso de projeto de lei que destinará todos os royalties arrecadados com a exploração de petróleo para a educação.
Ela utilizou o discurso de onze minutos e 40 segundos, transmitido em cadeia de rádio e televisão nesta quarta (1º), para passar a limpo algumas das medidas tomadas nos últimos meses e pedir apoio da população na luta contra “interesses poderosos”, como os que se opõem às seguidas medidas de redução de impostos. “É mais do que óbvio que um governo que age assim e uma presidenta que pensa dessa maneira não vão descuidar nunca do controle da inflação. Esta é uma luta constante, imutável, permanente. Não abandonaremos jamais os pilares da nossa política econômica, que têm por base o crescimento sustentado e a estabilidade. E não abriremos mão jamais dos pilares fundamentais do nosso modelo: a distribuição de renda e a diminuição da desigualdade no Brasil”, disse.
A inflação, que vem sendo capitalizada pela oposição como arma na disputa eleitoral de 2014, foi novamente evocada neste Dia do Trabalho. Durante evento na zona norte de São Paulo, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB), provável candidato ao Planalto, acusou o governo de trazer a alta de preços de volta à mesa dos brasileiros, o que provocou críticas do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
“Acreditem apaixonadamente no Brasil e na força do trabalho de cada um de vocês. Não tenho dúvida que o Brasil, com a força de vocês, vai crescer mais”, reforçou a presidenta, que abriu o pronunciamento com um lembrete sobre o efeito positivo da expansão do mercado interno ao longo dos governos dela e de Lula (2003-10). “O Brasil passou a ser mais Brasil quando o brado por mais emprego, mais salário e mais comida deixou de ser um grito solitário dos trabalhadores para ser a voz e o compromisso de uma nação. É por isso que estamos tendo a alegria de comemorar o 1º de Maio com recordes sucessivos.”
Para Dilma “nada ameaça essas conquistas”, e será possível continuar a ampliar emprego, salário e poder de compra. A presidenta reforçou durante o pronunciamento a linha de pensamento que vem utilizando em seus discursos, deixando claro que acredita que esta trajetória exitosa só terá sequência se o país se preocupar com a formação.
“Mesmo com a importância dos programas sociais, foi a renda do trabalho que mais contribuiu na diminuição da desigualdade. Com os programas de transferência de renda, já tiramos 36 milhões de brasileiros da miséria. Mas são o emprego e o salário que estão impedindo que essas pessoas voltem para a pobreza, e também aceleram a ascensão social de milhões de outros brasileiros. Foi assim que 40 milhões de brasileiros foram para a classe média. Isso se deu por causa da valorização do salário-mínimo, do recorde na geração de emprego com carteira assinada e do ganho real em todas as faixas salariais”, afirmou. “A partir de agora, o governo vai privilegiar como nunca o instrumento que mais amplia o emprego e o salário: a educação.”
Neste sentido, o anúncio mais importante foi a oficialização do envio ao Congresso de um projeto de lei para destinar todos os recursos arrecadados com os royalties do petróleo para educação. “O papel do Estado é criar condições para isso, em especial, abrindo portas para os que mais precisam. Mas um governo só pode cumprir bem seu papel se tiver vontade política e se contar com verba suficiente. Por isso, é importante que o Congresso Nacional aprove nossa proposta de destinar os recursos do petróleo para a educação. Peço a vocês que incentivem o seu deputado e o seu senador para que eles apoiem essa iniciativa.”
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