Portal Vermelho
17 de Janeiro de 2016 - 22h50
Calcula-se que o estoque da dívida publica brasileira hoje corresponda a cerca de R$ 3,8 trilhões (dívida interna), somados aos US$ 546 bilhões da dívida externa, o que – ao câmbio atual de R$ 4,04 – significa outros R$ 2,2 trilhões.
Isto é, os detentores de títulos da dívida pública controlam a quantia de cerca de R$ 6 trilhões. Superior ao PIB de 2014, que foi de R$ 5,5 trilhões.
É importante prestar a atenção nestes números himalaicos quando se analisa a evolução da taxa de juros no Brasil.
É importante prestar a atenção nestes números himalaicos quando se analisa a evolução da taxa de juros no Brasil.
O valor da taxa Selic atual, de 14,25%, é o mesmo de agosto de 2006.
Está longe do que foi durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, quando sempre esteve nas alturas, e encerrou seu longo período presidencial à taxa de 25%, em dezembro de 2002.
No tempo em que o governo Dilma Rousseff enfrentou a especulação rentista e financeira, chegou aos níveis mais baixos da história, batendo em 7,25% em março de 2013 – mas voltou a subir desde então e agora ameaça retomar o rumo das alturas já vistas no passado.
No esforço pelo “reajuste” conservador, haverá coragem oficial em afrontar o clamor nacional e retomar aquele caminho escandalosamente altista?
Considerado o estoque da dívida do governo, cada 0,5 ponto percentual de variação na taxa de juros pode significar R$ 30 bilhões.
No tempo em que o governo Dilma Rousseff enfrentou a especulação rentista e financeira, chegou aos níveis mais baixos da história, batendo em 7,25% em março de 2013 – mas voltou a subir desde então e agora ameaça retomar o rumo das alturas já vistas no passado.
No esforço pelo “reajuste” conservador, haverá coragem oficial em afrontar o clamor nacional e retomar aquele caminho escandalosamente altista?
Considerado o estoque da dívida do governo, cada 0,5 ponto percentual de variação na taxa de juros pode significar R$ 30 bilhões.
Hoje, quando é fundamental se conseguir o equilíbrio das contas do governo, 0,5 ponto percentual a mais para o pagamento de juros extrapola qualquer consideração razoável.
Somente essa canetada de meio por cento representa um valor comparável ao orçamento anual do Bolsa Família!
As informações consolidadas sobre o Orçamento de 2014 revelam a extensão da espoliação das contas públicas pelo diminuto número de rentistas que se locupletam com os altos juros pagos pelo governo federal.
As informações consolidadas sobre o Orçamento de 2014 revelam a extensão da espoliação das contas públicas pelo diminuto número de rentistas que se locupletam com os altos juros pagos pelo governo federal.
Naquele ano, mais de 45% do orçamento foram empregados improdutivamente para pagar juros e amortizações da dívida.
É muito mais do que tudo o que foi gasto com os benefícios e aposentadorias da Previdência Social (22%), Saúde (3,98%), Educação (3,7%), Defesa nacional (meros 1,58%), ou Transporte (0,56%).
Para não se falar em outros gastos orçamentários que incidem diretamente na qualidade de vida dos brasileiros e são efetuados pelo governo federal.
A próxima reunião do Copom, que é o xerife da taxa Selic, está marcada para os dias 19 e 20 de janeiro, e vai sinalizar o rumo oficial – a retomada do crescimento, emprego e renda para os brasileiros, ou a satisfação da ganância rentista e especulativa.
A próxima reunião do Copom, que é o xerife da taxa Selic, está marcada para os dias 19 e 20 de janeiro, e vai sinalizar o rumo oficial – a retomada do crescimento, emprego e renda para os brasileiros, ou a satisfação da ganância rentista e especulativa.
Um grande número de especialistas e economistas (até mesmo alguns tucanos...) rejeita a continuidade do aumento na taxa de juros.
“Há uma recessão violenta, uma velocidade alta de deterioração do mercado de trabalho.
“Há uma recessão violenta, uma velocidade alta de deterioração do mercado de trabalho.
Todo mundo sabe que o problema não é excesso de demanda. Aumentar juros significará mais desemprego e menos salário”, diz o professor de Economia da Unicamp Pedro Rossi.
Hoje, assegura ele, os juros já abocanham cerca de 10% da renda das famílias, e o equivalente a 20% da arrecadação do governo.
"São valores que vão da população para o pagamento de juros aos bancos e investidores que possuem títulos da dívida.
Então é um mecanismo de transferência de renda”, conclui. Poderia ter dito: mecanismo de espoliação do país e de todos os que trabalham e produzem as riquezas disponíveis, do setor produtivo, pelo grande capital rentista e especulador.
Os banqueiros e seus porta-vozes, que têm enorme influência sobre as decisões do Copom, propagandeiam que a única alternativa é o que chamam de “remédios amargos”.
Os banqueiros e seus porta-vozes, que têm enorme influência sobre as decisões do Copom, propagandeiam que a única alternativa é o que chamam de “remédios amargos”.
É uma afirmação falsa: a economia não é uma ciência exata, mas política, e fica com a maior parte da riqueza social aqueles setores que conseguem, pela força e pelo convencimento, impor aos demais a sua vontade dizendo que corresponde aos interesses gerais.
Não correspondem: os tais “remédios amargos” são o néctar dos deuses para especuladores e rentistas.
Só são amargos para o país, o povo, os trabalhadores e os empresários da produção.
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