11 de Janeiro de 2015 - 8h59
“Diz que é comunista mas usa um Iphone!”. Quem nunca escutou esta frase, geralmente em tom histérico ou irônico, deste ou daquele direitista ignorante metido a conhecedor da história e da obra de Marx? A revelação que fará este artigo deixará a muitos puxa-sacos dos capitalistas inquietos, talvez até irritados. Certamente, ao usar um clichê tão ridículo, eles ignoram que uma invenção que estão acostumados a usar foi concebida originalmente em um país socialista.
Qualquer um que busque algo relacionado com o nome de Leonid Ivanovich Kupriyanovich se dará conta de que apenas sabe uma parte da história. O inventor comunista russo era um famoso engenheiro, conhecido por suas invenções na área de comunicação. Em 1955, publicou em uma revista científica para amantes do rádio uma descrição de seu aparato walkie-talkie, capaz de fazer conexões de até 1,5 km de distância. Pesava cerca de 1,2 kg e funcionava com dois tubos de vácuo.
Em 1957 apresentou a mesma versão de seu walkie-talkie, mas desta vez com um alcance de 2 km de distância e com um peso de 50 gramas. Mas o engenheiro comunista não se deteve aí, no mesmo ano apresentou o LK-1, um telefone celular que usava ondas de rádio, tinha um alcance de 20 a 30 km de distância e uma bateria que durava de 20 a 30 horas. O dispositivo manual pesava cerca de 3 kg e dependia de uma estação. Segundo Leonid Ivanovich, a estação podia servir a vários clientes ao mesmo tempo. O inventor soviético patenteou seu telefone celular em 1957 (Certificado nº115494, 1.11.1957). Em 1958, no instituto de investigação Científica de Voronej (VNIIS), Kupriyanovich começou a busca por um sistema próprio de comunicação móvel. Suas descobertas científicas eram constantemente publicados na revista mais famosa sobre tecnologia editada na União Soviética, a “Nauza i Jizn” (Ciência e Vida).
Em 1958, Leonid Kupriyanovich foi mais além, encolhendo sua invenção a um tamanho suficientemente pequeno para levar no bolso. O aparato do engenheiro comunista não só permitia fazer conexões como também recebê-las de telefones residenciais e de cabines telefônicas. Tinha aproximadamente o tamanho de um pacote de cigarro, como a maioria dos telefones celulares atuais.
Em 1961, o engenheiro comunista da União Soviética desenvolveu um dispositivoainda menor, que cabia na palma da mão e tinha um alcance de mais de 30 km. No mesmo ano foi planejada a fabricação deste objeto em grande escala, segundo uma entrevista dada por Leonid à agência de notícias APN. O inventor também falou sobre o plano de construir estações de telefonia móvel.
O primeiro dispositivo de telefonia móvel nacional acabou sendo o “Altay”, distribuído comercialmente a partir de 1963, e em 1970 já estava presente em mais de 114 cidades da URSS. Muitos de seus dispositivos foram inicialmente empregados pelo mundo médico, em hospitais e depois por taxis no país. O sistema foi usado em países do Leste Europeu como Bulgária e exibido na exposição internacional Inforga-65.
Então, da próxima vez que vier alguém dizendo isso de que “um comunista de verdade não usa telefone celular” ou que “o Iphone é capitalista”, faça o favor de lembrá ao pobre ignorante que a invenção que usa foi criada pelo comunista Leonid Ivanovich Kupriyanovich e que se criou na URSS e não nos EUA. Sua patente é uma prova disso.
Estes argumentos escatológicos são facilmente refutados com investigação e leitura, com o conhecimento dos clássicos do marxismo-leninismo, que revelam que seus mestre sempre se mostraram favoráveis à tecnologia. Karl Marx escreveu na “Crítica ao programa de Gotha” que era necessário que os trabalhadores desfrutassem de conforto material no socialismo. Marx e Engels eram entusiastas do progresso industrial, mas condenaram os métodos pelos quais foi alcançado. Lenin era um entusiasta da tecnologia, e em sua obra política enfatiza que o comunismo dependeria do poder soviético mais a eletrificação de todo o país ( a eletricidade era, então, talvez a mais avançada forma de tecnologia humana em sua época). A era de Stalin permitiu ao homem e à mulher soviético(a) dominar a força que gera o sol, a energia nuclear. Che Guevara, aluno deste último, costumava apresentar a democratização da tecnologia como uma das definições do socialismo. Logo, longe de ser proibido ao operário ter um Ipad ou um Iphone, este pode ficar com a consciência tranquila de que é plenamente comunista levar um telefone celular (especialmente se tiver um fundo de tela comunista para irritar aos anticomunistas), uma invenção de um gênio comunista soviético que facilita e dinamiza as telecomunicações.
Fonte: Outras Palavras
“Se diz comunista, mas usa iPhone”
“Diz que é comunista mas usa um Iphone!”. Quem nunca escutou esta frase, geralmente em tom histérico ou irônico, deste ou daquele direitista ignorante metido a conhecedor da história e da obra de Marx? A revelação que fará este artigo deixará a muitos puxa-sacos dos capitalistas inquietos, talvez até irritados. Certamente, ao usar um clichê tão ridículo, eles ignoram que uma invenção que estão acostumados a usar foi concebida originalmente em um país socialista.
Divulgação
Segundo a lenda, “o primeiro telefone celular foi inventado nos EUA”. Ela insiste em que em 3 de abril de 1973, o diretor da companhia Motorola, Martin Kutcher, apresentou em Manhattan um dispositivo de telefonia móvel em uma exposição. Até 1979, a Travel Eletronics não passaria a comercializá-lo. Pesava quase 1 kg e seu valor era de aproximadamente uns $3700,00. O custo da conexão era de 24 a 40 centavos por minuto.Kupriyanovich testa e exibe sua invenção: o aparelho celular
Qualquer um que busque algo relacionado com o nome de Leonid Ivanovich Kupriyanovich se dará conta de que apenas sabe uma parte da história. O inventor comunista russo era um famoso engenheiro, conhecido por suas invenções na área de comunicação. Em 1955, publicou em uma revista científica para amantes do rádio uma descrição de seu aparato walkie-talkie, capaz de fazer conexões de até 1,5 km de distância. Pesava cerca de 1,2 kg e funcionava com dois tubos de vácuo.
Em 1957 apresentou a mesma versão de seu walkie-talkie, mas desta vez com um alcance de 2 km de distância e com um peso de 50 gramas. Mas o engenheiro comunista não se deteve aí, no mesmo ano apresentou o LK-1, um telefone celular que usava ondas de rádio, tinha um alcance de 20 a 30 km de distância e uma bateria que durava de 20 a 30 horas. O dispositivo manual pesava cerca de 3 kg e dependia de uma estação. Segundo Leonid Ivanovich, a estação podia servir a vários clientes ao mesmo tempo. O inventor soviético patenteou seu telefone celular em 1957 (Certificado nº115494, 1.11.1957). Em 1958, no instituto de investigação Científica de Voronej (VNIIS), Kupriyanovich começou a busca por um sistema próprio de comunicação móvel. Suas descobertas científicas eram constantemente publicados na revista mais famosa sobre tecnologia editada na União Soviética, a “Nauza i Jizn” (Ciência e Vida).
Em 1958, Leonid Kupriyanovich foi mais além, encolhendo sua invenção a um tamanho suficientemente pequeno para levar no bolso. O aparato do engenheiro comunista não só permitia fazer conexões como também recebê-las de telefones residenciais e de cabines telefônicas. Tinha aproximadamente o tamanho de um pacote de cigarro, como a maioria dos telefones celulares atuais.
Kupriyanov experimenta o seu LK-1 enquanto lê um livro em um carro
Em 1961, o engenheiro comunista da União Soviética desenvolveu um dispositivoainda menor, que cabia na palma da mão e tinha um alcance de mais de 30 km. No mesmo ano foi planejada a fabricação deste objeto em grande escala, segundo uma entrevista dada por Leonid à agência de notícias APN. O inventor também falou sobre o plano de construir estações de telefonia móvel.
O primeiro dispositivo de telefonia móvel nacional acabou sendo o “Altay”, distribuído comercialmente a partir de 1963, e em 1970 já estava presente em mais de 114 cidades da URSS. Muitos de seus dispositivos foram inicialmente empregados pelo mundo médico, em hospitais e depois por taxis no país. O sistema foi usado em países do Leste Europeu como Bulgária e exibido na exposição internacional Inforga-65.
Então, da próxima vez que vier alguém dizendo isso de que “um comunista de verdade não usa telefone celular” ou que “o Iphone é capitalista”, faça o favor de lembrá ao pobre ignorante que a invenção que usa foi criada pelo comunista Leonid Ivanovich Kupriyanovich e que se criou na URSS e não nos EUA. Sua patente é uma prova disso.
Estes argumentos escatológicos são facilmente refutados com investigação e leitura, com o conhecimento dos clássicos do marxismo-leninismo, que revelam que seus mestre sempre se mostraram favoráveis à tecnologia. Karl Marx escreveu na “Crítica ao programa de Gotha” que era necessário que os trabalhadores desfrutassem de conforto material no socialismo. Marx e Engels eram entusiastas do progresso industrial, mas condenaram os métodos pelos quais foi alcançado. Lenin era um entusiasta da tecnologia, e em sua obra política enfatiza que o comunismo dependeria do poder soviético mais a eletrificação de todo o país ( a eletricidade era, então, talvez a mais avançada forma de tecnologia humana em sua época). A era de Stalin permitiu ao homem e à mulher soviético(a) dominar a força que gera o sol, a energia nuclear. Che Guevara, aluno deste último, costumava apresentar a democratização da tecnologia como uma das definições do socialismo. Logo, longe de ser proibido ao operário ter um Ipad ou um Iphone, este pode ficar com a consciência tranquila de que é plenamente comunista levar um telefone celular (especialmente se tiver um fundo de tela comunista para irritar aos anticomunistas), uma invenção de um gênio comunista soviético que facilita e dinamiza as telecomunicações.
Fonte: Outras Palavras
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