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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Jango: só 33% viam 'risco para o continente' em 1964


Pesquisas sobre a avaliação de seu governo foram feitas às vésperas do golpe, mas não divulgadas à época

- do Brasil Econômico 



As pesquisas do Ibope sobre a avaliação do governo de João Goulart, em 1964, mostram que, caso pudesse ser candidato em eleição no ano seguinte, o então presidente venceria as eleições com mais de 50% dos votos em cinco capitais. Em São Paulo, ele tinha 72% de aprovação, ao contrário do que se imaginava à época. Outros dados de pesquisas, ainda não revelados, vão na linha contrária da versão divulgada de que a população brasileira temia o avanço do “perigo comunista”. Apenas 33% da população consideravam o governo Jango “um risco para o continente”. Entre os ricos e a classe média, 42% tinham essa avaliação . Nas classes C e D, os índices variavam entre 29% e 27%. Trinta e sete por cento da população dizia não ver qualquer risco no governo Jango.

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Antes do golpe de 64, pesquisas davam apoio ao governo Jango

Jango acabou deposto pelos militares. As pesquisas sobre a avaliação de seu governo foram feitas às vésperas do golpe, mas não divulgadas à época. Esses documentos permaneceram ocultos até 2003, quando o Ibope doou o seu acervo para o arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp. As pesquisas foram analisadas pelo professor Luiz Antonio Dias, chefe do Departamento de História da PUC de São Paulo. Para disputar a eleição em 1965 - caso não tivesse sido tirado do poder -, Jango teria de aprovar uma mudança na Constituição. Sem o seu nome nas pesquisas de intenção de voto, Juscelino Kubitschek vencia as eleições nas oito capitais pesquisadas. Mas Jango só alcançava percentuais menores que os de JK em Fortaleza e Belo Horizonte. Caso ele concorresse, certamente largaria na dianteira da corrida eleitoral, avalia o historiador Dias.

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