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sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Pré-sal exige investimento de U$ 500 bilhões em 12 anos - Do Valor Econômico
terça-feira, 15 de outubro de 2013
A cretinice de quem vaza - e compartilha - vídeo íntimo
A cretinice de quem vaza - e compartilha - vídeo íntimo
Sexo
O sinal que a garota de Goiânia fez no vídeo virou "meme" na Internet, piorando a situação
A história é conhecida: casal grava momentos íntimos, eles brigam, e o cara posta as imagens online. Acontece toda hora, e a vítima da vez é a Fran, uma jovem de 19 anos moradora de Goiânia. O ex-parceiro era um cretino de 22 anos com quem ela mantinha um relacionamento. O vídeo viralizou por meio do whatsapp, serviço de mensagens instantâneas.
Muita gente, muita mesmo, fez piada, repetindo um gesto de Fran nas redes sociais. Descobriram a identidade da moça, espalharam o endereço dela, o local de trabalho. Fran, aterrorizada, mudou o visual, se afastou do trabalho, deixou de sair. Mas a coragem de Fran é espetacular: mesmo com a vida sendo devastada por alguém em quem ela confiava, ela se empoderou e procurou a delegacia para registrar ocorrência.
Agora, o inquérito policial está correndo; o pai do autor do "vazamento" diz que o filho está cabisbaixo, triste, sem sair de casa. Mas em que momento a vida dele foi exposta? Porque o roteiro é sempre o mesmo: quem é julgada, xingada, maltratada, é a mulher que aparece nos vídeos ou fotos. O homem? É o comedor, oespertão que, além de conquistar uma gatinha, ainda está mostrando seu troféu para o resto do mundo.
Fran fez sexo. Coisa que a maioria de nós já fez, já quis fazer, ou continua querendo e fazendo. Qual o grande pecado dela? Sim, fazer sexo, ter desejo e expressá-lo. Simone de Beauvoir fala sobre como a sociedade encara a sexualidade feminina: "a civilização patriarcal condena a mulher à castidade; reconhece-se mais ou menos abertamente ao homem o direito a satisfazer seus desejos sexuais, ao passo que a mulher é confinada ao casamento: para ela, o ato carnal, em não sendo santificado pelo código, pelo sacramento, é falta, queda, derrota, fraqueza. Ela tem o dever de defender sua virtude, sua honra; se "cede", se "cai", suscita o desprezo; ao passo que até na censura que se inflige ao seu vencedor há admiração".
Eu não consigo decidir o que é pior nessa história toda. Se a traição do ex-parceiro em compartilhar as imagens, ou se as pessoas inflamadíssimas nas redes sociais fazendo julgamento público da vítima. Repassando o vídeo, fazendo piadas, tirando fotos semelhantes às imagens, apenas com o fim de humilhar ainda mais a jovem. Por que as pessoas fazem isso? Por que elas se regozijam com o sofrimento alheio? Por que existe essa vigilância constante da sexualidade da mulher?
Isso só faz com que as mulheres não se sintam confortáveis em se expressarem, em terem prazer, em viverem do jeito que lhes agrada. Ninguém ganha com isso. O já falecido psicanalista José Antonio Gaiarsa consegue resumir em um parágrafo:
"A infinita estupidez humana e sua arte suprema de manter a si mesmo e aos próximos eternamente infelizes. Todos vigiando a todos para que ninguém faça o que todos gostariam de fazer - principalmente amar, rir, dançar, cantar. Só na hora certa, só no lugar certo!"
Fran foi vítima da estupidez humana, a do sujeito com quem ela teve relações. Depois, mais ainda, com a cretinice de cada um que compartilhou o vídeo. Em breve, teremos uma nova história parecida. Mais uma mulher será exposta e terá a vida devastada. Como consequência, todas as outras mulheres ficam receosas em confiar nos parceiros. E não temos como culpá-las por isso.
domingo, 13 de outubro de 2013
Haroldo Lima: Leilão de Libra atende interesse nacional
Haroldo Lima: Leilão de Libra atende interesse nacional
O combativo, comunista e nacionalista Haroldo Lima defende enfaticamente o Leilão de Libra e explica porquê.
Destaco um trecho:
Se o consórcio vencedor não der à União nada além do mínimo exigido, a participação pública no óleo ficará em 75%, segundo estudo da ANP, divulgado em reunião da CPI da Espionagem, no Senado; se a parcela do excedente chegar a 50%, a participação pública irá a 80%, das maiores do mundo. Hoje, para os campos maiores, essa participação não chega a 60%, oscila em torno de 52% para os demais.
Em segundo lugar, a Petrobras será a operadora do campo, a empresa que acumulará todo o conhecimento da atividade exploratória e produtiva da área, e terá também, por força de lei, 30% do consórcio vencedor, qualquer que seja ele.
Depois, uma empresa 100% estatal, a Pré-Sal Petróleo S.A., a PPSA, será criada para representar o governo federal na gestão do contrato, com voto de minerva e poder de veto.
Finalmente, uma política de conteúdo local será aplicada, bem como outra de pesquisa e desenvolvimento, favorecendo a indústria nacional e o avanço da ciência e tecnologia entre nós.
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O INTERESSE NACIONAL E O LEILÃO DE LIBRA
Por Haroldo Lima, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Cinco das maiores petroleiras do mundo decidiram não participar do leilão de Libra. Na história desses leilões, isto não é novidade. Na 6ª Rodada da ANP, em 2004, quando importantes blocos foram licitados, também as grandes multinacionais do petróleo não compareceram.
Por ocasião da 6ª Rodada, quando iam a leilão os “blocos azuis”, os de maior potencial até então leiloados, surgiu a “informação” de que o leilão visava “entregar” às multinacionais do petróleo, a “preço de banana”, os valorizados blocos. Findo o leilão, verificou-se que a Petrobras, sozinha ou com sócios, ficou com 94% dos blocos localizados no mar, onde estavam todos os “azuis”. E que as multinacionais do petróleo, a quem supostamente esses blocos seriam “doados”, nem apareceram no leilão, exceto uma, que disputou três blocos em sociedade com a Petrobras. As grandes petroleiras demonstram não tomar conhecimento das fantasias que lhes anunciam “doações” de imensas riquezas petrolíferas.
Agora, a nação aguarda para 21 de outubro próximo o primeiro leilão na província do pré-sal, após a mudança do marco regulatório. Tudo está pronto, até porque sete anos já se passaram da descoberta do pré-sal.
Eis que a mesma fantasia que apareceu antes da 6ª Rodada, a da “doação” às multinacionais de campos de petróleo, e que foi rotundamente desmentida pelos fatos, reaparece, escondendo uma posição conservadora, imobilista e medrosa. China, Índia, Noruega, Canadá, Cuba, Angola e tantos outros países articulam-se com quem quer que seja para impulsionar seus desenvolvimentos. Empregam regulação que preserva suas soberanias e seus projetos nacionais. E nós, que para muitos países somos modelo de regulação, não podemos fazer o mesmo? Até a pérfida espionagem perpetrada pelos Estados Unidos no Brasil é aproveitada com o mesmo fito protelatório, imobilista. “Dados podem ter sido descobertos”, então, suspenda-se o leilão! Mas, que dados, se eles são públicos? E se a existência de espionagem, por si só, leva à suspensão de um leilão, e se a espionagem vai continuar, como previu o chanceler brasileiro Luiz Roberto Figueiredo, então, nunca mais tocaremos no pré-sal.
O exame minucioso do edital e do contrato, relativos ao leilão de Libra, revelam que foram elaborados com uma preocupação central – resguardar o interesse nacional. Esse interesse não exclui espaços para atrair o empreendedor privado, tanto que grandes empresas estão inscritas e vão participar do certame. Se outras lá não estão, não é por ausência de atratividade do leilão, nem porque o mesmo estaria sofrendo ingerência demasiada do Estado brasileiro. É porque as decisões dessas grandes empresas são individualizadas e dependem de oportunidades e conveniências analisadas à luz de dados globais.
Em Libra, o interesse nacional começou a ser resguardado quando o então presidente Lula convocou uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em 8 de novembro de 2007, para examinar o que fazer com o pré-sal recém-descoberto. Aí se constatou que 41 blocos, situados na área da descoberta, estavam na relação da 9ª Rodada de Licitações, que ocorreria em 19 dias. Quem os arrematasse iria explorá-los com contratos de concessão. Como não se sabia ainda o que seria feito naquela área, decidiu-se, por proposta da ANP, retirar todos esses blocos da lista da 9ª Rodada. Na continuidade, introduziu-se em lei, para aquela região e eventuais congêneres, o sistema de partilha da produção, em geral usado mundo afora em áreas altamente prolíferas.
Na partilha, paga-se o custo da extração do óleo e os royalties com parte do petróleo extraído. O excedente é para ser partilhado entre a empresa ou consórcio contratado e a União. Quem se comprometer em dar a maior parcela desse excedente à União ganha o leilão, sendo que o mínimo que pode ser aceito, segundo o edital, é 41,65%. No formato proposto, serão grandes as vantagens para o Brasil. Quatro se destacam.
Se o consórcio vencedor não der à União nada além do mínimo exigido, a participação pública no óleo ficará em 75%, segundo estudo da ANP, divulgado em reunião da CPI da Espionagem, no Senado; se a parcela do excedente chegar a 50%, a participação pública irá a 80%, das maiores do mundo. Hoje, para os campos maiores, essa participação não chega a 60%, oscila em torno de 52% para os demais.
Em segundo lugar, a Petrobras será a operadora do campo, a empresa que acumulará todo o conhecimento da atividade exploratória e produtiva da área, e terá também, por força de lei, 30% do consórcio vencedor, qualquer que seja ele.
Depois, uma empresa 100% estatal, a Pré-Sal Petróleo S.A., a PPSA, será criada para representar o governo federal na gestão do contrato, com voto de minerva e poder de veto.
Finalmente, uma política de conteúdo local será aplicada, bem como outra de pesquisa e desenvolvimento, favorecendo a indústria nacional e o avanço da ciência e tecnologia entre nós.
Por: Miguel do Rosário