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segunda-feira, 4 de março de 2013

Juros e câmbio: olho vivo, Presidenta Dilma

Dilma, uma senhora Presidenta:
Olho vivo, nos juros e no câmbio.*


  
Reúne-se o COPOM, para definição da taxa de juros SELIC. No patamar de 7,25%, nunca antes foi tão baixa.

Mas ainda é alta, comparada com a do Japão e EUA, por exemplo.

E demorou a baixar, contribuindo para deprimir a atividade econômica, principalmente a indústria.

Isso, aliado a uma menor demanda por produtos brasileiros no comércio internacional (comodities, principalmente), são algumas das razões do PIB ter crescido apenas 0,9% em 2012.

Ainda assim, em meio à profunda crise do sistema capitalista, o Brasil cresceu mais que a Alemanha ou a França.

E conseguimos manter o desemprego em baixa, fechou com 5,5% no ano passado. Na Espanha está em 26%; a média européia beira os 15%.

Agora, vem aí uns espertinhos travestidos de consultores de economia, e também uns burgueses de quatro costados, que recomeçaram a ladainha de que os juros têm que subir para segurar a inflação.

Não são os patriotas que tentam parecer.

Querem é elevar o lucro dos bancos, que caiu 6% em 2012 (Bradesco, Itaú), dos ricos investidores em títulos e fundos.

Não é o caso de aumentar juros.

Notícia boa hoje veio da FIPE, de que o IPC- Índice de Preços ao Consumidor – mostra o índice de inflação desacelerando para 0,22% na cidade de São Paulo (em janeiro foi 1,15%, por fatores sazonais como chuvas, alta dos alimentos).

Mas os pregoeiros da alta do juro querem é aumentar os ganhos da especulação financeira, os investimentos em títulos da dívida pública, que beneficiam apenas cerca de 15 mil famílias, que são os 1% mais ricos do Brasil (os tais milionários).

Essa especulação, onde se ganha muito sem se produzir nenhuma arruela, nem um grão de arroz, consumiu em 2012 R$ 753 bilhões do orçamento federal (44%).

Compare: essa montanha de dinheiro, carreada para o bolso de quem já é muito, muito rico, é 36,7 vezes o que a Presidenta Dilma investiu no Bolsa Família, que beneficia 40 milhões de brasileiros/as.

Correlação juros e câmbio

O câmbio também é fundamental para a economia do país, razão pela qual não deve ser deixado apenas à regulação do mercado.

O governo pode e deve implementar medidas para manter taxa de câmbio que seja favorável ao esforço exportador do Brasil, sob pena de provocar a desindustrialização.

Todos os países fazem isso, uns mais às claras que outros. Os EUA até inundam o sistema financeiro mundial de dólares a seu bel-prazer, pois tem o poder de imprimir a moeda de referência do planeta.

Sob o sol tropical, entre um solavanco e outro, a equipe de Dilma vai acertando a afinação da correlação juro e câmbio, para a alegria do povo (mais 35 milhões ascenderam à chamada “classe média” em 10 anos) e para o desespero dos mal acostumados a ganhar sem trabalho e sem produção.

Dessa correlação azeitada dependem um maior crescimento da economia nacional, a modernização e fortalecimento da indústria brasileira, a geração permanente de empregos e o avanço da distribuição de renda.

E tem gente, por desavisada ou má-fé, que vem com a lorota de que Lula e Dilma herdaram e aplicam a mesma política econômica dos tempos neoliberais de FHC, onde a concentração de renda, arrocho salarial e o entreguismo da privataria eram a tônica.

O povo, que de bobo nem o andado tem, sabe de economia o fundamental: que agora o seu salário está comprando mais a cada ano e o emprego está em alta.

*Luiz Carlos Orro  


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