Dilma, uma senhora Presidenta:
Olho vivo, nos juros e no câmbio.*
Reúne-se o COPOM, para definição da taxa de juros SELIC. No patamar de 7,25%, nunca antes foi tão baixa.
Mas ainda é alta, comparada com a do Japão e EUA, por exemplo.
E demorou a baixar, contribuindo para deprimir a atividade econômica, principalmente a indústria.
Isso, aliado a uma menor demanda por produtos brasileiros no comércio internacional (comodities, principalmente), são algumas das razões do PIB ter crescido apenas 0,9% em 2012.
Ainda assim, em meio à profunda crise do sistema capitalista, o Brasil cresceu mais que a Alemanha ou a França.
E conseguimos manter o desemprego em baixa, fechou com 5,5% no ano passado. Na Espanha está em 26%; a média européia beira os 15%.
Agora, vem aí uns espertinhos travestidos de consultores de economia, e também uns burgueses de quatro costados, que recomeçaram a ladainha de que os juros têm que subir para segurar a inflação.
Não são os patriotas que tentam parecer.
Querem é elevar o lucro dos bancos, que caiu 6% em 2012 (Bradesco, Itaú), dos ricos investidores em títulos e fundos.
Não é o caso de aumentar juros.
Notícia boa hoje veio da FIPE, de que o IPC- Índice de Preços ao Consumidor – mostra o índice de inflação desacelerando para 0,22% na cidade de São Paulo (em janeiro foi 1,15%, por fatores sazonais como chuvas, alta dos alimentos).
Mas os pregoeiros da alta do juro querem é aumentar os ganhos da especulação financeira, os investimentos em títulos da dívida pública, que beneficiam apenas cerca de 15 mil famílias, que são os 1% mais ricos do Brasil (os tais milionários).
Essa especulação, onde se ganha muito sem se produzir nenhuma arruela, nem um grão de arroz, consumiu em 2012 R$ 753 bilhões do orçamento federal (44%).
Compare: essa montanha de dinheiro, carreada para o bolso de quem já é muito, muito rico, é 36,7 vezes o que a Presidenta Dilma investiu no Bolsa Família, que beneficia 40 milhões de brasileiros/as.
Correlação juros e câmbio
O câmbio também é fundamental para a economia do país, razão pela qual não deve ser deixado apenas à regulação do mercado.
O governo pode e deve implementar medidas para manter taxa de câmbio que seja favorável ao esforço exportador do Brasil, sob pena de provocar a desindustrialização.
Todos os países fazem isso, uns mais às claras que outros. Os EUA até inundam o sistema financeiro mundial de dólares a seu bel-prazer, pois tem o poder de imprimir a moeda de referência do planeta.
Sob o sol tropical, entre um solavanco e outro, a equipe de Dilma vai acertando a afinação da correlação juro e câmbio, para a alegria do povo (mais 35 milhões ascenderam à chamada “classe média” em 10 anos) e para o desespero dos mal acostumados a ganhar sem trabalho e sem produção.
Dessa correlação azeitada dependem um maior crescimento da economia nacional, a modernização e fortalecimento da indústria brasileira, a geração permanente de empregos e o avanço da distribuição de renda.
E tem gente, por desavisada ou má-fé, que vem com a lorota de que Lula e Dilma herdaram e aplicam a mesma política econômica dos tempos neoliberais de FHC, onde a concentração de renda, arrocho salarial e o entreguismo da privataria eram a tônica.
O povo, que de bobo nem o andado tem, sabe de economia o fundamental: que agora o seu salário está comprando mais a cada ano e o emprego está em alta.
*Luiz Carlos Orro
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