Portal Vermelho
8 de Maio de 2014 - 16h27
Ânimos neonazistas ganham força na Europa. Na opinião de peritos internacionais, a crise econômica de hoje e ações de elites dirigentes são a causa deste fenômeno. A instabilidade do sistema financeiro leva à pauperização da população, radicalizando em resultado os ânimos de muitos europeus.
Personalidades sociais de vários países europeus expressam preocupação com o renascimento da ideologia neonazista no Velho Mundo. Este processo, em suas palavras, é sobretudo ativo na Grécia, Letônia, Áustria e Hungria. Trata-se de não apenas marchas regulares de integrantes de organizações pró-fascistas paramilitares. Representa também ameaça o crescimento da popularidade de partidos e movimentos nacionalistas radicais de direita em todo o continente.
Na Grécia, por exemplo, chegou ao parlamento o partido Aurora Dourada, a favor do qual votaram 440 mil eleitores num país em que habitam 11 milhões de pessoas. Esta associação pode ser considerada como herdeiro direto do partido nacional-socialista da Alemanha. O partido carateriza-se pelo emblema em forma de suástica, saudação hitleriana, citações do "Mein Kampf", ideologia racista e antissemita, negação do holocausto, violência em relação aos imigrantes e culto de personalidade.
Levando em consideração que partidos e movimentos próximos espiritualmente do Aurora Dourada já são representados em parlamentos da Áustria, Holanda, Finlândia, Dinamarca, Suíça, Itália e de outros países, podemos falar do surgimento de uma internacional neonazista na Europa, opina Alexander Tevdoi-Burmuli, livre docente da Cátedra de Integração Europeia do Instituto de Relações Internacionais de Moscou:
“O neonazismo existe na Europa desde o fim dos anos 1940-1950 do século passado. Foram organizações marginais de rede que existem ainda hoje e têm contatos com elites”.
A erosão de valores europeus tradicionais e o fracasso da política de multiculturalismo, ou seja a dificuldade de imigrantes de se adaptar às tradições culturais e aos costumes europeus, contribuíram também para o crescimento de tais ânimos em países do Velho Mundo. Em resultado, aumentaram a agressividade social e anomalias da psicologia social da sociedade, considera uma analista política, Elena Ponomareva:
“Esta é apenas uma manifestação de problemas acumulados nos últimos vinte anos pela sociedade. Mas o mais terrível é que a juventude não vê o futuro nem na Alemanha ou França, nem na Inglaterra. São estes jovens que formam estruturas radicais e neonazistas de extrema-direita. Eles esperam ver um novo projeto social e, não vendo-o, participam de ações radicais”.
Movimentos neonazistas ganham força também na Ucrânia. Apesar de fatos geralmente conhecidos e de bom senso, eles pretendem erradicar da história de seu país o papel colossal do povo russo, de sua cultura e de sua importância como Estado, assim como privar o país dos símbolos que fazem lembrar a ligação espiritual entre os russos e os ucranianos.
Assim, foi proposto considerar os russos como povo não nativo e privar Kiev do título de “cidade heroica”. Está previsto também aprovar uma lei que autorize publicamente justificar ou negar os crimes do nazismo. Aquilo que foi evidente para o mundo ainda há 70 anos, tem pouca importância para os atuais golpistas de Kiev, sustenta o diretor do Instituto de Diásporas Russas no Estrangeiro, Serguei Panteleiev:
“Assiste-se a uma plena deturpação da história, à negação da própria natureza da Ucrânia como herdeira da Rússia de Kiev, como Estado ligado à Rússia pela história comum milenar. Risca-se tudo que liga a atual Ucrânia não apenas à Rússia, mas também à Belarus. Se são arrancadas as raízes históricas profundas, seria em vão falar de fatos mais próximas ligados à nossa vitória comum sobre o nazismo. Em Kiev, chegaram ao poder colaboracionistas que consideram como heróis aqueles que haviam combatido do lado de Hitler e como inimigos todos que haviam derrotado o nazismo e salvado a Europa”.
Até que grau estão dispostos políticos europeus a flertar com esse público e quando possam recobrar os sentidos? Tais perguntas ficam sem respostas por enquanto. Inspira esperanças apenas o fato de não todos na UE e fora dos seus limites partilharem as ideias das autoridades ucranianas autoproclamadas. Cada vez mais frequentes são votos em apoio à Rússia e em condenação da política atual ucraniana. Possivelmente, o genocídio praticado por neonazistas na Ucrânia ajudará os europeus a compreender que futuro os espera, se eles não se lembrarem das lições da história.
*Analista política da emissora pública russa.
Fonte: Voz da Rússia
Ksenia Melnikova: O fantasma do neonazismo ronda a Europa
Ânimos neonazistas ganham força na Europa. Na opinião de peritos internacionais, a crise econômica de hoje e ações de elites dirigentes são a causa deste fenômeno. A instabilidade do sistema financeiro leva à pauperização da população, radicalizando em resultado os ânimos de muitos europeus.
Por Ksenia Melnikova, na Voz da Rússia
Cartaz contra o neonazismo
Na Grécia, por exemplo, chegou ao parlamento o partido Aurora Dourada, a favor do qual votaram 440 mil eleitores num país em que habitam 11 milhões de pessoas. Esta associação pode ser considerada como herdeiro direto do partido nacional-socialista da Alemanha. O partido carateriza-se pelo emblema em forma de suástica, saudação hitleriana, citações do "Mein Kampf", ideologia racista e antissemita, negação do holocausto, violência em relação aos imigrantes e culto de personalidade.
Levando em consideração que partidos e movimentos próximos espiritualmente do Aurora Dourada já são representados em parlamentos da Áustria, Holanda, Finlândia, Dinamarca, Suíça, Itália e de outros países, podemos falar do surgimento de uma internacional neonazista na Europa, opina Alexander Tevdoi-Burmuli, livre docente da Cátedra de Integração Europeia do Instituto de Relações Internacionais de Moscou:
“O neonazismo existe na Europa desde o fim dos anos 1940-1950 do século passado. Foram organizações marginais de rede que existem ainda hoje e têm contatos com elites”.
A erosão de valores europeus tradicionais e o fracasso da política de multiculturalismo, ou seja a dificuldade de imigrantes de se adaptar às tradições culturais e aos costumes europeus, contribuíram também para o crescimento de tais ânimos em países do Velho Mundo. Em resultado, aumentaram a agressividade social e anomalias da psicologia social da sociedade, considera uma analista política, Elena Ponomareva:
“Esta é apenas uma manifestação de problemas acumulados nos últimos vinte anos pela sociedade. Mas o mais terrível é que a juventude não vê o futuro nem na Alemanha ou França, nem na Inglaterra. São estes jovens que formam estruturas radicais e neonazistas de extrema-direita. Eles esperam ver um novo projeto social e, não vendo-o, participam de ações radicais”.
Movimentos neonazistas ganham força também na Ucrânia. Apesar de fatos geralmente conhecidos e de bom senso, eles pretendem erradicar da história de seu país o papel colossal do povo russo, de sua cultura e de sua importância como Estado, assim como privar o país dos símbolos que fazem lembrar a ligação espiritual entre os russos e os ucranianos.
Assim, foi proposto considerar os russos como povo não nativo e privar Kiev do título de “cidade heroica”. Está previsto também aprovar uma lei que autorize publicamente justificar ou negar os crimes do nazismo. Aquilo que foi evidente para o mundo ainda há 70 anos, tem pouca importância para os atuais golpistas de Kiev, sustenta o diretor do Instituto de Diásporas Russas no Estrangeiro, Serguei Panteleiev:
“Assiste-se a uma plena deturpação da história, à negação da própria natureza da Ucrânia como herdeira da Rússia de Kiev, como Estado ligado à Rússia pela história comum milenar. Risca-se tudo que liga a atual Ucrânia não apenas à Rússia, mas também à Belarus. Se são arrancadas as raízes históricas profundas, seria em vão falar de fatos mais próximas ligados à nossa vitória comum sobre o nazismo. Em Kiev, chegaram ao poder colaboracionistas que consideram como heróis aqueles que haviam combatido do lado de Hitler e como inimigos todos que haviam derrotado o nazismo e salvado a Europa”.
Até que grau estão dispostos políticos europeus a flertar com esse público e quando possam recobrar os sentidos? Tais perguntas ficam sem respostas por enquanto. Inspira esperanças apenas o fato de não todos na UE e fora dos seus limites partilharem as ideias das autoridades ucranianas autoproclamadas. Cada vez mais frequentes são votos em apoio à Rússia e em condenação da política atual ucraniana. Possivelmente, o genocídio praticado por neonazistas na Ucrânia ajudará os europeus a compreender que futuro os espera, se eles não se lembrarem das lições da história.
*Analista política da emissora pública russa.
Fonte: Voz da Rússia
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