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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Dívida e juros: a reforma necessária


27/01/2016 - Copyleft

carta maior 

Investir no mercado financeiro brasileiro é um dos negócios mais rentáveis do planeta. Os juros pornográficos são um dos fatores de desindustrialização.



Jeferson Miola
Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas

Os prognósticos econômicos de 2016 para o Brasil, elaborados por economistas de diferentes matizes ideológicos, são no mínimo sombrios. Não faltam, naturalmente, aqueles que vislumbram cenários catastróficos; nenhum, porém, otimista.
 
 
A opção austericida e recessiva adotada pelo governo depois da reeleição de 2014 produziu os dilemas que o país enfrenta hoje: desemprego ultrapassando 10%, inflação de dois dígitos, paralisia da atividade econômica, quebra de empresas, perda bilionária de arrecadação, desinvestimentos, redução do PIB, expectativas pessimistas.
  
 
Se o governo continuar fazendo mais do mesmo, o prognóstico catastrófico tem imensa chance de se tornar verossímil. Num cenário de desestruturação econômica, será de pouca valia o ativo político e moral recuperado pelo governo em dezembro passado; mês em que foram revertidas no STF as tramóias golpistas do impeachment, em que Levy foi demitido, em que o gângster psicopata Eduardo Cunha foi acuado, e em que as mobilizações populares ocuparam massivamente as ruas. Nesta hipótese, Dilma até poderá escapar do impeachment, mas o governo será como um zumbi se arrastando nos três anos restantes de mandato.
  
 



Há um consenso de que as políticas executadas pelo Ministério da Fazenda e Banco Central estão colapsando o país. Não é preciso ser expert em economia para entender os resultados desastrosos provocados pela dívida e juros altos.
  
 
A dívida é um fator que impacta estruturalmente as finanças do país. O orçamento nacional é devorado em cerca de 30% com amortizações e pagamentos de juros da dívida. O movimento pela Auditoria Cidadã da Dívida usa uma metodologia que contabiliza as emissões de títulos para o refinanciamento do governo, e por isso sustenta que os encargos da dívida consomem quase 50% do orçamento da União.
  
 
O sacrifício imposto à população brasileira com o ajuste fiscal tem como principal objetivo produzir superávit primário. A grande obsessão com o superávit, entretanto, não é pela busca de excelência da administração fiscal e orçamentária, mas para fazer caixa para pagar juros e parcelas da dívida.
  
 
No exercício de 2015, só de juros da dívida [o BC não divulgou as amortizações do ano], o Brasil pagou 367,7 bilhões de reais. Apesar disso, a dívida que em dezembro de 2014 era de 2,295 trilhões de reais, cresceu para 2,793 trilhões de reais, e deverá atingir 3,3 trilhões no final de 2016, em que pese as centenas de bilhões de reais que o governo pagará neste ano.
  
 
Esta estranha matemática é resultante de uma lógica totalmente irracional e lesiva: quanto mais se paga, mais a dívida cresce. Em resumo:
 



Dez/2014: saldo da dívida: 2,295 trilhões

Ano de 2015: pagos 367,7 bilhões de juros

Dez/2015: saldo da dívida: 2,793 trilhões



Já a taxa de juros, que é uma das mais altas do mundo [senão a mais alta], corrói a economia nacional e deteriora as condições do endividamento do país.

 
Investir no mercado financeiro brasileiro é um dos negócios mais rentáveis do planeta. Os juros pornográficos praticados no Brasil são fator de desindustrialização e um atrativo para a atividade especulativa, não-produtiva. Afinal, se a especulação financeira com os juros pagos pelo governo assegura ganhos fantásticos, por que arriscar-se e investir na produção e na geração de trabalho, renda e empregos?
 
Embora os juros e a dívida sejam fatores estruturais da crise econômica, a discussão sobre alternativas para superá-la exime esta política monetária nefasta e prioriza viés regressivo e anti-popular de ataque à Constituição e aos direitos previdenciários, trabalhistas e sociais.
 
As reformas previdenciária e trabalhista são a agenda da hora. O noticiário insinua que o governo poderá oferecê-las de bandeja na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A retomada do Conselhão depois de dois anos de incompreensível abandono, é em si um fato alvissareiro que não pode, entretanto, ficar marcado por um erro estratégico desses.
 
O governo não pode imitar o personagem que tolamente tenta sair da areia movediça agarrando-se ao próprio cabelo. Fazer mais do mesmo não é o remédio adequado para enfrentar esta crise braba. É preciso coragem e decisão para enfrentar os problemas estruturais que quebram o país.
 
A “reforma” da dívida e dos juros é a reforma que ajuda o país a sair desta situação caótica e retomar o caminho da produção, do crescimento, do investimento e do emprego. É a reforma que atinge não mais que uns punhados de especuladores, mas preserva as conquistas sociais de milhões de brasileiras e brasileiros que, de outro modo, se forem preteridos em nome do austericídio, perderão os motivos para bancar Dilma contra o golpismo do condomínio policial-jurídico-midiático.







Créditos da foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Quem são as 62 pessoas cuja riqueza equivale à de metade do mundo


  • 21 janeiro 2016

BBC Brasil

Nesta semana, a organização não governamental britânica Oxfam divulgou os resultados de um estudo no qual afirma que o 1% mais rico do mundo já detém tanta riqueza quanto o resto dos habitantes do planeta.

Além disso, a ONG destacou que as 62 pessoas mais ricas têm tanto dinheiro e bens quanto metade da população global.

A lista tem dois brasileiros: o empresário Jorge Paulo Lemann, que atua em uma série de setores – como de cervejarias e o de varejo –, e o banqueiro Joseph Safra.

Leia também: Banco Central mantém taxa de juros: Entenda a queda de braço

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A Oxfam se baseou no ranking anual de bilionários compilado pela revista americana Forbes. Confira quem faz parte da lista:

Bill Gates (EUA) 

US$ 79,2 bilhões

Microsoft

AP

Carlos Slim (México) 

US$ 77,1 bilhões

Setor de telecomunicações

Reuters

Warren Buffett (EUA) 

US$ 72,7 bilhões

Berkshire Hathaway

AP

Amancio Ortega (Espanha) 

US$ 64, 5 bilhões

Zara

Getty

Larry Ellison (EUA) 

US$ 54,3 bilhões

Oracle

Getty

Charles Koch (EUA) 

US$ 42,9 bilhões

Diversos setores

Kochnews.com

David Koch (EUA) 

US$ 42,9 bilhões

Diversos setores

Getty

Christy Walton (EUA) 

US$ 41,7 bilhões

Wal-Mart

Getty

Jim Walton (EUA) 

US$ 40,6 bilhões

Wal-Mart

AP

10 

Liliane Bettencourt (França) 

US$ 40,1 bilhões

L’Oreal

Getty
PosiçãoNomePatrimônioSetor/empresaPaís
11Alice WaltonUS$ 39,4 biWal-MartEUA
12S. Robson WaltonUS$ 39,1 biWal-MartEUA
13Bernard ArnaultUS$ 37,2 biLVMHFrança
14Michael BloombergUS$ 35,5 biBloomberg LPEUA
15Jeff BezosUS$ 34,8 biAmazon.comEUA
16Mark ZuckerbergUS$ 33,4 biFacebookEUA
17Li Ka-shingUS$ 33,3 bidiversosHong Kong
18Sheldon AdelsonUS$ 31,4 bicassinosEUA
19Larry PageUS$ 29,7 biGoogleEUA
20Sergey BrinUS$ 29,2 biGoogleEUA
21Georg SchaefflerUS$ 26,9 birolamentosAlemanha
22Forrest Mars Jr.US$ 26,6 bidocesEUA
22Jacqueline MarsUS$ 26,6 bidocesEUA
22John MarsUS$ 26,6 bidocesEUA
25David ThomsonUS$ 25,5 bimídiaCanadá
26Jorge Paulo LemannUS$ 25 bibebidasBrasil
27Lee Shau KeeUS$ 24,8 biimóveisHong Kong
28Stefan PerssonUS$ 24,5 biH&MSuécia
29George SorosUS$ 24,2 bihedge fundsEUA
29Wang JianlinUS$ 24,2 biimóveisChina
31Carl IcahnUS$ 23,5 biinvestimentosEUA
32Maria Franca FissoloUS$ 23,4 biNutella, chocolatesItália
33Jack MaUS$ 22,7 bicomércio digitalChina
34Prince Alwaleed bin Talal AlsaudUS$ 22,6 biinvestimentosArábia Saudita
35Steve BallmerUS$ 21,5 biMicrosoftEUA
35Phil KnightUS$ 21,5 biNikeEUA
37Beate Heister & Karl Albrecht Jr.US$ 21,3 bisupermercadosAlemanha
38Li HejunUS$ 21,1 biequipamento de energia solarChina
39Mukesh AmbaniUS$ 21 bipetroquímicos, óleo e gásÍndia
40Leonardo Del VecchioUS$ 20,4 bióculosItália
41Len BlavatnikUS$ 20,2 bidiversosEUA
41Tadashi YanaiUS$ 20,2 bivarejoJapão
43Charles ErgenUS$ 20,1 biDish NetworkEUA
44Dilip ShanghviUS$ 20 bifarmacêuticosÍndia
45Laurene Powell JobsUS$ 19,5 biApple, DisneyEUA
46Dieter SchwarzUS$ 19,4 bivarejoAlemanha
47Michael DellUS$ 19,2 biDellEUA
48Azim PremjiUS$ 19,1 bisoftwareÍndia
49Theo Albrecht Jr.US$ 19 biAldi, Trader Joe'sAlemanha
50Michael OttoUS$ 18,1 bivarejo, imóveisAlemanha
51Paul AllenUS$ 17,5 biMicrosoft, investimentosEUA
52Joseph SafraUS$ 17,3 bifinanceiroBrasil
53Anne Cox ChambersUS$ 17 bimídiaEUA
54Susanne KlattenUS$ 16,8 biBMW, farmacêuticosAlemanha
55Pallonji MistryUS$ 16,3 biconstruçãoIrlanda
56Ma HuatengUS$ 16,1 bimídiaChina
57Patrick DrahiUS$ 16 biTelecomFrança
58Thomas & Raymond KwokUS$ 15,9 biimóveisHong Kong
59Stefan QuandtUS$ 15,6 biBMWAlemanha
60Ray DalioUS$ 15,4 biHedge fundsEUA
60Vladimir PotaninUS$ 15,4 bimetaisRússia
62Serge DassaultUS$ 15,3 biaviaçãoFrança

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