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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Petrobras vai investir US$ 220,6 bilhões entre 2014 e 2018


Portal Vermelho

26 DE FEVEREIRO DE 2014 - 9H40 


Petrobras vai investir US$ 220,6 bilhões entre 2014 e 2018



O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta terça-feira (25) o Plano de Negócios e Gestão da empresa para o período 2014-2018 e o Plano Estratégico Petrobras 2030.



O Plano de Negócios fixa para o período 2014-2018 investimentos de US$ 220,6 bilhões e tem como foco o curto e o médio prazo. No longo prazo, a meta da estatal é chegar a 2030 como uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo. Os dois planos serão apresentados nesta quarta-feira (26) aos investidores e acionistas pela presidenta da Petrobras, Graça Foster, e pelos demais diretores da companhia.

De acordo com nota divulgada pela empresa, o Plano Estratégico Petrobras 2030 tem como premissa fundamental o crescimento da produção de petróleo da Petrobras até 2020 e sua sustentação no período 2020-2030, com potencial de produzir, em média, 4 milhões de barris de óleo por dia (bpd). Esta meta de produção tem como fundamento os diferentes ritmos de leilões que serão promovidos pelo governo, nos quais a empresa prevê, com os dados hoje disponíveis, que a produção de óleo no Brasil, incluindo a da própria Petrobras e a de terceiros, alcançará a média de 5,2 milhões de bpd no período 2020-2030.

A partir do crescimento da produção de óleo, o plano definiu as estratégias para os demais segmentos de negócios da empresa. O destaque é para a atuação integrada da produção de petróleo e gás natural, com a expansão da capacidade de refino para 3,9 milhões de bpd em 2030 e com o crescimento da oferta de gás natural para o mercado brasileiro.

Na área de distribuição, a meta é manter a liderança no mercado doméstico de combustíveis, ampliando a preferência pela marca Petrobras. Na de gás, energia e gás-química, o plano propõe agregar valor aos negócios da cadeia de gás natural, garantindo a monetização do gás do pré-sal e das bacias interiores do Brasil. Também são fixadas no plano as metas de manter o crescimento em biocombustíveis, etanol e biodiesel, em linha com o mercado doméstico de gasolina e diesel.

Na área internacional, o Plano Estratégico recomenda ênfase na exploração de óleo e gás na América Latina, África e Estados Unidos. O plano estabelece diretrizes para a atuação corporativa da empresa nas áreas de rentabilidade, responsabilidade social e crescimento integrado. Segundo a nota, um dos desafios é manter o sistema tecnológico reconhecido por disponibilizar tecnologias que contribuam para o crescimento sustentável da estatal.

Fonte: Agência Brasil

Crise capitalista nos EUA e Reino Unido: 'Isso não é uma recuperação, é uma bolha, e ela vai estourar'


Bolhas de proporções históricas estão se desenvolvendo nos Estados Unidos e no Reino Unido, os dois mercados de ações mais importantes do mundo.

Carta Maior -

Ha-Joon Chang - The Guardian
The Guardian

Londres - De acordo com o mercado financeiro, a economia do Reino Unido está vivendo um boom. Não um velho e tradicional boom, mas um histórico. Em 28 de outubro de 2013, o índice FTSE 100 atingiu 6,734 pontos, rompendo o nível alcançado no auge do boom econômico antes da crise financeira global de 2008 (que foi de 6.730 , registrado em outubro de 2007) .

Desde então, esse índice tem registrado altos e baixos, mas em 21 de fevereiro de 2014, o FTSE 100 subiu para um novo patamar de 6,838 . Neste ritmo, poderá em breve ultrapassar o nível mais alto já alcançado desde que o índice começou em 1984 - 6.930, registrado em dezembro de 1999, durante os dias de glória da bolha pontocom.

Os níveis atuais de preços das ações são extraordinários , considerando que a economia do Reino Unido ainda não se recuperou o terreno perdido desde o crash de 2008. A renda per capita no Reino Unido hoje ainda é menor do que era em 2007. E não nos esqueçamos de que os preços das ações em 2007 estavam definitivamente dentro do território bolha de primeira ordem.

A situação é ainda mais preocupante nos EUA. Em março de 2013, o índice do mercado de ações da Standard & Poor atingiu o maior nível da história, superando o pico de 2007 (que foi maior do que o pico registrado durante o boom das pontocom), apesar do fato de que a renda per capita do país ainda não ter recuperado seu nível de 2007. Desde então, o índice subiu cerca de 20%, embora a renda per capita dos EUA não tenha aumentado ainda mais de 2% durante o mesmo período. Esta é, definitivamente, a maior bolha do mercado de ações da história moderna.

Ainda mais extraordinário do que os preços inflacionados é que, ao contrário dos dois booms de preços das ações anteriores, ninguém está oferecendo uma narrativa plausível para explicar por que os níveis evidentemente insustentáveis dos preços das ações são realmente justificáveis.

Durante a bolha pontocom, a visão predominante era de que a nova tecnologia da informação estava prestes a revolucionar completamente as nossas economias para o bem. Diante disso, argumentava-se, os mercados de ações continuariam subindo (possivelmente para sempre) e chegariam a níveis sem precedentes. O título do livro, Dow 36.000: A Nova Estratégia para Lucrar com a ascensão na Bolsa de Valores, publicado no outono de 1999, quando o índice Dow Jones não era ainda 10.000, resume muito bem o espírito da época.

Da mesma forma, no período preparatório para a crise de 2008, os preços dos ativos inflados foram justificados em termos do suposto avanço em inovação financeira e nas técnicas de política econômica.

Argumentou-se que a inovação financeira - manifestada na sopa de letrinhas de derivados e ativos financeiros estruturados, como MBS , CDO e CDS - tinha melhorado enormemente a capacidade dos mercados financeiros para precificar o risco  corretamente, eliminando a possibilidade de bolhas irracionais . De acordo com essa crença, no auge da bolha do mercado imobiliário dos EUA em 2005, tanto Alan Greenspan (então presidente do Federal Reserve) como Ben Bernanke (então presidente do Conselho de Assessores Econômicos do presidente e mais tarde sucessor de Greenspan) negaram publicamente a existência de uma bolha do mercado imobiliário - talvez com exceção de alguma "espuma" em algumas localidades, de acordo com Greenspan .

Ao mesmo tempo, uma melhor teoria econômica - e, portanto, melhores técnicas de política econômica – era defendida para permitir políticas capazes de resolver aqueles problemas que os mercados não podem eliminar. Robert Lucas, o principal economista do livre mercado e ganhador do prêmio Nobel de Economia, em 1995, orgulhosamente declarou em 2003 que "o problema da prevenção da depressão foi resolvido". Em 2004, Ben Bernanke (sim, ele de novo) argumentou que, provavelmente, graças a uma melhor teoria da política monetária, o mundo entrou na era da "grande moderação", em que a volatilidade dos preços seria minimizada.

Desta vez, ninguém está oferecendo uma nova narrativa justificando as novas bolhas porque, bem, não há nenhuma história plausível. Essas histórias que são criadas para fazer o preço da ação subir para o próximo nível têm sido decididamente ambiciosas em escala e efêmeras em sua natureza: taxas mais elevadas do que o esperado de crescimento ou do número de novos postos de trabalho criados; perspectiva mais otimista do que o que é esperado no Japão, China, ou onde quer que seja; a chegada da "super-pomba" Janet Yellen à presidência do Fed; ou, qualquer coisa que possa sugerir que o mundo não vai acabar amanhã .

Poucos investidores do mercado de ações realmente acreditam nessas histórias . A maioria dos investidores sabe que os atuais níveis de preços das ações são insustentáveis. Dizem que George Soros já começou a apostar contra o mercado de ações dos EUA. Eles estão conscientes de que os preços das ações estão elevados, principalmente, por causa da enorme quantidade de dinheiro criada graças à política de flexibilização quantitativa (QE), do governo Obama, e não por causa da força da economia real subjacente. É por isso que eles reagem tão nervosamente a qualquer sinal que essa política pode ser reduzida em uma escala significativa.

No entanto, os investidores do mercado de ações fingem acreditar - ou até mesmo tem a pretensão de acreditar - nessas histórias fracas e efêmeras, porque eles precisam dessas histórias para justificar (para si e para seus clientes) a permanência no mercado de ações, dados os baixos retornos em qualquer outro lugar.

O resultado, infelizmente, é que bolhas de proporções históricas no mercado de ações estão se desenvolvendo nos EUA e no Reino Unido, os dois mercados de ações mais importantes do mundo, ameaçando criar mais um crash financeiro global. Uma maneira óbvia de lidar com essas bolhas é controlar o excesso de liquidez que está inflando-as por meio de uma combinação de política monetária mais apertada e melhor regulamentação financeira contra a especulação do mercado de ações (com medidas restritivas para altas negociações). Claro, o perigo aqui é que estas políticas podem furar a bolha e criar uma confusão.

No longo prazo, porém, a melhor maneira de lidar com essas bolhas é incentivar a economia real, afinal, "bolha" é um conceito relativo e até mesmo um preço muito elevado pode ser justificado se for baseado em uma economia forte. Isso vai exigir um aumento no consumo mais sustentável, baseado em aumento dos salários, em vez de dívidas, maiores investimentos produtivos que irão expandir a capacidade da economia de produzir, e a introdução de regulação financeira que fará com que os bancos passem a emprestar mais para empresas produtivas do que para os consumidores. Infelizmente, essas são exatamente as coisas que os políticos atualmente no poder nos EUA e no Reino Unido não querem fazer.

Estamos caminhando direto para o problema.


Tradução: Louisa Antônia León



Créditos da foto: The Guardian





Roberto Locatelli - 25/02/2014
Em primeiro lugar, parabéns ao site Carta Maior pelo artigo. Excelente análise. Todos os investidores deveriam ter acesso a esse artigo e meditar sobre ele. As duas bolhas citadas são GIGANTESCAS. Quando estourarem, espalharão o caos econômico pelo planeta.

Ignez Régis - 25/02/2014
Parece que a receita para controlar o problema está sendo tentada no Brasil, desde Lula. Os economistas não aceitam porque contraria sua fome voraz de lucro. Tomara que medidas mais efetivas sejam tomadas por aqui, exatamente no sentido de não nos destroçarmos. Porém, a globalização da economia neoliberal nos coloca em xeque, permanentemente.

Ricardo Munhoz - 25/02/2014
Olhem esta matéria e me digam o que vai acontecer. Economia, 07/01/2014 - Finanças Santander lança fundos para brasileiros investirem no exterior Produtos são voltados para o segmento de alta renda e têm como objetivo a diversificação de aplicações Fundos terão de 15% a 20% de investimentos no exterior: em atidos da Europa, EUA, Ásia e dos mercados emergentes(Yuriko Nakao/Reuters) O Santander Asset Management anunciou nesta terça-feira o lançamento de dois fundos que permitem que brasileiros invistam em ações no exterior. O FI Global Multimercado e o FI Diversificação Global Van Gogh Multimercado são voltados para clientes de alta renda que pretendem diversificar seus investimentos para além do mercado brasileiro. A expectativa do banco é que cada fundo atinja uma captação de 300 milhões de reais ainda no primeiro trimestre deste ano. Os fundos, que abriram para captação na segunda-feira, têm uma participação de até 20% de ativos no exterior (o Van Gogh de até 15%). De acordo com o Santander Asset, os investimentos no mercado externo serão voltados para ações, visto que as bolsas de valores estrangeiras apresentaram um rendimento bastante maior do que a Bovespa em 2013. A gestora de ativos explicou ainda que a distribuição de ativos será feita em até 45% nos Estados Unidos, 30% na Europa e o porcentual restante será divido entre países asiáticos e os mercados emergentes. De acordo com a diretora da Santander Asset Management, Luciane Ribeiro, a diversificação de riscos é uma boa opção em períodos de volatilidade, como é previsto para este ano. "Esses ativos (multimercados) têm se mostrado interessantes. Para um cenário de volatilidade, ele funciona melhor", disse. A executiva explicou que, enquanto o porcentual de investimentos no exterior estará voltado para o mercado de renda variável, as aplicações no mercado doméstico serão distribuídas entre renda fixa, ações e o mercado de câmbio. Para ambos os fundos, a aplicação inicial é de 10 mil reais. A taxa de administração para o Fundo Global Multimercado é de 1,8% e o do Van Gogh de 2%. A Santander Asset Management disse ainda já ter parcerias fechadas com gestores internacionais. A instituição possui atualmente 122 bilhões de reais sob gestão. Expectativas para 2014 %u214 A gestora de recursos prevê que este ano seja marcado por volatilidade nos mercados, por isso reforça que a diversificação deve garantir mais rendimentos aos investidores. Contudo, destaca que, pela primeira vez nos últimos anos, não existe uma previsão de turbulência iminente. Para o economista do Santander Asset Ricardo Denadai, o ano será, "no mínimo, mais equilibrado". Denadai destaca que os olhos estarão voltados para a recuperação dos Estados Unidos, que deve impactar em uma nova diminuição dos estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), caso os dados positivos se confirmem. Para a Europa, o analista vê um cenário de leve melhora, mas ainda existem desafios para que a região saia da estagnação econômica. Para a segunda maior economia do globo, a China, a estimativa é de crescimento de 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, e de uma média de 7% nos próximos anos. Já para o mercado brasileiro, o cenário será de baixo crescimento e inflação elevada. "Prevemos uma expansão do PIB em 1,9% em 2014, e do IPCA em torno de 6%", comentou Denadai. "Em 2014, nós teremos um crescimento moderado, mas com taxas positivas", comenta. A instituição aposta ainda em um cenário com a taxa básica de juros em 10,5% ao ano e um câmbio médio de 2,42 reais ao longo deste ano. (com Estadão Conteúdo)

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Conheça a trajetória de Leopoldo López, líder golpista na Venezuela

Conheça a trajetória de Leopoldo López, líder golpista na Venezuela

Blog Escrevinhador - Rodrigo Viana 

publicada domingo, 23/02/2014 às 14:41 e atualizada domingo, 23/02/2014 às 14:52

No vídeo, conheça a trajetória de Leopoldo López.

Abaixo, leia reportagem de Natalia Viana e Luiza Bodenmuller, na Agência Pública, sobre documento secreto do WikiLeaks que detalha como o embaixador William Brownfield, hoje secretário-assistente do Departamento de Estado, planejava acabar com o chavismo.

Passo a passo, o plano da Usaid para acabar com o governo de Chávez

Após o fracasso do golpe contra Hugo Chávez em 2002, a embaixada americana em Caracas resolveu tomar para si a tarefa de reorganizar a oposição venezuelana, apostando em uma estratégia de longo prazo que minaria o poder do governo. Em agosto de 2004, mesmo mês do referendo revocatório promovido pela oposição com amplo apoio da missão americana, o texano William Brownfield chegou a Caracas, nomeado por George W. Bush, para assumir o posto de embaixador no país. Pragmático e sucinto, William Brownfield elaborou um plano de 5 pontos para acabar com o chavismo em médio prazo, como revela um documento do WikiLeaks analisado pela Agência Pública.

O documento secreto, enviado por Brownfield a Washington em 9 de novembro de 2006, relembra as diretrizes traçadas dois anos antes. “O foco da estratégia é: 1) Fortalecer instituições democráticas, 2) Infiltrar-se na base política de Chávez, 3) Dividir o Chavismo, 4) Proteger negócios vitais para os EUA, e 5) Isolar Chávez internacionalmente”, escreveu Brownfield, hoje secretário anti-narcóticos do Departamento de Estado – órgão que cuida do treinamento de forças policiais estrangeiras pelos EUA, incluindo em dezenas de países latinoamericanos.

Entre 2004 e 2006, a Usaid realizou diversas ações para levar adiante a estratégia divisada por Brownfield, doando nada menos de US$ 15 milhões a mais de 300 organizações da sociedade civil. A Usaid, através do seu Escritório de Iniciativas de Transição (OTI) – criado dois meses depois do fracassado golpe – deu assistência técnica e capacitação às organizações e colocou-as em contato com movimentos internacionais. Além disso, explica o documento, “desde a chegada da OTI foram formadas 39 organizações com foco em advocacy(convencimento); muitas dessas organizações são resultado direto dos programas e financiamentos da OTI”.

Um dos principais objetivos da Usaid era levar casos de violações de direitos humanos para a corte interamericana de Direitos Humanos com o objetivo de obter condenações e minar a credibilidade internacional do governo venezuelano. Foi o que fez, segundo o relato do ex-embaixador, o Observatório das Prisões Venezuelanas, que conseguiu que a Corte emitisse uma decisão requerendo medidas especiais para resolver as violações de direitos humanos na prisão ‘La Pica’, no leste do país. Outra organização, a “Human Rights Lawyers Network in Bolivar State” (rede de advogados de direitos humanos no estado de Bolívar), apresentou à Corte Internacional um caso de massacre de 12 mineiros pelo exército Venezuelano no estado de Bolívar. O grupo foi criado, segundo Brownfield, “a partir do programa da Freedom House, e um financiamento da DAI distribui pequenas bolsas no programa”.

A empresa DAI – Development Alternatives Inc – foi de 2004 a 2009 a principal gerente da verba da Usaid no país, tendo distribuído milhões de dólares a diversas organizações a partir da estratégia do governo norte-americano. (Clique aqui para ler mais sobre a DAI)

Ela desembolsou, por exemplo, US$ 726 mil em 22 bolsas para organizações de direitos humanos, segundo o documento do WikiLeaks. Também ajudou a criar o Centro de Direitos Humanos da Universidade Central da Venezuela. “Eles têm tido sucesso em chamar a atenção para o Direito de Cooperação Internacional e à situação dos direitos humanos na Venezuela, como uma voz nacional e internacional”, explica o texano Brownfield no despacho diplomático.

Outras áreas nas quais financiamento para ONGs ajudaria a concretizar a estratégia americana incluíam tentativas de neutralizar o “mecanismo de controle Chavista”, que utiliza “vocabulário democrático” para apoiar a ideologia revolucionária bolivariana, nas palavras do diplomata. “A OTI tem lutado contra isso através de um programa de educação cívica chamado ‘Democracia entre nós’, cujo princípio era ensinar ao povo venezuelano o que, de fato, significava democracia. Programas educacionais dirigidos, como tolerância política, participação e direitos humanos já atingiram mais de 600 mil pessoas”, diz o documento.

Dividindo o Chavismo

Em seguida, o documento detalha as estratégias para “dividir o chavismo”, baseadas na concepção de que Chávez tentava “polarizar a sociedade venezuelana usando uma retórica de ódio e violência”. O remédio, na cabeça de Brownfield, seria dar auxílio a ONGs locais que trabalham em “fortalezas Chavistas” e com os “líderes Chavistas” para “contra-atacar a retórica” e “promover alianças”. Os esforços da Usaid neste sentido custaram US$ 1,1 milhão para atingir 238 mil pessoas em mais de 3 mil fóruns, workshops e sessões de treinamento, “transmitindo valores alternativos e dando oportunidade a ativistas de oposição de interagirem com Chavistas, obtendo o desejado efeito de tirá-los lentamente do Chavismo”.

Exemplos são o grupo “Visor Participativo” composto por 34 ONGs formadas e supervisionadas pela OTI, para trabalhar no fortalecimento das municipalidades. “Enquanto Chávez tenta recentralizar o país, a OTI, através do Visor, está apoiando a descentralização”, escreve Brownfield.

Outra iniciativa, a custo superior a US$ 1,2 milhões, promoveu a criação de 54 projetos sociais em toda a Venezuela “permitindo visitas do Embaixador a áreas pobres do país e demonstrando a preocupação do governo dos EUA com o povo venezuelano”, detalha Brownfield. “Esse programa confunde os bolivarianos e atrasa a tentativa de Chávez usar os EUA como um ‘inimigo unificador’”.

Com o objetivo de “isolar Chávez internacionalmente”, o embaixador gaba-se de que a USAID, através das ONG americana Freedom House, financiou viagens de membros de organizações de direitos humanos da Venezuela ao México, Guatemala, Peru, Chile, Argentina, Costa Rica e Washington. “Além disso, o DAI trouxe dezenas de líderes internacionais à Venezuela e também professores universitários, membros de ONGs e líderes políticos para participarem de workshops e seminários, para que eles voltassem aos seus países de origem entendendo melhor a realidade da Venezuela, tornando-se fortes aliados da oposição venezuelana”.

Brownfield termina o documento, escrito em 2006, com um alerta: “Chávez deve vencer a eleição presidencial de 3 de dezembro e a OTI espera que a atmosfera para o trabalho na Venezuela se torne mais complicada”. De fato, o embaixador saiu do país no ano seguinte, assumindo o mesmo posto na Colômbia antes de ser designado pelo governo Obama para cuidar de cooperação policial com outros países.

Antes de Brownfield assumir a política dos EUA para a Venezuela o escritório de Iniciativas de Transição (OTI) focava sua atuação no fortalecimento dos partidos políticos de oposição – como mostra outro documento do WikiLeaks, de 13 de julho de 2004 – incluindo um projeto de US$ 550 mil destinado a promover consultorias de especialistas latinoamericanos em liderança política e estratégia aos partidos, e um projeto de US$ 450 mil com o International Republican Institute (IRI) – do Partido Republicano -  para treinar os partidos de oposição a “delinear, planejar e executar campanhas eleitorais” em “escolas de treinamento de campanha”.

Em 2010, sob crescente pressão do governo venezuelano, o escritório da OTI no país foi fechado, e suas funções foram transferidas para o escritório para América Latina e Caribe da Usaid.

Leia também: Um espião indiscretocontra Chávez 

Faz sentido dizer que a Venezuela é uma ditadura?



Diario do Centro do Mundo 
Postado em 22 Feb 2014

A revolução chavista pode ser resumida numa linha: ter dado voz a quem nunca teve.

Não é fácil para o leitor brasileiro entender Hugo Chávez.

Jornais e revistas da grande mídia quase sempre se referiram a ele de uma forma extraordinariamente negativa.

As críticas a Lula parecem afagos quando se vê a forma como Chávez foi e é tratado pela mídia nacional.

Ditador. Tirano. Caudilho. Primitivo. Dinossauro.

Estes são apenas alguns dos adjetivos que já parecem estar prontos quando um editorialista ou colunista brasileiro vai escrever sobre Chávez.

Entender tamanha agressividade à luz da pura lógica é impossível.

Ditador, por exemplo. Chávez chegou ao poder e nele morreu por causa das urnas.

Se ele fosse ditador, para continuar neste adjetivo, as grandes empresas de jornalismo da Venezuela que o atacavam tão ferozmente estariam caladas, e seus donos em algum gulag.

Stálin não era atacado pela imprensa russa, nem Hitler pela alemã. Na América do Sul, Pinochet não era chamado pelos jornais chilenos de ditador. Nem Geisel, ou Médici, ou até Figueiredo, no Brasil.

Em ditadura é assim.

Que aconteceria sob Pinochet, por exemplo, se algum líder de oposição convocasse abertamente um golpe como fez, estes dias, Leopoldo López? Quantas horas ele viveria depois disso?

Mas na Venezuela de Chávez não era assim. Como chamá-lo, então, de ditador?

O que Chávez fez, essencialmente, foi dar voz a milhões de venezuelanos miseráveis, que ao longo do tempo foram simplesmente ignorados por uma elite minúscula que fazia compras em Miami e controlava o poder e as benesses oriundas dele.

Eles monopolizaram os frutos do petróleo, em que a Venezuela é excepcionalmente rica.

Se os homens que dirigiram desde sempre a Venezuela tivessem demonstrado interesse pela sorte dos desvalidos, e portanto construíssem uma sociedade menos iníqua, Chávez simplesmente não existiria. Pelo menos não como o conhecemos.

Ele só emergiu por causa da obra lastimável dos que o antecederam no poder.

Chávez se diz socialista, como o presidente da França, François Hollande.

Mas, como no caso de Hollande, é um socialismo que pouco ou nada tem a ver com o marxismo. Marx, por exemplo, dizia que a religião é o ópio do povo.

No pronunciamento em que anunciou que tivera uma recaída no câncer e designou um sucessor para o chavismo, Chávez beijou um crucifixo. Ele invocava Deus com uma frequência notável. Marx jamais diria: “Este é um dos meus.”

E nem Stálin: ele jamais admitiria um sistema político nos moldes de Chávez, que pode ser removido por meio de votos livres.

Chávez, em sua trajetória, se indispôs com os Estados Unidos de Bush. Disse que combatiam o terror com o terror. Mas, conhecida hoje com mais detalhes a obra de Bush, se pode dizer que Chávez estava falando um absurdo?

Considere.

A Guerra do Iraque, sabe-se agora, foi decretada sob a falsa premissa de que Saddan Hussein possuía armas de alto poder de destruição em massa. Pessoas sem julgamento foram encerradas em Guantánamo e submetidas a torturas. Crianças, mulheres, velhos foram mortos em grande quantidade no mundo árabe, na era Bush, por drones, os aviões sem tripulação que aterrorizam até hoje os civis na região.

E então?

Chávez colocou foco nos pobres, pela primeira vez na história da Venezuela. Se o poder pode ser comparado a um brinquedo, ele tirou o brinquedo das mãos de quem estava com ele desde sempre.

E isso semeou um ódio virulento, que extrapolou as fronteiras da Venezuela e foi dar nos amigos daqueles que monopolizaram o brinquedo.

Mas também semeou votos, reconhecimento e lealdade entre os que foram excluídos da brincadeira.

Sobre o impacto de Chávez, nada conta tanto quanto o fato de a oposição a ele, nas últimas eleições, ter incorporado muitos dos programas sociais que tinham sido desprezados como “assistencialistas”, como se dar educação e saúde a quem jamais teve se enquadrasse nisso.

Como notou o reputado jornalista e escritor inglês Richard Gott em seu excelente livro “A Revolução Bolivariana”, que recomendo vivamente, Chávez colocou no mapa múndi a Venezuela, ao longo dos tempos um mero quintal dos Estados Unidos.

Talvez a maior lição do caso Chávez seja a seguinte: a única maneira que uma elite dirigente tem para impedir que apareça em seu caminho alguém com as características dele é não usar o brinquedo apenas em benefício próprio.

Para quem quer exemplos práticos de aplicação disso, é só esticar os olhos para a Escandinávia – onde o bem estar não é para um punhado privilegiado apenas, mas para a sociedade como um todo.

A grande revolução de Chávez foi dar voz aos pobres venezuelanos. Por isso é tão amado por eles, e por isso será uma referência perene na história da Venezuela e da América Latina.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Radar da Mídia / Ucrânia e Venezuela: lutar com as palavras



publicada sexta-feira, 21/02/2014 às 11:03 e atualizada sexta-feira, 21/02/2014 às 12:55

ESCREVINHADOR

“Lutar com palavras é a luta mais vã. 

No entanto lutamos mal rompe a manhã.” 

(Drummond)

por Rodrigo Vianna

Não se trata de poesia. Mas de política. A edição da “Folha” desta sexta-feira é mais uma demonstração de que a batalha nas ruas de Kiev ou Caracas não é feita só de coquetéis molotov, bombas e fuzis. 

A batalha se dá na mídia, na TV, na internet, nas páginas envelhecidas dos jornais. São Paulo, Caracas, Kiev, Moscou e Washington. A batalha é uma só.  

Reparemos bem. Ao lado, temos a primeira página do jornal conservador paulistano – o mesmo que apoiou o golpe de 64 e emprestou seus carros para transporte de presos durante a ditadura militar. 

Na capa da “Folha”, ucranianos escalam uma montanha de entulho no centro de Kiev, e a legenda avisa: “Manifestantes antigoverno usam pneus e entulho para montar barricadas…” Logo abaixo, uma chamada sobre reintegração de posse em São Paulo: “Em SP, invasores destroem imóveis do Minha Casa”. Numa página interna, o jornal informa que esse “invasores resistiram e, até a noite, praticavam atos de vandalismo”. (página C-1)

Ucranianos não praticam “vandalismo”. São tratados de forma heróica. Ainda que se saiba que parte dos manifestantes em Kiev tem um discurso racista, próximo do nazismo. 

Brasileiros são “vândalos”. 

Ucranianos são “manifestantes”.







Mas sigamos adiante. Nas páginas internas, a “Folha” traz vários textos do enviado especial a Kiev. Num deles, o repórter mostra uma pequena fábrica para produção de coquetéis Molotov, dentro do Metrô de Kiev. 

O cidadão que produz as bombas é descrito assim: “Sem afiliação a partidos ou uma proposta ideológica clara, o cidadão diz ter sido atraído pela praça e pelas manifestações a partir da ideia de que é necessário mudar o sistema político na Ucrânia.” 

Mudar o sistema político. Hum. Não fica claro se o cidadão quer uma ditadura. 

A Ucrânia não é uma democracia? O governo não foi eleito pela maioria? 

Hum… “Sem afiliação a partidos” – essa parece ser a chave para legitimar tudo nos dias que correm. A CIA, os EUA, a CNN, a Folha não tem filiação a partidos. Não. Nem o nobre manifestante de Kiev.

Ao lado da reportagem sobre os molotov, um texto opinativo assinado por Igor Gielow (sobrenome “eslavo”, muito bom! Isso dá credibilidade ao comentário). Basicamente, Gielow diz que a crise na Ucrânia é “reflexo da estratégia de Putin para a região”. Ele não está errado. Pena que esqueça de contar uma parte da história.

 “O importante não é o que eu publico, mas o que deixo de publicar”, dizia Roberto Marinho.

 Gielow e a “Folha” ensinam: Putin é um líder malvado, que pretende manter na Ucrânia “a esfera de poder dos tempos imperiais e soviéticos”. Aprendam: só a Rússia tem interesses imperiais na Ucrânia. 

Do outro lado, há cidadãos sem afiliação partidária, lutando contra um insano governo pró-Moscou.  Os EUA e a Europa não têm interesses na Ucrânia. Só Putin. A culpa é dos russos.

Na “Folha” luta-se com as palavras muito antes da manhã começar. Luta-se com as palavras em Kiev, em São Paulo, Moscou. Washington fica invisível.

 E toda a estratégia passa por aí. O poder imperial só existe por parte da Rússia. Washington não tem qualquer projeto imperial: nem na Ucrânia, nem na Síria, nem tampouco na América Latina…

Falando nisso, a cobertura sobre a Venezuela é também grandiosa no diário da família Frias. Declarações de Maduro aparecem entre aspas. 

Velho truque jornalistico para desqualificar, colocar no gueto da suspeição, qualquer fala dos chavistas. Segundo a Folha, o governo de Maduro afirma que o movimento (golpista? Isso a Folha não diz) é uma armação de “forças de ultradireita da Venezuela e de Miami”. 

No texto original a expressão está assim, entre aspas. Por que? Para dar a impressão de que Maduro é um lunático, e que não há forças de ultradireita lutando nas ruas. Não. Há só “estudantes” e “manifestantes” (e agora sou eu que coloco entre aspas).







A legenda da foto ao lado (também publicada pelo jornal conservador paulistano) diz:“Estudantes queimam lixo em atos contra Nicolás Maduro”.

Primeiro, como se sabe que o sujeito é um “estudante”? 

Depois, reparem que queimar lixo na Venezuela é “ato contra Maduro“. 

Queimar prédios em desapropriação, em São Paulo, vira “vandalismo”.

Em Caracas não há “vândalos”.

Ao lado da foto, um texto assinado por repórter (que está em São Paulo!!!!!) narra  roubo de equipamento da CNN em Caracas: “o ataque à CNN se assemelha a inúmeros relatos de motociclistas intimidando manifestantes, com tolerância e até respaldo das forças de segurança do governo”.

 O roubo ocorreu em manifestação da oposição. Mas o roubo certamente é coisa dos chavistas. Claro.

 Nem é preciso ir até Caracas pra saber (registro a bem da verdade factual que o repórter - a quem conheço, ótima pessoa – foi correspondente em Caracas).

No mesmo texto (assinado, de São Paulo) os grupos que defendem o governo são chamados de “milícias”. Ok.

 Já estive em Caracas cinco ou seis vezes. E há grupos chavistas que se assemelham mesmo a milícias. Mas do lado da oposição há o que? Não há milícias? A turma de Leopoldo, que deu golpe em 2002, é formada por cidadãos inocentes. E só.

Quem lê a “Folha” aprende que, em Caracas,  há de um lado “milícias chavistas”. De outro, só “estudantes” e “manifestantes”.  

Não há neutralidade no uso das palavras. 

Nunca houve. 

Nunca haverá. 

E quanto mais agudas as crises, mais isso fica claro. Há escolhas. A “Folha” faz as suas. A CNN, a Telesur, a VTV – ou esse blogueiro. A diferença é que uns assumem que têm lado. Outros fingem que estão “a serviço do Brasil”.  

Lutemos, com as palavras.

 Não há saída. 

O outro lado luta todos os dias, todas horas.

“Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate” (Drummond).

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Análise / Paul Krugman: A estagnação secular


Temos um problema crônico no mundo, pois existe um excesso de poupança e pouquíssimas opções de investimento

por Paul Krugman — publicado 21/02/2014 04:51
Carta Capital


Está bem, nós precisávamos disso? 

Turquia? 

Quem estava prestando atenção na Turquia? 

Algumas pessoas estavam, é claro, porque é seu emprego. 

O Fundo Monetário Internacional divulgou há pouco mais de um mês os resultados de sua última consulta do Artigo IV, relatórios regulares que deveriam fornecer uma espécie de sistema de advertência precoce. 

Ele mencionou algumas preocupações. Por exemplo, segundo o FMI, “o aspecto mais preocupante é a ampliação da posição em moedas estrangeiras de curto prazo das corporações não financeiras. Esta saltou de 78 bilhões de dólares em 2008 para 165 bilhões hoje”.

Mas ele continuou e sugeriu que os riscos não eram grandes, entre outras coisas, porque “o regime de câmbio flutuante reduz a probabilidade de um ajuste muito grande e abrupto na taxa de câmbio”.

Do ponto de vista qualitativo, esta parece uma clássica crise de mercados emergentes: uma enxurrada de fundos estrangeiros, um aumento acentuado da dívida em moeda estrangeira do setor privado, e então o dinheiro estrangeiro deu meia-volta e fugiu. 

Do ponto de vista quantitativo, não deveria ser tão ruim: a dívida externa pública é de apenas 40% do Produto Interno Bruto (ou era, antes que a moeda do país, a lira, despencasse), e supostamente as empresas turcas não estão tão alavancadas. Por outro lado, existe uma crise política, assim como monetária.

Ah, e o contágio entre os mercados emergentes. Lindo.

Tudo isso acontece com a recuperação no Ocidente ainda muito fraca e o crescente risco de deflação.

 Em uma coluna recente intitulada “O mundo corre o risco de choque deflacionário enquanto BRICS furam as bolhas de crédito”, Ambrose Evans-Pritchard, editor de economia internacional de The Telegraph, foi mais elaborado em sua prosa sobre isso do que eu estou disposto: essas economias ou são razoavelmente pequenas (Turquia, África do Sul) ou não estão tão fortemente endividadas (Índia). Mas isso definitivamente não é o que precisamos agora.

E também não é realmente um acidente. Se você levar a sério a estagnação secular, como deveria, então temos um problema crônico de poupança demais correndo atrás de pouquíssimas oportunidades de investimento, o que significa que as pessoas só se sentem prósperas quando o dinheiro pensa ter encontrado um maior número de bons lugares do que realmente existem, e descobre isso suficientemente rápido, com efeitos nocivos.

Muito mais sobre isso, provavelmente, enquanto me preparo para acelerar sobre o Bósforo.

Uma das coisas estranhas sobre os Estados Unidos há muito tempo é o imenso leque de pessoas que se consideram da classe média, e estão se iludindo. 

Trabalhadores mal remunerados que seriam considerados pobres pelos padrões internacionais, por exemplo, com rendas abaixo da mediana, de todo modo se consideram classe média baixa. Pessoas com renda 45 vezes maior que a mediana se consideram no máximo classe média alta.

Mas isso pode estar mudando. Segundo uma nova pesquisa Pew, houve aumento acentuado no número de pessoas que se chamam de classe baixa.

 E um aumento um pouco menor no número que se considera média baixa, e, por isso, nesta altura as categorias “baixas” combinadas estão perto da pluralidade da população. Na verdade, aproximando-se talvez de 47%.

Em minha opinião, trata-se de um desenvolvimento muito significativo. A política da pobreza desde os anos 1970 repousou na crença popular de que os pobres são Aquela Gente, não como nós, verdadeiros americanos trabalhadores. 

Esta crença está fora de contato com a realidade há décadas, mas só hoje a realidade parece estar se impondo. Mas o que isso significa é que os conservadores que afirmam que defeitos de caráter são o motivo da pobreza, e que os programas contra a pobreza são ruins porque facilitam demais a vida, hoje estão falando para um público com grande número de Não Aquela Gente, que percebem estar entre os que às vezes precisam de ajuda da rede de segurança.

Isso ainda tem um caminho a percorrer. Para os americanos no 86º porcentil: se vocês pensam que são classe média alta, realmente não têm ideia.

© Paul Krugman/2013 The New York Times

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

5 pasos del "golpe suave" en Venezuela

5 pasos del "golpe suave" en Venezuela [+ infografía y video]

El Gobierno Bolivariano ha denunciado durante la última semana que Venezuela es víctima de una estrategia conocida como “golpe de Estado suave”, a través de acciones desestabilizadoras orquestadas desde el extranjero y enfocadas en aspectos como el boicot económico, la manipulación informativa, la movilización y la infiltración de gente violenta en manifestaciones, entre otras acciones.

El llamado “golpe blando” o “golpe suave” es una estrategia de “acción no violenta” ideada por el politólogo y escritor estadounidense Gene Sharp, a finales del siglo pasado, y ampliamente utiliza en el mundo durante la última década.

En una ocasión, Sharp señaló que "la naturaleza de la guerra en el siglo XXI ha cambiado (...) Nosotros combatimos con armas psicológicas, sociales, económicas y políticas".

En ese sentido, Sharp expone que “en los Gobiernos, si el sujeto no obedece los líderes no tienen 
Algunos activistas del golpe suave en Venezuela: 
Leopoldo López
 (izq), María Corina Machado
 y Antonio Ledezma
 (Foto: Archivo TeleSUR)
poder. Estas son las armas que en la actualidad se usan para derrocar Gobiernos sin tener que recurrir a las armas convencionales”.

Para el norteamericano, actualmente la guerra “cuerpo a cuerpo” no es eficaz y, además, implica enormes costos económicos y de movilización. Ejemplo de ello son las costosas operaciones militares de Estados Unidos en países como Irak y Afganistán que se han extendido por más de una década.

Por ello, Sharp apuesta por una serie de medidas que van desde el debilitamiento gubernamental hasta la fractura institucional, “como sería el caso de lo que está ocurriendo en Venezuela”, de acuerdo con el presidente ecuatoriano Rafael Correa, entre otros expertos.

El autor del polémico ensayo titulado “De la dictadura a la democracia”, que describe 198 métodos para derrocar Gobiernos mediante “golpes suaves”, considera que la estrategia se puede ejecutar en cinco pasos recopilados por la agencia Russia Today (RT):

  1. Promover acciones no violentas para generar y promocionar un clima de malestar en la sociedad, destacando entre ellas denuncias de corrupción, promoción de intrigas o divulgación de falsos rumores. 
  2. Desarrollar intensas campañas en “defensa de la libertad de prensa y de los derechos humanos”, acompañadas de acusaciones de totalitarismo contra el Gobierno en el poder.
  3. La lucha activa por reivindicaciones políticas y sociales y en la manipulación del colectivo para que emprenda manifestaciones y protestas violentas, amenazando las instituciones.
  4. Ejecutar operaciones de guerra psicológica y desestabilización del Gobierno, creando un clima de "ingobernabilidad".
  5. Forzar la renuncia del Presidente, mediante revueltas callejeras para controlar las instituciones, mientras se mantiene la presión en la calle. Paralelamente, se prepara el terreno para una intervención militar, mientras se desarrolla una guerra civil prolongada y se logra el aislamiento internacional del país.

En noviembre de 2013, el presidente Nicolás Maduro alertó que sectores de la oposición, con financiamiento de Estados Unidos y apoyo de la elite empresarial y la Agencia Central de Inteligencia norteamericanas, planeaban un golpe blando en su país, estrategia que desde el pasado 12 de febrero se implementa activamente en Venezuela.



TeleSUR