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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

50 filmes para conhecer criticamente a História


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Em produções memoráveis, cinema focou grandes conflitos sociais e humanos e como resultaram ou em libertação, ou em tragédia

Por Guilherme Antunes, em Cinetoscópio

Olá galera, preparei uma lista com alguns filmes para quem adora História. Um filme quando vai abordar algum contexto histórico ele utiliza recursos pedagógicos para uma maior aproximação, entretanto, é válido lembar das vinculações ideológicas em determinadas obras. Por vezes, um filme tem mais a dizer sobre o momento em que foi produzido do que a época que pretende retratar. Confira:

1 - Tempos Modernos (1939) – Direção: Charlie Chaplin

Um operário de uma linha de montagem, que testou uma “máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado.

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2 - Z (1969) – Direção: Costa-Gavras

Conheça o caso Lambrakis, onde a morte de um político foi encoberta vergonhosamente por políticos e policiais, na Grécia dos anos 60. Vencedor dos Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Edição, foi o primeiro filme a ser indicado também na categoria Melhor Filme.

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3 - Dawson, Ilha 10 (2009) – Direção: Miguel Littin

Dawson, Ilha 10, aborda o golpe militar que em 1973 derrubou o governo democrático de Salvador Allende e vitimou milhares de chilenos, dando início a uma das mais longas e sangrentas ditaduras da América Latina. O filme mostra o sofrimento de ministros do governo Allende que foram aprisionados em uma ilha gelada, de clima antártico, onde funcionou um campo de concentração projetado pelo criminoso nazista Walter Rauff, então refugiado no Chile.

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4 - Ivan, o Terrível – Parte I (1944) – Direção: Sergei M. Eisenstein

Em 1547, Ivan IV (1530-1584), arquiduque de Moscou, se auto-proclama o Czar de Rússia e se prepara para retomar territórios russos perdidos. Superando uma série de dificuldades e intrigas, Ivan consegue manipular as pessoas destramente e consolidar seu poder.

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5 – Alexander Nevsky (1938) – Direção: Sergei M. Eisenstein

Na Rússia do século 13, invadida por estrangeiros, o príncipe Alexander Nevsky arregimenta a população para formar um exército e conter a invasão de cavaleiros teutônicos. Baseado em fatos históricos.

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6 – Em Nome do Pai (1993) – Direção: Jim Sheridan

Em 1974, um atentado a bomba produzido pelo IRA (Exército Republicano Irlandês) mata cinco pessoas num pub de Guilford, arredores de Londres. O filme conta a história real do jovem rebelde irlandês Gerry Conlon, que junto de três amigos, é injustamente preso e condenado pelo crime. Giuseppe Conlon, pai de Gerry, tenta ajudá-lo e também é condenado, mas pede ajuda à advogada Gareth Peirce, que investiga as irregularidades do caso.

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7 - Doutor Jivago (1965) – Direção: David Lean

O filme conta sobre os anos que antecederam, durante e após a Revolução Russa pela ótica de Yuri Zhivago (Omar Sharif), um médico e poeta. Enquanto Strelnikoff representa o “mal”, Yevgraf representa o “bom” elemento da Revolução Bolchevique.

Doctor Zhivago movie image

8 – No (2012) – Direção: Pablo Larraín

História do plebiscito que, em 1988, pôs fim a uma ditadura de 15 anos imposta por Augusto Pinochet. No conta a história de René Saavedra (Gael Garcia Bernal), um exilado que volta ao chile e vai trabalhar como publicitário a serviço da campanha “Não”, que tem como objetivo influenciar o eleitorado a votar contra a permanência de Augusto Pinochet no poder durante um referendo, feito sob pressão internacional, pelo próprio ditador.

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9 – A Onda (2008) – Direção: Dennis Gansel

Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda. Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967.

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10 - Amém (2002) – Direção: Costa-Gavras

Kurt Gerstein (Ulrich Tukur) é um oficial do Terceiro Reich que trabalhou na elaboração do Zyklon B, gás mortífero originalmente desenvolvido para a matança de animais mas usado para exterminar milhares de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. Gerstein se revolta com o que testemunha e tenta informar os aliados sobre as atrocidades nos campos de concentração. Católico, busca chamar a atenção do Vaticano, mas suas denúncias são ignoradas pelo alto clero. Apenas um jovem jesuíta lhe dá ouvidos e o ajuda a organizar uma campanha para que o Papa (Marcel Iures) quebre o silêncio e se manifeste contra as violências ocorridas em nome de uma suposta supremacia racial.

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11 - O Encouraçado Potemkin (1925) – Direção: Sergei M. Eisenstein

Em 1905, na Rússia czarista, aconteceu um levante que pressagiou a Revolução de 1917. Tudo começou no navio de guerra Potemkin, quando os marinheiros estavam cansados de serem maltratados, sendo que até carne estragada lhes era dada, com o médico de bordo insistindo que ela era perfeitamente comestível. Alguns marinheiros se recusam a comer esta carne, então os oficiais do navio ordenam a execução deles.

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12 - A Paixão de Joana D’Arc (1928) – Direção: Carl Theodor Dreyer

França, século XV, Joana de Domrémy, filha do povo, resiste bravamente a ocupação de seu país. É presa, humilhada, torturada e interrogada de maneira impiedosa por um tribunal eclesiástico, que a levou, involuntariamente, a blasfemar.
É colocada na fogueira e morre por Deus e pela França.

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13 - Persépolis (2007) – Direção: Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud

Marjane Satrapi (Gabrielle Lopes) é uma garota iraniana de 8 anos, que sonha em se tornar uma profetisa para poder salvar o mundo. Querida pelos pais e adorada pela avó, Marjane acompanha os acontecimentos que levam à queda do xá em seu país, juntamente com seu regime brutal.

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14 –  Adeus, Lenin! (2003) – Direção: Wolfgang Becker

Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos.

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15 - O Nome da Rosa (1986) – Direção: Jean-Jacques Annaud

Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio.

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16 – Lawrence da Arábia (1962) – Direção: David Lean

Em 1916, em plena I Guerra Mundial, o jovem tenente do exército britânico estacionado no Cairo pede transferência para a península arábica, onde vem a ser oficial de ligação entre os rebeldes árabes e o exercito britânico, aliados contra os turcos, que desejavam anexar ao seu Império Otomano a península arábica. Lawrence, admirador confesso do deserto e do estilo de vida beduíno, oferece-se para ajudar os árabes a se libertarem dos turcos.

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17 – Glória Feita de Sangue (1957) – Direção: Stanley Kubrick

Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, Mireau (George Meeker), um general francês, ordena um ataque suicida e como nem todos os seus soldados puderam se lançar ao ataque ele exige que sua artilharia ataque as próprias trincheiras. Mas não é obedecido neste pedido absurdo, então resolve pedir o julgamento e a execução de todo o regimento por se comportar covardemente no campo de batalha e assim justificar o fracasso de sua estratégia militar.

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18 - O Último Rei da Escócia (2006) – Direção: Kevin Macdonald

O filme mostra os acontecimentos reais na Uganda durante os anos 70, quando o ditador Idi Amin (Forest Whitaker, ganhador do Globo de Ouro e indicado ao Oscar por este papel) exercia seu poder. A história é narrada por meio do ponto de vista de seu médico pessoal.

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19 - Valsa com Bashir (2009) – Direção: Ari Folman

Numa noite num bar, um homem conta ao velho amigo Ari sobre um pesadelo recorrente no qual é perseguido por 26 cães alucinados. Toda noite é o mesmo número de bestas. Ambos concluem que o pesadelo tem a ver com a missão deles no exército israelense contra o Líbano, décadas atrás. Ari, no entanto, fica surpreso ao perceber que não consegue mais se lembrar de nada sobre aquele período da sua vida. Intrigado com o enígma, Ari decide se encontrar e entrevistar velhos camaradas pelo mundo. Ele tem necessidade de descobrir toda a verdade sobre aquele tempo e sobre si mesmo. E quanto mais ele se aprofunda no mistério, mais suas lembranças se tornam aterrorizantes e surreais.

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20 - A Queda – As Últimas Horas de Hitler (2004) – Direção: Oliver Hirschbiegel

Traudl Junge (Alexandra Maria Lara) trabalhava como secretária de Adolf Hitler (Bruno Ganz) durante a 2ª Guerra Mundial. Ela narra os últimos dias do líder alemão, que estava confinado em um quarto de segurança máxima.

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21 - A Culpa é do Fidel! (2006) – Direção: Julie Gavras

Anna de la Mesa (Nina Kervel-Bey) tem 9 anos, mora em Paris e leva uma vida regrada e tranqüila, dividida entre a  escola católica e o entorno familiar. O ano é 1970 e a prisão e morte do seu tio espanhol, um comunista convicto, balança a família. Ao voltar de uma viagem ao Chile, logo após a eleição de Salvador Allende, os pais de Anna estão diferentes e a vida familiar muda por completo: engajamento político, mudança para um apartamento menor, trocas constantes de babás, visitas inesperadas de amigos estranhos e barbudos. Assustada com essa nova realidade, Anna resiste à sua maneira. Aos poucos, porém, realiza uma nova compreensão do mundo.

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22 - A Infância de Ivan (1962) – Direção: Andrei Tarkovsky

Durante a segunda Grade Guerra, os russos tentavam combater a investida nazista em seu território. Nas frentes soviéticas, Ivan, um garoto órfão de 12 anos, trabalha como um espião, podendo atravessar as fronteiras alemãs para coletar informação sem ser visto, e vive sob os cuidados de três oficiais russos. Mas, após inumeras missões, e com um desgaste físico cada vez maior, os oficiais resolvem poupar Ivan, mandando-o para a escola militar. Ganhador do Leão de Ouro em Veneza.

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23 – O Que é Isso, Companheiro? (1997) – Direção: Bruno Barreto

Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para sequestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.

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24 – Narradores de Javé (2003) – Direção: Eliane Caffé

Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.

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25 – A Guerra do Fogo (1981) – Direção: Jean-Jacques Annaud

A reconstituição da pré-história, tendo como eixo a descoberta do fogo. A saga de uma tribo e seu líder, Naoh, que tenta recuperar o precioso fogo recém-descoberto e já roubado. Através dos pântanos e da neve, Naoh, encontra três outras tribos, cada uma em um estágio diferente de evolução, caminhando para a atual civilização em que vivemos.

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26 - A Missão (1986) – Direção: Roland Joffé

No final do século XVIII Mendoza (Robert De Niro), um mercador de escravos, fica com crise de consciência por ter matado Felipe (Aidan Quinn), seu irmão, num duelo, pois Felipe se envolveu com Carlotta (Cherie Lunghi). Ela havia se apaixonado por Felipe e Mendoza não aceitou isto, pois ela tinha um relacionamento com ele. Para tentar se penitenciar Mendoza se torna um padre e se une a Gabriel (Jeremy Irons), um jesuíta bem intencionado que luta para defender os índios, mas se depara com interesses econômicos.

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27 - Danton – O Processo da Revolução (1983) – Direção: Andrzej Wajda

Na primavera de 1794, Danton (Gérard Depardieu) retorna a Paris e constata que o Comitê de Segurança, sob a incitação de Robespierre (Wojciech Pszoniak), inicia várias execuções em massa. O povo, que já passava fome, agora vive um medo constante, pois qualquer coisa que desagrade o poder é considerado um ato contra-revolucionário. Nem mesmo Danton, um dos líderes da Revolução Francesa, deixa de ser acusado.

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28 - A Rainha Margot (1994) – Direção: Patrice Chéreau

No século XVI um casamento de conveniência é celebrado com o intuito de manter a paz. A união entre a católica Marguerite de Valois, a rainha Margot (Isabelle Adjani), e o nobre protestante Henri de Navarre (Daniel Auteuil) tinha como meta unir duas tendências religiosas. O objetivo do casamento foi tão político que os noivos não são obrigados a dormirem juntos. As intrigas palacianas vão culminar com a Noite de São Bartolomeu, na qual milhares de protestantes foram mortos. Após isto Margot acaba se envolvendo com um protestante que está sendo perseguido.

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29 – Tiros em Ruanda (2005) – Direção: Michael Caton-Jones

Ruanda. Durante 30 anos, o governo de maioria Hutu perseguiu a minoria Tutsi. Pressionado pelo ocidente, o governo aceitou dividir o poder com os Tutsis, mesmo contra a vontade. Porém em 6 de abril de 1994 tem início um genocídio, que mata quase um milhão de pessoas em apenas 100 dias. Neste contexto um padre inglês e seu ajudante tentam fazer o que podem para ajudar a minoria Tutsi, mesmo tendo a opção de partirem para a Europa.

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30 – Roma, Cidade Aberta (1945) – Direção: Roberto Rossellini

Roma, 1944. Um dos líderes da Resistência, Giorgio Manfredi (Marcello Pagliero), é procurado pelo nazistas. Giorgio planeja entregar um milhão de liras para seus compatriotas. Ele se esconde no apartamento de Francesco (Francesco Grandjacquet) e pede ajuda à noiva de Francesco, Pina (Anna Magnani), que está grávida. Giorgio planeja deixar um padre católico, Don Pietro (Aldo Fabrizi), fazer a entrega do dinheiro. Quando o prédio é cercado, Francesco é preso pelos alemães e levado para um caminhão.

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31 - Julgamento em Nuremberg (1961) – Direção: Stanley Kramer

Após a 2ª Guerra Mundial um juiz americano é convocado para chefiar o julgamento de quatro juristas alemães responsáveis pela legalização dos crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra. Dirigido por Stanley Kramer (Adivinhe Quem Vem Para Jantar) e com Spencer Tracy, Burt Lancaster, Marlene Dietrich, Maximilian Schell, Judy Garland, Montgomery Clift e William Shatner no elenco. Vencedor de 2 Oscars.

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32 - Diários de Motocicleta (2004) – Direção: Walter Salles

Che Guevara (Gael García Bernal) era um jovem estudante de Medicina que, em 1952, decide viajar pela América do Sul com seu amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). Porém, quando chegam a Machu Pichu, a dupla conhece uma colônia de leprosos e passam a questionar a validade do progresso econômico da região, que privilegia apenas uma pequena parte da população.

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33 - Platoon (1986) – Direção: Oliver Stone

Chris (Charlie Sheen) é um jovem recruta recém-chegado a um batalhão americano, em meio à Guerra do Vietnã. Idealista, Chris foi um voluntário para lutar na guerra pois acredita que deve defender seu país, assim como fez seu avô e seu pai em guerras anteriores. Mas aos poucos, com a convivência dos demais recrutas e dos oficiais que o cercam, ele vai perdendo sua inocência e passa a experimentar de perto toda a violência e loucura de uma carnificina sem sentido.

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34 – Sangue Negro (2007) – Direção: Paul Thomas Anderson

Virada do século XIX para o século XX, na fronteira da Califórnia. Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) é um mineiro de minas de prata derrotado, que divide seu tempo com a tarefa de ser pai solteiro. Um dia ele descobre a existência de uma pequena cidade no oeste onde um mar de petróleo está transbordando do solo.

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35 - A Língua das Mariposas (1999) – Direção: José Luis Cuerda

O mundo do pequeno Moncho estava se transformando: começando na escola, vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola, quando ele reconhecerá a dura realidade de seu país. Rebeldes fascistas abrem fogo contra o regime republicano e o povo se divide. O pai e o professor do menino são republicanos, mas os rebeldes ganham força, virando a vida do garoto de pernas para o ar.

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36 - O Leopardo (1963) – Direção: Luchino Visconti

Sicília, durante o período do “Risorgimento”, o conturbado processo de unificação italiana. O príncipe Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) testemunha a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia, lutando para manter seus valores em meio a fortes contradições políticas.

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37 - Napoleão (1927) – Direção: Abel Gance

Pelas suas modernas técnicas narrativas e de filmagem, o filme de Abel Gance é considerado um dos mais memoráveis filmes mudos da história. Mostrando desde a infância de Napoleão até a invasão da Itália pelo exercito francês em 1797, a cinebiografia seria a primeira de uma série de seis filmes, que não chegaram a ser realizados.

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38 - Apocalypse Now (1979) – Direção: Francis Ford Coppola
39 - Katyn (2007) – Direção: Andrzej Wajda
40 - O Barco, Inferno no Mar (1981) – Direção: Wolfgang Petersen
41 - A Ponte do Rio Kwai (1957) – Direção: David Lean
42 - O Franco Atirador (1978) – Direção: Michael Cimino
43 - Malcolm X (1992) – Direção: Spike Lee
44 – Outubro (1928) – Direção: Sergei M. Eisenstein
45 - Kagemusha (1980) – Direção: Akira Kurosawa
46 – El Cid (1961) – Direção: Anthony Mann
47 - 1900 (1976) – Direção: Bernardo Bertolucci
48 - Vá e Veja (1985) – Direção: Elem Klimov
49 - A Batalha de Argel (1966) – Direção: Gillo Pontecorvo
50 - Quando Voam as Cegonhas (1957) – Direção: Mikhail Kalatozov

Eu poderia indicar muitos e muitos outros, filmes é o que não falta, mas deixo agora a tarefa com vocês. Deixa nos comentários suas sugestões.

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Redação

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O Outras Mídias é uma seleção de textos publicados nas mídias livres, que Outras Palavrasrepublica. Suas sugestões podem ser enviada para caueameni@outraspalavras.net

Cem anos de Vinícius de Moraes ou o Brasil da delicadeza perdida

PORTAL VERMELHO - ESPAÇO CULTURAL 
30 DE AGOSTO DE 2013 - 17H00 
Racismo na tevê
  

O Brasil da delicadeza perdida


Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!


(Vinícius de Moraes. "Pátria Minha". In. Antología sustancial, Adriana Hidalgo Editora, 2013).

Por Marcos Aurélio da Silva (*)


2013 é o ano em que se comemora o centenário de nascimento do poeta e diplomata Vinícius de Moraes.

 E é também o primeiro ano em que estão se distribuindo pelas universidades federais do país os estudantes beneficiados pelo sistema de cotas “raciais” e sociais, em obediência à lei aprovada por Dilma Rousseff em agosto de 2012. 

O leitor certamente estará se perguntado que diabos uma coisa tem a ver com outra. Absolutamente tudo.

Vinícius de Moraes não foi só o autor de belíssimas poesias e notáveis canções da bossa nova. 


Ninguém como ele encarnou, na vida e na atividade intelectual a integração entre morro e asfalto, já teorizada décadas antes por seu amigo Sérgio Buarque de Holanda quando, em Raízes do Brasil, obra de referência da análise sociológica nacional, disse ser característico de nossa formação social uma “relativa inconsistência dos preconceitos de raça e de cor”.

 E isto a despeito de todas as mazelas do nosso modo cordial ‒ leia-se nada republicano ‒ de ser.

Difícil esquecer, em se falando do poetinha, as parcerias com Pixinguinha, os afro-sambas com Baden Powell e, claro, ponto de partida de tudo o mais neste verdadeiro combate pela democratização “racial” e social no país, a peça Orfeu da Conceição, transposição do mito grego de Orfeu para a dura realidade dos morros do Rio de Janeiro. 


E eis que a forma lírica, uma característica sua tão marcante, chega mesmo, neste caminho em direção às classes populares e às coisas das classes populares trilhado por nosso poeta ‒ caminho em direção aos subalternos, diria em chave mais apropriada Antonio Gramsci ‒, a dar lugar à poesia participante de O operário em Construção.

Curioso como esse movimento em direção ao nacional-popular ‒ noção igualmente cara ao notável comunista sardo, tão bem encarnada na estrofe do poema em epígrafe, e que só um néscio pode associar à noção fetichista de nacionalismo ‒, muito marcante na década de 1950, e do qual nosso poeta, entre tantos intelectuais da época, é apenas um exemplo, tenha sido associado, em um especial gravado por Chico Buarque para a tevê francesa em 1990, a um país leve, otimista e em movimento. 

Ora, o sistema de cotas, tão contestado que foi ‒ até judicialmente ‒ e ainda o é pelos estratos mais favorecidos da sociedade brasileira (pasmem, pesquisa do Ibope de janeiro revelou que a resistência às cotas “raciais” é maior justamente entre brasileiros que cursaram faculdade), permite que tenhamos de nosso país ‒ talvez fosse mais apropriado dizer de nossa elite intelectual ‒ a mesma imagem? 

Não precisamos ir muito longe para saber a resposta. Nossa desigualdade social, já gritante naquela época, posto expressão de pelo menos quatros séculos de latifúndio e trabalho escravo e/ou semisservil (e eis como a associação entre cor e pobreza, mais que servindo a uma simples política de focalização, remete diretamente às relações históricas de produção), não enfrentada a contento pelo processo de industrialização capitalista, é hoje ainda mais pronunciada. 


Compare-se o índice de Gini apurado em 2011 (0,50) e aquele de 1964 (0,49) para que se tenha noção do que está sendo dito. E isto após uma década fortemente distributiva (o Gini de 2003 era 0,58). Ainda assim, toda política voltada a corrigir com mais rapidez esta distorção conhece forte aversão dos mais “ilustrados”.

De fato, o país leve do especial de Chico Buarque ‒ o mesmo Chico que, na estética e na política, soube levar adiante a utopia divisada na obra do pai e pelo parceiro Vinícius ‒, certamente em movimento (estão aí, não obstante todas as contradições, os êxitos dos governos petistas), parece, todavia, querer ainda aferrar-se, como diz o título do espetáculo francês, ao país da delicadeza perdida.


 E, certamente, não só toda a polêmica em torno das cotas “raciais” é um exemplo disso. A ver toda essa indigna reação contra as medidas governamentais destinadas a levar médicos às camadas populares e, ainda mais escandalosamente, as vaias e comentários racistas a que foram submentidos os profissionais cubanos que acabaram de chegar.

Pobre pátria minha, não é só meias e sapatos que te faltam.


(*) Professor dos cursos de graduação e pós-graduação em geografia da UFSC


Oriente Médio: as forças antiimperialistas não são fascistas - Por Domenico Losurdo



4 DE SETEMBRO DE 2013 - 16H49
Portal vermelho 

Imperialismo contra a Siria (charge)
  

Oriente Médio: as forças antiimperialistas não são fascistas


O professor e pensador marxista italiano Domenico Losurdo responde a uma indagação feita por Antonio Santi, de Fermignano (Província de Pesaro e Urbino, Itália). Sua resposta ajuda a entender a crise, nos quadros da resistência antiimperialista.

Por Domenico Losurdo


Quem ainda pode ter dúvida sobre a infâmia do imperialismo faria bem em dar uma olhada sobre o Oriente Médio. O  pretexto da guerra desencadeada a partir de 1991 era trazer civilização, democracia, paz..

 Ora, depois de centenas de milhares de mortos, milhões de feridos e milhões de refugiados, a realidade está à vista de todos. Não se trata apenas das terríveis devastações materiais. 

Por ocasião da primeira e da segunda guerras do Golfo, os EUA e o Ocidente chamaram os xiitas iraquianos a lutarem contra os sunitas; agora, chamam os sunitas a pegar em armas contra os xiitas no Iraque e, sobretudo, na Síria.

 E em todo o Oriente Médio, na luta contra os regimes laicos que resultaram de revoluções anticoloniais, e contra os movimentos de libertação nacional de posição laica, o imperialismo apelou à religião e ao fundamentalismo religioso. Isso ocorreu no Iraque, Líbia, Síria, Palestina (onde Israel apoiou o Hamas contra a OLP de Arafat, depois assassinado). 

É impressionante o rastro de destruição e morte. Países como o Iraque, a Líbia, a Síria, correm o risco de deixarem de existir como estados nacionais unitários e independentes, e agora fica sem qualquer credibilidade a fundação de um estado nacional para o povo mártir palestino, cujo território é sistematicamente expropriado. 

Mas é ainda pior. No Oriente Médio há uma furiosa guerra civil entre leigos e religiosos; no âmbito do mundo religioso, entre islâmicos e cristãos, no âmbito do Islã, entre sunitas e xiitas. A devastação se dá até mesmo nas relações entre homens e mulheres, que correm o risco de perder os resultados alcançados na onda da revolução anticolonial.

 Esta é a civilização e a democracia, a paz, das quais o imperialismo pretende ser o portador. E não muda nada se na Casa Branca estiverem Bush pai, Clinton, Bush Jr, Obama...

Diante desta sistemática destruição bárbara não só do aparelho de Estado, mas a própria sociedade civil, como devem se portar as forças antiimperialistas? 

A questão de fundo não é entre leigos e religiosos, como pretende fazer crer a ideologia dominante: Irã e os combatentes do Hezbollah tem um papel indubitavelmente progressista; o próprio Hamas, apoiado no passado por Israel, é agora alvo de seus ataques selvagens. 

E a Irmandade Muçulmana? Na Síria, desempenhou um papel profundamente reacionário, sendo de fato subalterna ao imperialismo e a Israel. No entanto, na Arábia Saudita conduz uma luta que  merece atenção, contra uma monarquia feudal que é profundamente parasitária e corrupta, que coloca todas suas esperanças no imperialismo e que, no Oriente Médio, é um pilar fundamental da reação. 

Como avaliar a Irmandade Muçulmana no Egito? Não há dúvida de que chegaram ao poder com o aval de Washington, que esperava usá-la na luta contra a Síria. Mas é também verdade que o golpe recente aconteceu com o aval de Washington e Tel Aviv. 

O imperialismo e o sionismo começaram a desconfiar: Morsi havia consolidado notavelmente as relações entre o Egito e a China; personalidades de relevo na Irmandade Muçulmana condenaram expressamente os acordos de Camp David (isto é, a capitulação do Egito ante Israel, com o consequente isolamento da resistência palestina); aos olhos do Ocidente era motivo de desconfiança o permanente contato entre a Irmandade Muçulmana e o Hamas, que continua a opor-se à farsa de um processo de paz encenado sob a cobertura do permanente expansionismo sionista. 

Eis porque em certo momento Washington e Tel Aviv decidiram apoiar os militares, embora o último dos quais tem mostrado uma crescente impaciência e começa a ser tentado pelo nasserismo. Se há algo que, no Egito de hoje, une uma sociedade tão profundamente dividida, é o ódio contra o imperialismo dos EUA, que provocou a catástrofe já vista. 

Como deveriam se comportar no Egito as forças antiimperialistas? Não seria correto fazer julgamentos sobre uma realidade sobre a qual não se tem um conhecimento profundo.

 Mas, no que diz respeito ao Oriente Médio como um todo, uma coisa parece certa. As forças antiimperialistas serão forçadas a lutar contra os males e as devastações da sociedade civil provocadas pelos EUA, pela União Europeia e Israel. 

Não seria correto nem no plano analítico, nem no político, estigmatizar como fascistas as forças que no Egito e no Oriente Médio são influenciadas pela religião e pelo próprio fundamentalismo. Sobre o fascismo deve-se olhar, em primeiro lugar, para a Casa Branca. 

Há um nexo estreitíssimo entre o fascismo e o imperialismo. Esta foi a lição que o movimento comunista aprendeu, durante o século XX, somente depois de um tortuoso processo de aprendizagem, e que hoje não pode ser esquecida

 (tradução: José Carlos Ruy).

Obs: título atribuído pela redação.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

BOLSA FAMÍLIA: números mostram que teoria do "efeito preguiça" é mito

02 setembro, 2013

BOLSA FAMÍLIA: CONSTATAÇÕES PARA CALAR A BOCA DOS OPOSITORES DO PROGRAMA

BOLSA FAMÍLIA

Números mostram que teoria do “efeito preguiça” é mito 

Em média, famílias recebem R$ 152, metade do custo de uma cesta básica


Carência
A diarista Ednalva Teixeira explica que apenas com o benefício não conseguiria sobreviver


PUBLICADO EM 01/09/13 - 03h00
TÂMARA TEIXEIRA

Uma possível acomodação dos brasileiros é uma das principais críticas feitas aos programas de transferência de renda do governo federal, em especial ao Bolsa Família, que reuniu todos os benefícios da União como o vale-gás e o bolsa-escola.

Em tese, a ajuda incentivaria as famílias a abrirem mão do trabalho para viver do benefício. A comparação entre quanto uma família de quatro pessoas recebe no programa com o valor do salário mínimo mostra que a teoria do “efeito preguiça” está mais para mito.

Na média, as 13,8 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família, que completa dez anos em 2013, são formadas por 3,8 pessoas e recebem R$ 152 por mês, segundo o secretário nacional de renda de cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Luis Henrique Paiva.

O teto é de R$ 306, para uma casa com sete filhos e renda per capita de até R$ 70. O valor médio é de 22% de um salário mínimo, e o limite chega a 45%.

Segundo Paiva, os estudos sobre o comportamento dos beneficiados nos últimos anos não apontam a dependência. “O valor (da bolsa) é muito modesto e tem caráter complementar. Quem recebe precisa trabalhar”, afirma o secretário. Exemplo. Há quatro anos, a diarista Ednalva das Graças Teixeira, 30, entrou para o programa. Com três filhos de 3, 5 e 7 anos na escola, ela recebe R$ 32 para cada um deles. Os R$ 96 no fim do mês, segundo ela, são insuficientes para arcar com todos os gastos. “É uma ajuda de custo. Não teríamos como comer, comprar roupa, material escolar e tudo mais”, afirma.

O marido conseguiu emprego recentemente e recebe um salário mínimo como serviços gerais. A percepção de Ednalva de que o benefício não é suficiente para sustentar a casa não está equivocada. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em julho, a cesta básica para a alimentação de um adulto, por mês, custava R$ 311,26. O valor é o dobro da média paga aos contemplados, de R$ 152.

O economista Jorge Arbache, professor da Universidade de Brasília (UnB), avalia que a crítica inicial de que a iniciativa inibiria o crescimento da participação no mercado de trabalho não se confirmou. “Essas pessoas estão trabalhando, até com carteira assinada. Para desestimular o emprego, a diferença entre o salário e o benefício teria que ser menor”, avalia Arbache.

MINIENTREVISTA 

“O valor é muito baixo para se abrir mão do emprego” 
 Luis Henrique Paiva Secretário Nacional de Renda de Cidadania
 PUBLICADO EM 01/09/13 - 03h00

Como o senhor avalia a dependência dos beneficiários em relação ao Bolsa Família?

O governo se debruçou e investiu em muitos estudos recentemente sobre o assunto. Essa ideia de dependência está relacionada à imagem de projetos em outros países que têm essa característica. Todos os nossos levantamentos mostram que não há uma dependência das famílias. O valor é muito baixo para que as pessoas abram mão do seus empregos e vivam exclusivamente dessa quantia.

Há algum dado que mostre que as pessoas abrem mão do trabalho para viver exclusivamente do valor?

O índice de empregados entre os atendidos é superior ao registrado da população ativa geral. A média nacional de ajuda por família é de R$ 152. A menos que seja um trabalho degradante, ninguém recebe R$ 50 por mês. É mito essa questão de que as pessoas saem do mercado de trabalho contando com esse recurso.

Como o senhor enxerga o futuro do Bolsa Família?

Por enquanto, a intenção é manter o número de 13,8 milhões de beneficiados e tentar contemplar os cerca de 700 mil que ainda estão na linha de pobreza e precisam entrar para o programa. Por enquanto, também não há pretensão de aumentar o valor da ajuda.

EMANCIPAÇÃO 

Desistência voluntária atinge 10% em 2 anos 
PUBLICADO EM 01/09/13 - 03h00

 Cerca de 10% dos 13,8 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família deixaram de receber o benefício nos últimos dois anos.

Desde 2003, pelo menos 1,7 milhão de famílias informaram voluntariamente ao governo federal que aumentaram a renda e que não se encaixavam mais no perfil do programa: renda per capita de, no máximo, R$ 140.

O hoje pedreiro Antônio Carlos da Cruz, 35, diz com orgulho que já não depende mais dos R$ 134 que recebia, até dois anos atrás, como ajuda para os dois filhos de 7 e 15 anos. “Estava desempregado e vivendo de bicos. Fiz um curso profissionalizante e, agora, tenho carteira assinada. Pedi o desligamento. Outros precisam mais do que a minha família agora”, conta Cruz.

 De acordo com as regras de desligamento voluntário, nos três anos após o pedido, o titular pode retornar para a lista de beneficiados sem ter que percorrer todas as etapas.

Do outro lado da ponta de quem abriu mão do benefício, estão cerca de 700 mil famílias que, segundo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, estão na linha de extrema pobreza e aguardam a inclusão no Bolsa Família.

Orçamento 2013.

De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o orçamento do Bolsa Família para este ano é de R$ 24 bilhões. Ainda não há previsão para 2014.

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